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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



OSWALDO PULLEN

Pintor, cartunista, escritor e poeta, nascido no Rio de Janeiro.  Vive em Brasília. O livro dele 22 poemas é artesanal, feito à mão.
Página do autor:
www.oswaldopullen.com

 

PULLEN, Oswaldo.   22 poemas. [Brasília, DF: s.d.]  29 p.  13x21 cm.  capa papel kraft, edição  costurada à mão, tiragem 300 exs. Numerados e assinados pelo autor.  (EA) “ Oswaldo Pullen “ Ex. bibl. Antonio Miranda “

 

A mulher improvável

 

Porta, como as outras portas

Porque não se abre?

Que conluio é este entre você

e a campainha

no silêncio só mas convulso

meu e desta sala?

Ela vem, você não me enganam.

Inda que tarde, alguma desculpa

Alguém que foi ver, uma tia

O pastor de alguma igreja

só dela, secreta, mentira bem-vinda

— É claro que entendo!

 

Dói só um pouquinho.

O que dói mesmo é esperar...

 

 

Bricadeiras

Vou brincar

de ser você
para ver
de algum lado
um outro lado,
aquele lado
onde está

E quem sabe

de repente
eu me vire
a me ver
tão diferente
de relance
em seu olhar

Por breve

neste jogo
ver-me-ei
tão de frente
sem o julgo
meu intento
meu alento

Ou mera invenção...

 

Beirafim

 

Passo um pente no dia mocho

(nem o sol,

nem retalhos na calçada)

cheiro de cadáveres

um sonho roxo

e fastio

 

Já não há verbo que me enrede

nas suspeitas que me invente

nem Maria

nem Cristina

para a boca bruxa desta baba farta

 

Cheiro do dia-dia

metade trouxa e hora clara

 

—Baila um bolero coxo

em meu rosto

a sua luz tão vária

Venta, e a pele engelhada dos

ventos vadia.

 

Não é a mesma:

fala em arrancos

e se ausenta

Beirafim do dia-dia

 

Tua mão

 

Sonhei a tua mão

irisida:

 

Tocou-me, santa

onde retrátil

sou meu salto

a alguma órbita

inavegada

 

Ergui-me todo,

a brandir

esta minha faca

em brasas.

 

 

O Fio Elétrico

 

Monto e desmonto nas palavras

num acesso de tosse

em fios de alta tesão.

 

Se troco o passo

ou meu traço travo em fio errado...

 

Sou eu quem pago

mesmo que entanto me ponha

saibro, sabre, terra em aço

aço na terra em que traço

aterrado.

 

O Quadro

 

Da parede, um quadro mira o meu quarto.

É urna estrada, e vem dar em mina

 

Do quarto eu miro o retrato

O que é o quê?

 

— Eu me pergunto, e assunto

se na paisagem se dependura a moldura

ou se tudo é janela entre eu e a pintura

que faz um louco de um Oswaldo deitado

dentro daquele quadrado

 

Tudo é igual. Tudo se repassa.

O Oswaldo louco me pinta aos poucos:

Sou um manso em tons pastéis

Tudo é igual, eu assunto.

Quem será que me olha, eu me pergunto

por detrás de todos os pincéis?

 

Onde é a frente? Em que tempo estou?
Sou presente ou me dissolvo?
Pinto, preservo, ou me comovo?

 

No quarto, me mira um quadro.
No quadro, um louco

                    me muda um pouco.

 

  

 

Página publicada em junho de 2008. Ampliada e republicada em setembro de 2014




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