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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Coordenação: SALOMÃO SOUSA 

 

 

 

TEMIRANDA

(Therezinha Miranda de França)

 

(Nasceu em Campo Formoso, atual Orizona, Goiás)

Foi professora municipal, estadual, bancária e servidora pública.
Participou e presidiu associações literárias e sociais.
É membro da UBE-GO e da Academia de Letras , Ciências e Artes de Orizona.
É articulista da AGI.
Publicou os livros: Noites de fogueira, 2000; Olhar peregrino, 2002;

Porcelana, prata e pedra, 2005; Copos de sonhos, 2009; Poemas plurais, 2010; Fatos e boatos, 2012 e Momentos, 2014. 

 

 

 

ANTONIO ALMEIDA

BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6

Ex. bibl. Antonio Miranda 

 

       IMPRESSIONISMO

 

O peso das horas
me cerra as pálpebras.
Procuro uma camisola.
Transito minha nudez
entre cama e cadeira.
. Coisa engraçada,
me dizem os olhos. A sensualidade
fez pausa nas curvas.
Sempre fui feliz
com o meu corpo. E agora?
Não. Não é feio.
Guardou outras vidas.
Tantas quantas couberam
no meu destino de mãe.

 

 

 

       RETRATO

Deixaram-me sem retoques.
imagem falando só.
Porque não me sabiam assim,
cheia de amores
guardados sem chaves,
sem traves, claros como foto
e sem os negativos de mim.

 

 

 

       EGO CEGO

Quis te amar,
não consegui,
tantas vezes
quantas
eu te vi.

 

Falei de luas,
cantei louvores,
abri caminho
e fui sozinha
atrás de ti.

Tantas vezes
e tantas dores,
já sem ardores.

Me dispersei,
desfiz um nó.
Chorei baixinho,
meu ego cego
ficou tão só.

 

 

 

       RESPINGOS

Meu coração é
uma aldeia de sonos.
Foram-se as muralhas,
ficaram os castelos.
Anacreonte passou por aqui.

No céu de abril,
os anjos não falam em nuvens,
mas se fartam de estrelas.



PAUSA

 

               Um soluço apagou a luz das gargantas.
Quem sabe o mundo ficou mudo?
Os sonhos dormiram.



19

Os céus cospem raios
e nuvens choram tanto.
Existem poemas que são prantos
cada pingo é lágrima inglória.
E tu palavra, onde estás?
Aqui estou sem trajetória,
à espera de que alguma estrela
calce o chão da minha história.

 

 

 

       20

O vento quebrou
a clavícula da árvore.
Porém a tarde é que chorou pedras.
Pedras. Sempre pedras no caminho
fraturando as coisas
que o sonho elaborou.



25

 

Ainda há manhãs
na minha memória
e tardes no meu corpo,
Deus na trajetória.
A poesia com garras e rima
lambe meu sangue,
meu corpo raspa
a minha alma lima.
 

 

*

 

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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