POESIA INFANTIL/ INFANTO-JUVENIL
Coordenação de LILIANE BERNARDES
WILSON PEREIRA
Wilson Pereira nasceu a 1º de setembro de 1949, em Coromandel – MG. Viveu sua infância e juventude em Patos de Minas, de onde mudou-se para Brasília, em 1976. Professor universitário e assessor legislativo aposentado da Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde ingressou por concurso público. Formado em Letras e Mestre em Literatura Brasileira, pela Universidade de Brasília. É Coordenador-Geral do Centro de Informações e Biblioteca em Educação – CIBEC, do INEP/MEC.
Poeta, contista, cronista, ensaísta e autor de textos infantis. Publicou os livros de poemas: Escavações no Tempo, 1974; Menino sem Fim, 1988; Pedras de Minas, 1994; os livros infantis Pé de Poesia, 1995; Vento Moleque, 2002; Riozinhos de Brinquedo, 2006; e o livro de contos Amor de Menino, 1997. Publicou recentemente a antologia A Pedra de Minas – Poemas Gerais, que reúne poemas dos três livros editados e mais um livro inédito (Decantação) Participa de diversas antologias poéticas, entre as quais Antologia da Nova Poesia Brasileira, org. de Olga Savary, publicada em 1992, e A Poesia Mineira do Século XX¸ org. de Assis Brasil, 1998.
Premiado em diversos concursos literários de âmbito nacional. O livro Pé de Poesia, hoje na 5ª edição, recebeu o selo “Altamente Recomendável”, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, e foi incluído na lista dos cem livros escolhidos para o Programa Nacional de Bibliotecas Escolares – PNBE, do MEC, em 1999.
Wilson Pereira tem poemas traduzidos na Argentina, Itália, Colômbia e Romênia. Publica, esporadicamente, poemas, resenhas e ensaios em diversos jornais e revistas do País.
Obras do autor: Escavações no Tempo(poemas), 1974; Menino sem Fim(poemas), 1988; Pedras de Minas(poemas), 1994; Pé de Poesia(literatura infantil), 1995; Amor de Menino(contos), 1997. Vento Moleque(literatura infantil), 2002; Riozinhos de Brinquedo(literatura infantil), 2006; Rãzinha que queria ser rainha (Callis, 2008); A Pedra de Minas – Poemas Gerais, que reúne poemas dos três livros editados e mais um livro inédito (Decantação)
Participa de diversas antologias poéticas, entre as quais Antologia da Nova Poesia Brasileira, org. de Olga Savary, publicada em 1992, e A Poesia Mineira do Século XX¸ org. de Assis Brasil, 1998.
Inéditos:A Pata Feldspata (infantil)/ A Lagartixa Pintada (infantil/ Menino Devoto (infanto-juvenil); Pó de Poesia; (infantil); A Noite – casa dos sonhos (poemas); O Estranho de Mim (poemas)
Wilson Pereira: wilson.pereira@inep.gov.br
O gato
De olhos acesos
o gato persegue o rato
e calcula o salto
o gato o rato
cada um com seu ato
o gato com o g da gula
o rato apenas rói
O gato o rato
o pulo ex(-r)ato
o gato mastiga o rato
que já não o intriga
mas o integra
o gato agora
caminha lento
e
grato.
O SINO
1 -
O som sim
sim o som
do sino
fino bom
um hino
o som
do sino
ao me acordar
menino.
2 -
Quando anunciou
o longo sono
dos meus
mudou-se
o som do sino:
tão sem tom
tão tão tão.
NA ESTAÇÃO
Esse poema (Na Estação) é para ser lido imitando o som do trem; o ritmo deve ser acelerado gradativamente, diminuindo novamente no apito final.)
O AMIGO
O menino,
brincando,
inventa o amigo
que precisa
e põe a mão de brisa
no ombro de sua sombra.
O menino
- birrento -
queria porque queria
tirar a casca fria
do vento.
PANO
São tecidos
de frio e luz
os fios azuis
da madrugada.
LUAR
A lua,
borracha de luz,
vai apagando devagarinho
o escuro dos caminhos.
BRISA
Dia de sol
e de frio
uma sombra
vai molhando o rio.
ANJO DA TARDE
Dia agonal
desce o anjo da tarde
no ocaso dos sinos
e borda sonhos
nas bordas das fronhas
sonhos bons, sonhos lindos,
para quando dormirem os meninos.
ARCO-ÍRIS
O arco-íris
cruza toda a tarde
por ele vão passando anjos
para os confins da eternidade.
LUNAR
A cidadezinha
encostada no rio
dorme devagar
branca de frio
e de luar.
MUSEU
Nesta cidade
tudo está parado,
só as ruas andam
para o passado.
Página publicada em junho de 2008
O SAPO
O sapo
bom de papo
coaxava coagia:
Jilda,
minha jia,
eu te guio
te levo pro rio
te cubro do frio
te dou um inseto,
Jilda,
eu te completo.
O sapo
só
falava,
não agia;
Jilda só disse,
rouca de meiguice:
– sapo,
eu te capo!
Desenho
O menino
desenha um pássaro
e sua alegria
é tanta
que o desenho
se anima
e canta.
O Espantalho
O menino
desenha um espantalho
rindo
com as mãos em galhos,
os dedos se abrindo
e dando frutas
aos passarinhos.
Encanto
O menino
vê a borboleta
sobre a flor
e se encanta.
a borboleta voa
o menino se espanta:
– mãe, olha
a florboleta voando!
Pirilampos
Os tantos pirilampos,
com as lanterninhas verdes,
vão tecendo suspensas redes
de iluminados pontos
no escuro dos campos.
os olhinhos do menino
piscando flertes,
espantados de encanto.
Aquário
Miúdos peixes mergulham
entre paredes de acrílico;
seus pensamentos borbulham
em momentos líricos.
Dançam os peixinhos
em movimentos livres;
o que buscam seus olhinhos
além do mundo de vidro?
Com o que se comunicam?
Minha Namorada
A minha namorada
como é bela!
Vou levar pra ela
uma rosa rosa,
da cor de sua pele.
A minha namorada
como é querida!
vou levar-lhe
uma margarida.
A minha namorada
tão delicada,
um brotinho...
dou-lhe rosas brancas,
sem espinho.
A minha namorada,
fico emocionado
quando a vejo!
Vou dar-lhe agora
um punhado de amoras
para colorir o seu beijo.
Ninho do Sono
Na rede da varanda
o menino
se põe a balançar
pra lá pra cá
pra lá pra cá
e deixa-se embalar
leve voando.
O sono bem mansinho
vem perto pousando
e num instante
pega no colo o menino
e leva para o seu ninho. |