| Foto:  http://www.letraefel.com/  ELMO ELTON
      (Elmo  Elton Santos Zamprogno)            Poeta, historiador, jornalista.  Nasceu em Vitória, a 15 de fevereiro de 1925 e faleceu em 1987. Filho de  Fernando Zamprogno e de Adolphina Santos Zamprogno. Pelo lado paterno descendia  de uma família de pioneiros da imigração Italiana no Espírito Santo. Fez os  primeiros estudos em Vitória e o curso de jornalismo na faculdade de Filosofia  o Rio de Janeiro. Em 1947, obteve o 2º lugar no concurso para escola do  "Melhor Poema" espírito-santense, durante a 1ª Quinzena de Arte  Capixaba.           Trabalhou na Companhia Vale do Rio  Doce, em Vitória. Foi funcionário da legião Brasileira de Assistência, no Rio  de Janeiro, aposentando-se no cargo de Diretor de Divisão. Obras Publicadas: "Marulhos" (versos, 1946);  "Heráldicos" (poemas, em duas edições, 1952 e 1968); "Dona  Saudade" (poemas, 1954); "O Noivado de Bilac" (ensaio, 1954);  "Áurea Pires da Gama – perfil de uma poetisa angrense" (biografia,  1975); "Cantigas" (trovas, RJ, 1976); "Amélia de Oliveira"  (biografia, RJ< 1977); "A Família de Alberto de Oliveira – Os Marinos  de Oliveira" (RJ, 1979); "Poetas do Espírito santo" (1982);  "Tipos Populares de Vitória" (1985); "Logradouros Antigos de  Vitória" (1986); "Velhos Templos de Vitória e outros temas  capixabas" (1987); "São benedito: sua devoção no Espírito Santo"  (1988).     REZENDE, Edgar.  O  Brasil que os poetas cantam.  2ª ed. revista e comentada.  Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos,  1958.  460 p.  15 x 23 cm. Capa dura.   Ex. bibl.  Antonio Miranda
     CANTIGA DE UMA RENDEIRA     Nascida  no mar, Só vivo a cantar...
 Além de praieira,
 Sou linda rendeira...
   Das  aves aos chilros, Eu troco estes bilros...
 Os mimos que teço
 Não são de alto preço...
   Para  fazer rendas,Recebo encomendas...
 E sobram fregueses,
 Senhores, às vezes...
   Meus  alvos trabalhos, De graça não falhos,
 São véus de noivados...
 São finos bordados...
   Quando  há casamentos, (Que doces momentos!)
 As noivas vizinhas
 Me trazem mil linhas...
   E  franjas, e bicos, Também crivos ricos,
 Me ponho a tecer,
 Com grande prazer...
   Nos  dias de festa, Daqui saio, lesta,
 Vendendo, com frutos,
 Tão belos produtos...
   Na  aldeia querida,Já sou conhecida...
 Meus leves rendados
 Não são desprezados...
   Sou  ágil rendeira...Sou terna praieria...
 Aqui neste Norte,
 Quem tem melhor sorte ? !...
       POEMA  DA  BAHIA     Baiana bonita, Vestida de chita,
 Coberta de flores,
 Com gírias na boca,
 Cheínha de dengues,
 Que mexe os quadris,
 Que dança, gingando,
 Nas pontas dos pés,
 Que canta na rua
 Saudades do Congo,
 Você é morena,
 Você é mulata,
 Você é cafusa,
 Você é mestiça,
 Você é Brasil!
   Baiana bonita, Crioula faceira,
 Que vende nas feiras,
 Sambando e cantando,
 No seu tabuleiro,
 Cheirando a jasmim,
 Gostoso abará,
 Bolinhos de aipim,
 Cuscus, vatapá,
 Cocada e carinhos,
 Você é feitiço,
 Você é magia,
 Você é macumba,
 Você é mandinga,
 Você é Brasil!
   Baiana bonita, Menina dengosa,
 Que  faz oração
 Pro Deus do Bomfim,
 Que faz canjerê,
 Que faz candomblé
 Se quer ter amor,
 Que crê em olhados,
 Que faz benzimentos,
 Que tem santo-forte,
 Que faz seus despachos
 Nas encruzilhadas,
 Você é Bahia,
 Você é rainha
 Do nosso Brasil!
                   (“Dona Saudade”)   
 TROVAS 2.  TROVAS.   [Seleção  de Edson Guedes de Morais]: Bastos Tigre, Batista Capellos,  Belmiro Braga, Benedita de Melo, Carlos  Guimaraens, Carolina Azevedo, Catulo Cearense, Cícero Acaiaba, Cleoniice  Rainho, Djalma Andrade, Durval Mendonça, Edgar Barcelos, Edmar Japiassu Maia,  Edna Valente, Elmo Elton S. Zamprogno, Elton Carvalho, Emiliano Pernete.    Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2013.   17x12 cm.
 edição artesanal, capa plástica e espiralada.
 Ex. bibl. Antonio  Miranda
   
 
 
 
 
 
 
 
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 Página ampliada e republicada em março de 2023+
           Página  publicada em dezembro de 2019   
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