MURILO KOMNISKI
MURILO VIEIRA KOMNISKI. MURILO VIEIRA KOMNISKI nasceu em São Paulo, em 1973. Possui Graduação em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (1998), Mestrado em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco - IRBr (2003), área de concentração em Relações e Negociações Bilaterais e Multilaterais, e Curso de Altos Estudos (LX CAE) no IRBr com a tese "O Conselho de Direitos Humanos e a Atuação do Brasil.
Publicou os livros de poesia "Buritizal" e "Poema de amor e outras vozes", pela Ed. 7Letras, assim como livros, artigos e exposições fotográficas no Brasil e no exterior. Seus textos já foram encenados no Teatro Nacional de Brasília, receberam menção honrosa no Prémio Xerox e foram expostos no Fórum Social de Imigração.
SER POETA É SER LIVRE
Fincar mãos e pés no ar chão
Ser Poeta é Ser Livre
Tecer mantos de fé Romper campos em vão.
Ser Poeta é Ser Livre Compromisso nenhum.
Pesadelo de Freud? Sem limites nem pão?
Ser Poeta é Ser Livre
Esticar até o fim:
molas, porcas, engrenagens,
veias, genética, cadeias,
cromossômicas, bites, inter-redes-mundiais:
Nada Vale.
A olhos nus, fuzil e pontaria, Flor do Lácio última e primeira.
Vem a Palavra e
diz basta, de limite, de pele, de cactos ou rosa xá.
Ser Poeta é Ser Livre.
SER POETA É SER LIVRE
Fincar mãos e pés no ar chão
Ser Poeta é Ser Livre
Tecer mantos de fé Romper campos em vão.
Ser Poeta é Ser Livre Compromisso nenhum.
Pesadelo de Freud? Sem limites nem pão?
Ser Poeta é Ser Livre
Esticar até o fim:
molas, porcas, engrenagens,
veias, genética, cadeias,
cromossômicas, bites, inter-redes-mundiais:
Nada Vale.
A olhos nus, fuzil e pontaria, Flor do Lácio última e primeira.
Vem a Palavra e
diz basta, de limite, de pele, de cactos ou rosa xá.
Ser Poeta é Ser Livre.
Vá.
PALAVRA
(poema repente)
Pois que não existe a língua das línguas
Não existe certeza firme, pura
Talvez reza que diz que cure, cura
E as estrelas querem mesmo é dançar
A palavra tem cheiro, tem intrigas
Guarda mais que beleza, belezura
Salve a delicadeza da textura
Dos teus lábios que formam o verbo amar
Escolhi o português a dizer tudo
Quase nada que vem e vai em mim
Mas também o francês o inglês o russo
Tem sua flor sua destreza tem seu fim
Eu saí viajei percorri mundo
Vi criança chorar, pai não acudir
Fiz o inverso do verso além do fundo
De um mar que não se vence sem sentir
A palavra me atiça com carícias
Guarda mais que altivez, guarda bravura
Salve a delicadeza da textura
Dos teus lábios que me fazem
sorrir
E ainda assim temos gente
que não entende
Poesia não se compra nem se vende
Sê certeira que nem bote de serpente
Quando vê já tá no chão tá prá morrer
Quando vê já tá no chão tá prá morrer
Quando vê já tá no chão tá prá morrer
Dizem
Os mais velhos e, sempre, os mais loucos,
Da escuridão há de
brotar um grão de luz
Aguardo.
Espreito.
Resisto.
Nada vem.
Espreita-me
os ossos, a face,
os cabelos já brancos.
Tenho tios mortos
de faca, avô, de tiro
e muitos irmãos
de pobreza e inanição.
Não tenho o direito de desesperar.
Página publicada em dezembro de 2017
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