MARIA MAIA
Maria Maia nasceu no Acre e reside em Brasília. Publicou poesia no livro Mais Uns - coletivo de poetas, na Revista Gárgula e na antologia Espelhos da Palavra. Escreveu os livros de poesias Elosderos, Tantos a Tanatos e Meu Duplo Nada, todos inéditos. Publicou de forma independente os ensaios Cinutopia e o roteiro Mal da Lua. Escreveu o ensaio Escritura Fílmica: dramaturgia do enredo e dramaturgia da forma, que defendeu para obtenção do grau de Mestre em Comunicação Social na Universidade de Brasília. (...)
Realizou vídeo-poemas: O breu não atinge o Jordão, Tardas Horas e os vídeo-fragmentos Deuses na Cidade e Eldorado, baseados em Heráclito. Dirigiu também as video-adaptações Espelhos Abomináveis (baseado em JL Borges) e Inferno e Paixão ( baseado em Clarice Lispector). Além dos vídeos Um Dia no Juruá e Deuses no Juruá, este último em colaboração com o cineasta Rogério Sganzerla.
Realizou o CD-rom Acumularte, onde reúne seu trabalho em várias linguagens poéticas ( verso, vídeo e pintura ), roteiros e ensaios. [Notícia de 2001. Maria Maia reside em Brasília, DF]. Fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br
Extraído de:
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BRIC A BRAC 21 ANOS MAIOR IDADE. Brasília: Caixa Cultura, 2007. 112 p. ilus. col. 23x21 cm.. Exposição comemorativa . Curadoria e projeto expositivo: Marilia Panitz. Coordenação Geral: Luis Turiba. Inclui poemas visuais e arte gráfica. Inclui poemas visuais de Luis Turiba, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Zuca Sardanga, Nanico, Franciso Kaque, Wagner Barja, Paulo Andrade, Antonio Miranda, Bernardo Vilhena, Paulo Cac, Ariosto Teixeira, Elizabeth Hazin, José Paulo Cunha, Fred Maia, Nicolas Behr, Claudius Portugal, Ronaldo Cagiano, TT Catalão, Francine Amarante, Adeilton Lima, Maria Maia, Ronaldo Augusto, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, José Rangel Farias Neto, Menezes e Morais, Cristiane Sobral, Eduardo Mamcasz, Vicente Sá, Nance Las-Casas, Bic Prado, Angélica Torres Lima, Flavio Maia, Ronaldo Santos, Joanyr de Oliveira, Sylvia Cyntrão, Carlos Roberto Lacerda, Carlos Henrique, Fernanda Barreto, José Edson, Vera Americano, Alice Ruiz, André Luiz Oliveira, Carlos Silva, Charles Peixoto, José Roberto Aguilar, Estrela Ruiz, Renato Riella, Chico César, Francisco Alvim, José Roberto da Silva, Eudoro Augusto, Amneres, Gustavo Dourado, Alexandre Marino, e ilustradores: Resa, e fotógrafos, etc.
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GÁRGULA – Revista de Literatura. No. 1 - Brasília, 1997. [Instituto Camões. Impressão: Thesaurus Editora]
Ex. bibl. Antonio Miranda
TARDAS HORAS
São-me tão tardas horas
Em vão semelhates à tras
pasadas.
naus impossíveis esperadas de se
passar,
empioradas auroras em alto mar.
Sou-me em tão ficados tempos,
entre quedo, fincado.
Fiado ao vento que a trama
d´entonces desfia embaralhada;
sucumbo sem rir-te nem guarte
ao presente: trespassada
vontade de nadescer.
NAU LEVADA
E se Argos, negra nau, escapasse,
Como iria aos pélagos azulados?
(Já antes o Pélion foi pilhado
E o ouro todo da terra perdido)
Dou-te, Medea,
O garantido testigo de lá ter ido,
De nau levada:
Água e gelo
Em suspensão.
Túrgidas nuvens,
Temporais…
Os ventos assumiram o timão
E à terra ourada impeliram a nau.
O MERGULHO
No escuro sem chão, Eros,
às cegas, me acha.
Com a seta certeira me desacerta.
Acesa por um firo com fogo
mortalmente, o próprio
Amor.
Sob castigo pelo tempo
vago
atravesso obscura o Hades e o
horror.
Após a catábase, desvelada,
descubro
que nesta terra de maçãs
(apodrecidas)
o paraíso está perdido desde que
se fez a vida.
Engulo uma a uma as ordens
perversas
que a bela Deusa, desde o
Princípio a todos traça.
Cumprí-las causa-me engulhos:
"Ha um resto de terra que nos é
doloroso portar".
Atingida pelo desejo da Deusa
tenho a vontade humana vencida.
Tal Psiquê perdida, nauseada,
tateio, uma saída.
Só encontrou o mais fundo desvão
do teu mergulho.
Página ampliada em maio de 2021
VEJA mais poemas de MARIA MAIA em:
https://almaacreana.blogspot.com.br/2012/11/serie-poesia-acreana-maria-maia.html
Página publicada em julho de 2017