Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

RENATO PACHECO
(1928-2004)

 

Magistrado, professor, escritor, poeta. Renato José Costa Pacheco, nasceu em Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, a 16/12/1928, filho de Filogônio Pacheco e Valentina Costa Pacheco. Fez seus estudos primários e secundários no Colégio Filgueiras, com particulares, no Colégio Estadual do Espírito Santo, bacharelou-se em 1951, pela Faculdade de Direito do Espírito Santo. Cursou Pós-Graduação na Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Licenciado em História, em Colatina. Atuou como professor em inúmeros colégios de Vitória e do interior do Estado, bem como da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFES (livre docente) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cachoeiro de Itapemirim. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, da Comissão Espírito-santense de Folclore, da Academia Espírito-santense de Letras onde ocupa a cadeira nº 33, cujo patrono é José Horácio Costa e da Academia Capixaba dos Novos. Faz parte do grupo de Letras. Ocupou o cargo de Juiz de Direito, desde 1957, em Vitória e Guaçuí.Foi colaborador nos principais jornais do Estado e Revistas. Manteve uma coluna literária e informativa, na revista "Vida Capixaba", desde o final da década de 40, denominada "Polo Norte... Polo Sul... Notas de literatura".Faleceu em Vitória, a 19/03/2004.

 

PACHECO, Renato.  26 poemas da montanha. Com ensaio introdutório de Miguel Depes Tallon.  Vitória, ES: Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 1998.  102 p.   10x17 cm.  Capa de João Bonino Moreira. “ Renato Pacheco “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

2.

 

Plantaram um buriti em minha porta,

e plácidas vacas pastam a meu lado.

A realidade não existe, então?

Céu e inferno estão em minha mente.

Mãos e pernas, taekwon-do,

o mundo cada vez fica menor,

juntando crianças brasileiras e lutas coreanas.

 

De quem eu vivo separado?

Há quanto tempo, há quanto tempo?

Da verdade, que não sei sintonizar.

Jornais, rádios, tevês, vídeos,

me jogam no espaço por caminhos errados.

 

Resta o silêncio, a solidão, o vazio,

enquanto Marte brilha e o

Hale-Bopp se esconde.

 

            Santa Rita do Sapucaí, 03.04.1997

 

 

3.

 

Espelho empoeirado,

metal sem brilho,

casa desmiolada,

olho que dói,

espírito da época.

 

Não falemos mais nisso.

Não falemos mais.

Não falemos.

Não.

 

As origens são escusas.

Razão e raciocínio nunca mais.

Sonhei duas vezes com você.

De manhãzinha, andei no Santa Maria seco.

 

O homem falava:

"Espírito energizante, concentração alta".

E as mulheres levantaram os braços.

 

Noite escura, nada se reflete

em meu espelho empoeirado.

 

Santa Rita do Sapucaí, 04.04.1997

 

 

PACHECO, Renato.  Porto Final.  Antologia poética.  Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1998.  176 p.   14X21 cm.  “ Renato Pacheco “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

EUROPA REVISITADA

 

BLOIS

 

Abades e Senhores, guerreiros todos, entram em meu quarto

e vêm cobrar-me coisas que não devo.

O Conde de Champagne se desfaz de suas joias

para construir mosteiros e igrejas.

O Conde de Anjou e o conde de Guines

querem saber por que fugi da refrega.

O Conde de Flandres, orgulhoso,

pensa sobrepujar o rei.

 

Vou para Blois, lá jogarei o Tico-Tac.

Lá verei moças de faces cor-de-rosa.

Lá vou postar cartas para o Brasil.

Vou para Blois, mas não subo ao Castelo,

o velho Conde, se quiser, venha me ver,

na planície estou bem, igual a sempre.

As águas do Loire correm em minhas veias

e o Conde Balduino em vão me espera em sua Corte.

 

 

 

ENCONTRO ADIADO

 

As três e quarenta da madrugada, em ponto,

marquei encontro com a indesejada das gentes.

No Parque Guell ela chegou

montada em seu negro cavalo árabe

e com roupa negra, comprada em Roma.

 

Em vão a Morte me esperou.

Quem adiou o encontro iminente?

Um copo de "cina",

uma ensalda catalã,

uma dama distante,

uma estrela brilhante,

uma banheirita de criança,

uma água de Andorra,

"una noche flamenca",

um amor impossível,

a gata cruzando a rua,

o sofrer universal,

o verso que se quer imortal,

a história de uma desdita,

o peito que inda palpita,

a palavra certa e não dita?

 

Às três e quarenta, "en punto",

ela me esperou em vão.

Escondi-me no Montjuich

olhando a cidade e a morte,

tão longe, tão perto,

lambendo minha face,

com língua de áspide,

secando minhas lágrimas,

com dedos de harpia,

tão perto, tão longe...

 

 

Página publicada em dezembro de 2014

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar