Foto: (2008)
SÉRGIO LOHMANN COURI
Sérgio Lohman Couri nasceu em Brasília (DF) em 1981. Formado em Comunicação Social, descobriu o gosto pela poesia aos 14 anos de idade.
Foi essencialmente influenciado por Baudelaire, Jacques Prévert, Verelaine, Cruz e Sousa, Ferreira Gullar e Vinicius de Moraes.
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“Sou redator publicitário, poeta nas horas vagas. Acredito em um ponto máximo a ser atingido em qualquer gênero de redação, por isso busco consistência e precisão em minhas tarefas. Leveza e espírito de equipe são parte dos meus princípios, pois busco resultados plenos.”
Blog do autor: www.blogger.com/profile/10800246851621798844
COLETÂNEA DE POESIAS – PRÊMIO SESC DE POESIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 2008. Brasília. DF: Serviço Social do Comércio do Distrito Federal SESC DF, 2008. 185 p. Ilus. fotos dos poetas e do júri.
PÁRA-QUEDAS
Sentir salivar, topar com o azul esfera.
Sempre o azul, meu único motivo sem motivo,
Se espraia, se sopra, alóctone.
Me acerta no espelho retrovisor.
Portfólio de instantes, tão breves. São úteis? Não.
Figuras são, que não são não estão.
Dá-lhe coca-cola, avisa o banner da padaria, e me acende o
seu vermelho aconchegando-se no azul...
O céu, não fica: significa. Não há.
Eu justo, dentro de um fiat-uno, pára-brisa arranhado, pára-
choque vacila,
pára-raios da vida.
Tudo se integra e harmoniza em minha impressão visual, eu,
perna-de-calça sonhando, errando os minutos da agenda do
espaço das causa, menino se ajuíza, trovão. Panificadora
Planalto, rua Belém-Brasil. Micro-adrenalina nas costas de
um vira-lata perneta que vem e sai rápido, rápido, rápido...
Trejeitos faces temas notícias. Eu vou, agora eu vou chorar.
Rápido se foi, pai do instantâneo, avô do cadê, bisavô do não
É. Não é. Não há.
O que se capta no ar, no ar se resolve.
O lar pode ser pára-quedas, pára-raios da vida.
Página publicada em agosto de 2020
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