POESIA  GOIANA 
                Coordenação  de SALOMÃO SOUSA 
                    
                    
                  
                  VALDENES RIBEIRO DE MENEZES   
                  (Inhumas, Goiás,  Brasil) 
                  Diretor  do Interior da UBET-GO. Autor de vários livros de poesia, inclusive um para  crianças. 
                    Considerado pela antologia "International Poetry", dos Estados Unidos da  América, pelo seu poema ", como um dos melhores poetas do mundo. 
                    
                    
                  
                  ESCRITORES BRASILEIROS 1985.Capa:  Maria Bastos. Coordenação Editorial: Maria  Almeida.  Rio de Janeiro: Crisalis  Editora, 1985.   116 p.   13,5 x 20,5 cm. 
                  Ex. bibl. Antonio  Miranda.  Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito, em 2021. 
                    
                  
                    NANCY 
                       
                      Querida  dos meus abraços, 
                        divina do meu corpo, 
                        Nancy 
                        que me ensinou a beijar... 
                        Como poderia 
                        se matar na Rua Duvivier, 
                        desaparecer me conhecer? 
                        Nunca! 
                        Cabelos castanhos de São Carlos, 
                        quando a vi 
                        foi o primeiro inferno, 
                        implorei para fugir de mim, 
                        sumir 
                        pelo amor de Deus. 
                        Depois do susto, 
                        os meus caprichos 
                        e os meus ciúmes, 
                        Lutei noites inglórias 
                        para arrancar dos meus anseios 
                        o seu rosto e o seu corpo. 
                        Retardei nos botequins o sonho insano, 
                        ludibriando 
                        meu corpo bêbado já sem bebida... 
                        Cerveja... pão com sardinha... 
                        Todo o dia o turbilhão dos meus desejos 
                        em holocausto à sua espera. 
                        Olhos verdes do mar profundo, 
                        eu morria a cada instante, 
                        como o fruto que amadurece. 
                        Felizmente, 
                        como nas últimas vontades dos condenados, 
                        fui agraciado com o perdão 
                        quando você me levou ao paraíso... 
                        Cabelos castanhos dos meus afagos, 
                        sublimes dos meus beijos, 
                        eu tragava em mim na rua 
                        o perfume do seu corpo. 
                        Nancy, 
                        minha suave e heroica Helena... 
                        Seus quadros de aquarela, 
                        o tapete, 
                        seu travesseiro, 
                        a canequinha, 
                        sua blusa de lã, 
                        viravam cores da vida 
                        na sua cadeia de encantamento. 
                        Enfim me traiu o salário 
                        escorraçando minha querida. 
                        Agonizei latente uma súplica, 
                        súplica de escondidas mãos vazias. 
                        Derrotado, vi sua partida, 
                        odiei o Sul e a fartura de lá. 
                        No seu adeus me matando 
                        você pensou que não me importei!... 
                        Nunca soube de minha vigílias? 
                        Infinitas vezes 
                        rezei por um milagre, para você voltar 
                        e eu fugir da solidão de minha cama de solteiro... 
                        Cabelos castanhos de São Carlos, 
                        dezesseis anos de olhos verdes, 
                        Nancy do meu calor... 
                        Você não partiu para qualquer minuano, 
                        deve ter ido para o céu,  
                        com as luzes das estrela, 
                        ou com o clarão do sol 
                        que me acorda nas manhãs. 
                   
                    
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                  Página publicada em julho de 2021 
                
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