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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



PAULO OHANA

 

 

Paulo Ohana Pinto de Sant'Ana é brasiliense nascido no dia 2 de junho de 1989. Desde muito pequeno começou a se interessar pela poesia. Mais tarde conciliou esse interesse com a música. Tendo estudado na Escola de Música de Brasília por dois anos, o violão passou a ser seu companheiro de todas as horas. Músico, cantor e compositor, já musicou alguns de seus poemas. Em 2008 concilia tais atividades com a de estudante de História, na Universidade de Brasília. Seu primeiro livro de poesias, publicado em 2007, é Superficial Profundo Vão. Se não o encontrar na livraria de sua preferência, entre em contato com o autor: p_ohana@hotmail.com .

 


 

  Duas gerações da poesia nascida em Brasília:

Nicolas Behr entre Paulo Ohana (esq.) e Bruno Soares 

 

 

Universubjetividade

 

 

eu

quem eu quiser ser

 

no canto

na voz

no grito

 

eu

quem me quiser ser

 

calado

no gesto

escrito

 

eu

além disso nada me resta

 

eu

infinito

 

 

***

 

 

Ler

Para deglutir o som Para arrebatar a idéia que a tinta traduz Para absorver a substância pura Para reverberar o som dentro do estômago Para vomitar o som Para respirar a fuligem das letras e o pó antiqüíssimo da Existência e extasiar-se ao encontrar a resposta...Para não sobrar espaço

 

 

Ler

 

                                              para

 

                                 procurar

 

o

 

              que

 

                                                sobrou

 

no

 

 

 

 

espaço

 

 

***

 

 

Submundo

 

Quem passa por debaixo da escada

come a poeira dos sapatos alheios

mas dá risada dos homens que sobem

(e não sabem)

 

No final, todo mundo acaba

debaixo da terra

 

 

*** 

 

 

Prestigiando o lançamento de Superficial Profundo Vão:

1.Marcílio Sant'Ana, pai do autor, e o poeta Donaldo Mello;

2.Escritor Paulo da Mata Machado;

3. Cineasta Bernardo Bernardes 

 

 

o Ovo 

 

 

quando eu estiver nu

e me vestir

quando estiver vestido

e me despir

quando a luz clarear

o breu cobrir

quando a porta fechar

a janela abrir

quando eu entrar, sair,

voar, cair

quando a porta bater

quando eu trancar, destrancar...

quando eu dormir

quando eu acordar

quando eu parir

quando eu quebrar a casca do Ovo...

 

o Universo vai sumir

e nascer de novo

 

 

 

***

 

Canção pós-moderna*

 

 

Palavras a fio...

 

Palavras mudas

Sem cabimento

Flutuando na superfície

Do impermeável universo

Do muro, da tela, do chão

Códigos de alucinação

Sutil vil ilusão

Os meus pensamentos vão morrer nessa canção

Os meus pensamentos vãos

 

Palavras cegas

Quase ao relento

Mesmo que intrépidas

Disfarçadas

Pois é fato que já não as vejo saírem de ti

Tua presença sem expressão

e os teus olhos, onde estão?

Os meus pensamentos vão morrer nessa canção

Os meus pensamentos vãos

 

 

Quem sabe

o superficial e o profundo vão

se juntar agora?

As portas estão fechadas

somente pra quem está do lado  de fora

 

Tua presença, teus olhos, tua voz...

(onde estão)

Palavras ditas, sentidas?

(não)

Palavras simplesmente transmitidas a fio

 

Uma distante sensação

Hipnose e confusão

As idéias vêm, mas vão

Num carrossel de solidão:

Os meus pensamentos vãos

 

 

* poema musicado pelo autor

 

***

 

Publicação proposta por Donaldo Mello e Inês Sarmet

Contato: poesiaamazonas@gmail.com 

 


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