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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

SIDS OLIVEIRA

 

 

 

“Sids Oliveira, poeta brasiliense, coligiu a matéria de sua poesia pela vida afora: desde a adolescência com grupos de punk rock, em movimentos sociais, depois com a música em forma profissional, com o grupo Maya Desnuda e agora com o projeto O Grande Barco (www.myspace.com/ograndebarco). Com um livro-cd publicado pelo Círculo de Brasília Editora apoiado pelo FAC-DF e intitulado Um dedo de Prosa, Uma Mão de poesia, Sids e O Grande Barco brincam a valer com as possibilidades de intersecções entre a poesia e a música, a qual denomina de Poemúsica. Vale dizer que o seu veio poético e que a sua ligação com a poesia vem desde o momento em que começou por observar e a sentir-se envolvido com os eventos ao seu redor. Daí então começou a escrever, primeiramente sobre uma ala mais subjetiva para, em seguida, deslanchar numa escrita mais telúrica e social. A sua linguagem ergue-se do olhar de menino que passeia pelo Gama-DF, da sua relação com a sua cidade natal, Brasília-DF e, já adulto, de seu contato com os lugares por onde passou: cidades reais e invisíveis, do profundo em seu âmago”.

Adriana Sacramento

 

 

DEPOIS DE TUDO

 

Foi numa rua da baixa em Lisboa, por volta de um mil novecentos e quinze, que conheci Fernando Nogueira Pessoa. Nosso mestre havia morrido e, por detrás das nuvens, o céu estava mais belo e porque não dizer mais colorido, ainda que não o conseguíssemos ver, sentíamos os seus encantos. Não trocamos palavras, de palavras sabia o mestre que as considerava desnecessárias, salvo quando a falar de seu rebanho guardado, de suas sensações à luz. Fernando mostrou-me coisas de seu desassossego. Eu só entendia o mestre, ainda que não tivesse nada a entender. O mestre, naquele instante, era o tudo a refletir e a reverberar dentro de mim: as nuvens do céu nublado, o céu por detrás das nuvens e essa mania de nos fazer conhecer gente da qual gostamos e seguimos a gostar. Corre-se o tempo e sinto-me criança ao lembrar do mestre e a sentir saudades do Fernando. Há poesia bastante aos trinta e quatro anos de idade pelas ruas vazias e cheias de nada de Brasília, em dois mil e cinco, depois de Cristo, depois de tudo.

 

 

ARVORAVA-ME

 

Arvorava-me pelas árvores, quando menino.

Arvorava-me em dissabores e deleites.

Abraços de subidas, de descidas e de estadas,

e por alongadas, esticadas, riscos, saltos e sustos,

arvorava-me, abacateava-me, mangava-me, amorava-me,

em sulcos, frutos da terra que me desprendia e me conectava

com o arvorar de raízes SolEstreLares.

 

 

SIDÉREO

 

Para Haroldo de Campos, em memória

 

sidéreo em poeira âmago pelo gama e acima da rua

que só rua que só sua que só nua que só nu por onde

não se andou nem passou nem sonhou andar que o vi

em galáxias de gala galante e galanteador

desconforme do fácil fraseado que por abismos

síntese fotossíntese em papel árvore frutífera de

touros e círculos-não-círculos e por países e plumas

espumas de pedra e fontes e pontes o leão-homem de

campos haroldo aragem interage ao vento concreto

que ventila e poestica poeira póstumum homenagem

em palavras palavrasouro a constelar por si em si

ensimesmado ensimesirmão ensimesóculos

ensimeslivros livre livro livres livroestrelas

livreestrelas estrelascampos camposestrelas

campospalavras palavraaragem do som em som e

silêncio e paz frieden pace paix peace paz(agem)

 

 

 

É DE TERRA O CAMINHO

 

Já chamaste a Terra de mãe?

É viva a voz que te alcança.

E a que lanças, vive!

 

Vês o olho antes do olhar?

Estás a todos interligado.

É de terra o caminho que trilhas.

 

Por quais ruas caminham as respostas?

Perguntaste ao dia pela noite.

Inspira palavras soltas a poesia.

 

Já cantaste o canto profundo da Terra?

 

 

Extraídos de Um Dedo de Prosa, Uma Mão de Poesia.  Círculo de Brasília Editora; FAC-DF, 2005.  80 pg.


OLIVEIRA, Sids.  Um dedo de prosa, uma mão de poesia.  Brasília: Apoio:  2005.  80 p.  20x20 cm.    ilus.  Projeto gráfico, diagramação e ilustrações: Angélica Lira. Capa: Regina Pessoa. Ilustrações baseadas em fotos de Sids Oliveira e Adriana Sacramento.   Inclui CD “O Grande Barco”. Apoio FAC. 

 

 

 

SIDS OLIVEIRA - o Grande Barco, A Flora - apresentação durante a Feira do Livro de Brasília, 2009 anunciando a II Bienal Internacional de Poesia de Brasília.

 

SIDS OLIVEIRA - O Grande Barco -na Pré-Bienal  - BIP, na Biblioteca Nacional de Brasília, 2010, Inlcui "No Meio do Caminho", na voz de Carlos Drummond de Andrade, com intervenção poético-musical de Sids Oliveira e os músicos do Grande Barco.

 

1ª.  BIENAL DO B – A POESIA NA RUA.  26 a 28 de Setembro de 2012.   Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col.  17x25 cm. 

 

 

[...]   sorte do mundo Lurdes Pancararu não ter racionalizado
e só brincado, subjetivado, a viver,
sorte do mundo ter quem sonhe e se mantém acordado,
o mundo não é um jogo de dados,
sente sua, sorte minha, ter eu e você.

 

 

FINCAPÉ – Coletivo de Poetas. Org. Menezes y Moraes.  Brasília: Thesaurus Editora, 2011.  280 p. 280 p. 
12,5 X 22, 5 cm     ISBN 978-85- 7062-969-                 
                                           Ex. bibl. de Antonio Miranda



        Linha dourada

Para Luz Amorim e Açougue Cultural &-Bone
   



Linha inútil,
como todo poema,
onda tênue

O homem pede pro pão,
mas quer tomar cachaça.
Livros tomam chuva
na parada com vento

Aram-se campos folhas
cantam o intento:
pode pegar e levar
o dicionário fácil

O folhoso volume
o tomo verde opaco
um Drummond bem velhinho
ou Manuel de Barros.

Pedestre acena a mão,
empulhando Leminski
pro coletivo cego
que segue firme-torto.

No açougue leem-se livros.
cortam-se carnes a gosto:
T-Bone.

LinHa OnDuLaDA... a dEvorarAs, éS DeVoRAdo
ou oNduLas CoM eLA. N       pARadA?

 

 

Asas

Brasília:
o chão a refletir o sol a clarear o céu
Esse vazio me enche.

Brasília:
o céu a refletir o chão a clarear o sol.
Esse vazio me prende.

Brasília:
o sol a refletir o céu a clarear o chão
Esse vazio de chão.

Brasília:
o chão, o sol, o céu...
Esse vazio na gente.

Brasília:
por entre as quadras do grande pássaro
pulsam-me asas
Asas


        Avião

      
Voando como um pássaro,
       Olhando por cima, Brasília
       É como um avião.



               Só Rindo

          
Esplanada do povo
        Policiais e cassetetes
          Só rindo de novo.



                                           Mil  Beijos


                                               Protesto
                                            Estudantil
                                             Mil beijos

*

Página ampliada e republicada em outubro de 2023

 

 

 

Página publicada em abril de 2008,ampliada e republicada em dezembro 2010; página ampliada em novembro de 2020




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