EDY SOARES
EDY SOARES (Edmardo Lourenço Rodrigues) nasceu na cidade de Ibatiba, no Estado do Espírito Santo, em 10 de setembro de 1964. Atualmente mora em Vila Velha-ES
Filho de pais agricultores, viveu nos Estados Unidos entre 1991 e 2006.
Autor dos Livros "Poemas, Canções e Sonetos" e “Flores no Deserto”foi contemplado com o troféu Carlos Drumond de Andrade em outubro de 2015 em Itabira- Minas Gerais.
É empresário do ramo hoteleiro e amante da trova. Presidente da UBT= União Brasileira de Trovadores, seção municipal de Vila Velha/ES, onde reside. E é também o presidente estadual da entidade.
Biografia extraída (parcialmente) de http://falandodetrova.com.br/
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VOZES DE AÇO. XVIII Antologia poética de diversos autores. Homenagem à poeta Astrid Cabral. Org. Jean Carlos Gomes. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2016. 100 p. 21 x 15 cm
Ex. bibl. Antonio Miranda
TEMPO BOM
Ah... Eu sou do tempo
De estradas de terra e porteira;
De carros de boi e poeira;
Dos pés descalços no chão.
Eu sou do tempo
Dos mata-burros e tronqueiras,
Das broas de fubá e fogueiras;
E dos bailes lá do sertão.
Eu sou do tempo
Dos coretos, leilões e fartura;
Quando amantes, sob o brilho da lua,
Declaravam amores e paixões.
Nesse tempo,
A labuta era a sina do dia,
Mas, quando o sol enfim se escondia,
Reuníamos aos som do acordeom.
E, seguindo a sanfona e o violão,
Rodopiávamos ao som da canção,
E não faltava um trovador
Tempo, tempo!...
Traz-me de volta a ternura,
A simplicidade e a doçura
Que o progresso levou.
FLORES NO DESERTO
Deserto de flores magras
Que definham,
Que o sol castiga,
Pois falta água,
De sede murcham,
Mas são flores.
Deserto de crianças magras
Que definham,
Que o sistema castiga,
E falta água.
Ninguém as escuta,
Mas são crianças.
Flores que choram o chão,
Crianças que choram o pão,
Que despetalam,
Que o mundo condena.
São pequenas flores
Que ninguém colhe,
Que ninguém acolhe,
Mas precisam de amores
Porque... são flores!
MINHA FLOR
Quisera eu
conservar-te latente,
preciosa semente,
que gerou linda flor.
Quisera eu
dormir ao teu lado,
acordar embriagado
no teu primeiro amor.
Quisera eu
molhar-te amiúde,
regar-te com perfume
e assistir-te crescer.
E no desabrochar
dessa flor mais bela,
ser a tua sentinela,
só pra te proteger.
Seria eu
o primeiro a colher-te
e, grudada em meu corpo,
levar-te aonde eu for.
Seria eu
colibri sorridente,
saciado e contente
com o doce néctar da flora.
mas, mesmo sabendo
não ser eu o primeiro,
não serei derradeiro
e nem perdedor.
Pois tu és linda,
que sejas bem vinda!
Já és rosa feita.
Serei o teu servo,
sempre a teu dispor.
Página publicada em setembro de 2020
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