SABRINA FALCÃO
Reside em Brasília desde 2003. É artista plástica, poetisa e contista. Desde 2010, interpreta poesia e conta histórias em bares, cafés, bibliotecas e eventos culturais.
MACIEL, Adyla. Voz: poesia alada. Brasília, DF: Verbis editora, 2016. 124 p. ISBN 978-85-62781-26-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
REALIDADE DO GUERREIRO
Não é conto de fada, a realidade
Eu nunca acreditei que a vida é só felicidade
Não somos perfeitos
Vacilos fazem parte
Mas só fazem sentido se rolar aprendizagem
Se tem Amor
Mancada só sem querer
Mais atenção e humildade para poder reconhecer
E guerreiro que é guerreiro
Sabe de tudo isso
E sabe que para vencer é preciso ter compromisso
A FANTÁSTICA HABILIDADE
a Fantástica habilidade
De deslocar e dissociar a inércia da inquietude
O medo imposto pelo sistema faz a inércia da socieda-
de que me causa inquietude
Se sou inquieta
A culpa é da inércia
DESINTERESSE
Desinteresse
Aquela pouca atenção
Que é quase descaso
Que não é nem deixa de ser
Um quase nada daquilo que não existe
Não tem como dar aquilo que não tem
SEU BEIJO
Seu beijo arrancou tinta da minha boca
Doce
Passei três dias
Me sentindo suspiro
Hoje me sinto nuvem
E quando o sol se por
renomearei as estrelas reinventando
o céu de sua boca.
QUIMERA
Quem dera em todas as portas houvessem flores
Em todas as casas, amores
Em todas as ruas, coares
Quem dera o mundo tivesse menos dores
Com certeza todas as entradas teriam flores
Teríamos mais louvores e menos clamores
Quimera
MEU RITO
Me guardarei num acaso escondido
Meus versos sumirão quando nada fizer sentido
E serei como um mito
Andarei pelos trilhos
E só o Amor será meu rito
Página publicada em julho de 2020
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