ECOPOESIA  
                    
                    
                    
                    
                    
                  
                   
                  TAUÃ LIMA 
                    
                    
                  Natural de Mimoso do Sul-ES.  
                  Mestre e Doutor em Ciências  Jurídicas e Sociais pela UFF.  
                  Autor de: Fome: Segurança Alimentar &  Nutricional em pauta (2018); Segurança Alimentar & Nutricional na região  sudeste (2019), Versos, Inversos & Outros Escritos (2019), Indrisos em Versos (2019) e Efemeridade em Versos (2019). 
                    
                    
                    
                    
                  
                  PROVÉRBIOS DA LAMA. Antologia  poética. Organização Rodrigo Starling.   Belo Horizonte:  Starling, 2020.    204 p.    ISBN 978-85-990511-3-5    Ex.  bibl. Antonio Miranda 
                    
                    
                  PRANTO DA NATUREZA 
                   
                    
                  A beleza da natureza é perdida  pela ambição 
                    O desejo diário em busca de uma destruição  
                    As árvores são consumidas em fogo ardente  
                    E os rios contaminados por dejeto e poluente 
                    
                  Pranteia a natureza a triste sina  presenciada  
                    De formosura e beleza, pelo homem, atalhada  
                    Uma lama empesteia o caminho do ribeirão  
                    Há tanta morte, um choro em pura lamentação 
                    
                  Desastres se consumam pela sede  irracional  
                    De devastar, de degradar, cenário surreal  
                    A vida imersa num mar de lama amarronzado 
                    
                  Com a natureza, chora a vítima  enlutada  
                    A sanha de desenvolvimento testemunhada  
                    Aparece mais um corpo, um sonho soterrado 
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                  BARRAGEM-VIVA 
                  (INSPIRADA  NA CANÇÃO "RODA-VIVA") 
                    
                    
                  Há notícias diárias dos desastres  sofridos  
                    De gente inocente tombando em um gemido  
                    Na catástrofe da busca de um lucro incompreendido  
                    De sacrifícios dos pobres em  um desejo incontido 
                    
                  Sonhos rapidamente apagados,  desejos abreviados Lágrimas descontroladas e abraços não dados  
                    Um soluço contido, na garganta com força espremido Controlado e abafado entre  os indivíduos esquecidos 
                    
                  Errando no caminho sinuoso e de  curvas perigosas  
                  Sofrem na mão dos poderosos de vontades ardilosas Silenciados  pelos mais ricos e controladores do poder Ainda assim, são teimosos para  conseguir sobreviver 
                    
                  Discursos políticos vazios e um  jogo de omissão Identificar o culpado não é a maior preocupação  
                    Nem proteger os afetados de tanta crueldade  
                    Perdeu-se, de fato, os resquícios da humanidade 
                    
                  Não há mais sensibilidade pelo  alheio sofrimento  
                    Não se compadecem nem se apiedam do lamento  
                    Da tristeza pelos olhos vertida por almas perdidas  
                    Em uma barragem-viva de lama de sanha desmedida 
                    
                  Rompe uma triste notícia, rompe  uma barragem   
                  Rompe um lamento, rompe mais uma  barragem  
                  Em um mar de lama de incerteza e grande destruição Quantas vidas  perdidas em meio a tanta devastação 
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                  Página  publicada em setembro de 2020 
                
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