LUIZ REIS
Nasceu em Brasília em 1973 e vive na cidade desde então. Possuí graduação em Filosofia pela UnB e mestrado em Teoria da Literatura também pela UnB. É poeta a muitos anos tendo publicado em diversas coletâneas como Novos Rumos pela editora SHAN de Porto Alegre em 2000 e Grandes Escritores da Casa do Novo Autor de São Paulo em 2000. ReVerTer Olhar! É seu primeiro livro individual lançado em 2006 pela editora Thesaurus de Brasília com o apoio do FAC projeto da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. O livro composto de três seções de poemas ReVerTer Olhar! Marginalia e 15 Poemas procura um espaço para uma poesia atual.
De
REIS, Luiz. Poemas da seca e das cigarras. Brasília: Centro Editorial/
Thesaurus, 2011. 77 p ilus ISBN 978-85-64494-29-9
V I D A
V E R T I
G E M
V I A
G E M
|
|
|
Delírios a vida
Firmando perceberes
Incrustar olhar.
Nitidamente deturpa
Estradas que cruza
Cintila inexatidão.
Sua respiração
-ofegante-
Diz de horizontes
A conquistar.
Terra,
Vermelhidão em pó,
Entranha rosto
Que endurece.
Ter o que dizer
Quanto caminhar
Se faz agora.
o que quiser.
tormentas de dias, sem pensar - seguir,
pra que fingir eternidades se o tempo nos presentifica?
ondas loucas e intenso
verde seco que sufoca mesmo delirante poder.
conectado e cooptado.
e seria o caso de procurar quem vai se importar.
entranhas volitivas
agora agarra.
retomar inconclusão
retorcer o límpido
para novas aventuras
sangra este papel.
singra desarmonias
tateando
escuta.
respirar
murmurar - sentenciar
mormaço de sonhos
longe ...
aqui nós
e mundo.
converse outro que é
memória e diálogo.
funda
encruzilhada
fluxo diz.
festejamos nós
liquidez da loucura
lugar plural.
II
Ruas e detritos
mentais.
Encantar
Desgarra
Qualquer fio.
Estrelar
Destila noite
Nunca alcança
Enleva.
Flutua incerteza
Divaga
Na cadência
Tangencia.
Tropeça também
Cova alarga.
Mão ante praga
Suficiente
Encontra.
Alguém?
VI
Enredado
Si mesmo
Entorse
Reverso.
Meandros
Deficitários
Propulsam
Desmedida.
Ânsia ânsia ânsia
Do prazer inominável
Induz e perpassa
Fulcro e dínamo.
Dúvidas devastam
Sementes que plantas
Definham varizes
Brotam cancros.
Sol verdesce
Invade.
IX
Arrepia com o vento
Impulsiona e propõe.
A criação extrai de cada pouco
Salto
Sem fundo
Avista.
Sorver então seria Método
Destino
Horizonte
De quem vai.
O poema se constrói
E constituí
No alçar
De impossíveis
E só assim.
O que fica para trás
-Marcas corpóreas-
Atravessa a garganta
E engasga
Entranha.
Extraídos de REVERTER OLHAR. Brasília: Thesaurus; FAC-DF, 2006. 79 p. |
|
REIS, Luiz. Exercícios poéticos de respiração e devaneio. Brasília: Nautilus, 2016. 24 p. ilus. col. 15 X 19,5 cm. ISBN 978-85-914295-5-4
Ex. bibl. Antonio Miranda
Página ampliada e republicada em junho de 2019.
|