MARCELO SAHEA
Nasceu no Rio de Janeiro em 1 de Setembro de 1971. Vive em Brasília-DF.
Aos 15, passou a levar poesia a sério. Apresentou seu trabalho ao público em 1994, através de cartões feitos com ilustrações e poemas próprios, impressos em bureaus digitais. “Publicou” poemas nos ônibus de Brasília e de Santa Maria (RS) de 1995 a 2000. 2001- 'Ejs: e-book de poesia, pela editora Hotbook. 1 ano no ar e 15.000 downloads. Trabalhos publicados/divulgados: 2002- Poemas publicados em zines e revistas culturais virtuais.
2003 - Carne Viva : e-book de poesia. Registro de uma série de estudos com a palavra. Poesia visual. Braile. Palavras desenhadas. Síntese. Poesia caligráfica. Vocábulos fragmentados - a convite, poemas desse livro foram expostos na livraria de um shopping em Santa Maria e um deles foi publicado no jornal Comunicarte - Em novembro, a pedidos, edita Carne Viva com recursos próprios no formato livro.
2004 – Projeto Anzolhos: intervenção urbana – cartazes com olhares de artistas, espalhados pelas esquinas em postes, muros e tapumes – Santa Maria- RS - Bota no ar o blog Poesilha – www.poesilha .weblogger.com.br.
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olhos descalços
por gente baldia
(cacos de vida na vista)
e não me firo
para enxergar
remelas
tiro
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bico de seio e tecido
dedo na cera do ouvido
olho em contato com a lente
broca e dente
raios de sol nos cabelos
blondor contra os pêlos
pau e palma da mão
pés e chão
ponta da língua e latim
boca e batom carmim
cera bem quente no buço
lâmina e pulso
minha pele na sua
olho vivo e carne crua
liso bumbum de neném hímen e sêmen
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venha meu uivo
além da carne
seja meu grito
vivo e aceso
arda meu berro
que anda preso
brade meu brado e me despetale
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certos poemas vêm de repente
voam baixo passam rente
ônibus virando a esquina
certos poemas vêm num flash
queimando a retina
contorno forma consistência
certos poemas têm urgência
de vida e são precisos
pau que endurece sem aviso
latência
sorrisos
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minha língua molúsculo
entra em becos vadios
cava cavernas no escuro
vaza dos vaus sombrios
tua língua molúsculo
fonte de eflúvios efêmeros
nédio nácar que osculo
super gema do gênero
nossas línguas molúsculas
musculares púrpuras
lânguidas contíguas
línguas de fogo vivas
lesmas de libar salivas nuas e ambíguas
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para fome
de poesia
prato cheio
é página vazia
SAHEA, Marcelo. Carne viva. Poemas. S.l.: Edição do autor, 2003. 76 p. ilus. 13x10 cm. “ Marcelo Sahea “ Ex. bibl. Antonio Miranda
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Marcelo Sahea participou de Obranome II, mostra de poesia visual no Museu Nacional durante da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (setembro 2008), depois remontada no Parque Lage (Rio de Janeiro, 2009) e mais recentemente na Fundação Jaime Câmara (Goi8ânia, jan. 2010, cuja foto aparece aqui).
De
Marcelo Sahea
nada a dizer
São Paulo: e) editorial/ Annablume editora, 2010
ISBN 978-856314106-4
repito-me
repito e
repito
logo após
me repito
eco maldito
vindo de fora
para o infinito
SAHEA, Marcelo. leve. Santa Maria, RS: Gráfica Editora Palotti, 2006? 104 p. ilus. Capa (poema-objeto Pesadelo) e projeto gráfico: Marcelo Sahea. “ Ex. bibl. Antonio Miranda
fardo de vagar
tonta de lamber
sina de estar
e não caber
sabe desarmar
sabe revolver
seca de secar
úmida de ter
hálito de mar
ávida de haver
árida de lar
túmida de ser
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