LUIZ FELIPE VITELLI
Luiz Felipe Vitelli Peixoto nasceu em Soure – Marajó, Pará, em 1955, e mora em Brasília desde 1969. É professor de arte na SEDF, poeta, artista plástico, artesão, joalheiro, foi conselheiro de cultura de Planaltina, delegado de cultura, é ambientalista conservacionista e compositor. Em 1979 começou a participar de salões locais e nacionais, sendo premiado em vários, participando até hoje. Atualmente faz trabalhos voluntários junto a comunidades de baixo IDH por todo o DF, dentro da área em que atua. Diversas instituições culturais possuem suas obras em seus acervos. Participou de vários Festivais de música em Brasília e outros estados. Tem trabalhos publicados em diversas antologias, entre elas, a do Prémio SESC de poesia CARLOS DRUMMOND ANDRADE. Faz poesia desde os 12 anos, e há muitos anos participa de Saraus por todo o DF. Participou do Brasília outros 50. Foi voluntário no Instituto MARIA DO BARRO e membro da Associação Tribo das Artes e co-fundador do coletivo CONTRA IN-VERSOS. Atualmente é membro da Cia de Teatro Cara D'Palco e Cia de teatro H20 e Coordenador do Ponto de Cultura da Tribo das artes.
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TEMPO
Nesse estado de coisas
Tempestivo.
Nesse estado
Em que me encontro
Temporal.
Nesse estado de espirito
Tempestade.
Nesse estado de sitio
Tempo rei.
O tempo para,
Acelera,
Retarda.
Jah era!
Eu me perco em seu tempo
De primaveras!
FLOREADO ENAMORADO
Quero você e seus dias
Sempre bem
Mesmo que o horizonte
Esteja pintado
Com chuvas,
Pancadas e trovoadas
No decorrer dos dias.
Acredite:
Os meteorologistas
Costumam errar
Em matéria de desejos
Amores e previsões.
Eu não!
ORIGAMI
O tempo silenciosamente
Dobra as horas como origami
Envelopa delicadamente
Como se pescam estrelas.
Observa a conjunção dos astros
Monta seu mapa astral!
NÓS
Nós na voz
Damos nós no peito
Na vez de vós
A sós
Tiram nossos direitos
Habitam em nós
Tantos nós
Gritos sem ter jeitos
Daremos nós
À sua voz
E aos seus defeitos
Ao nosso jeito!
SUB MITO
Não vou divagar com a dor
Porque meu santo não é de barro.
A cor da minha pele tem cores.
Não tenho senhores nem pares.
Se o acaso casa comigo,
Eu caso contigo e descaso.
Os meus medos eu enterro
Em estrelas distantes daqui,
Pois o DF tem becos e escombros,
Duas praças com três poderes de luxo,
Agostos tristes, ricaços políticos coorruptos,
E eu, sem dinheiro, em Brasília, sou feliz.
E daí?
VOZES DE AÇO. XXIII Antologia poética de diversos autores. Homenagem à escritora Raquel Naveira. Org. Jean Carlos Gomes. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2021. 104 p. 15 x 21 cm. ISBN 978-65-86744-31-6
Ex. bibl. Antonio Miranda
ABERRAÇÃO
Eu sou mobiles
Celeste
Astrofísica
Lavadeira
Louva-a-deus
Libélula sobre
As pedras do Ribeirão
Flores incrédulas
Avião
Sertanejo
Antônio conselheiro
Lampião
Sou cerrado kaliandra
ABERRAÇÃO
Abismada
Com a entrega do ouro
Aos bandidos das corporações
Desmatamento
Latifúndio ilícito
Oprimidos, opressores, opressão
Agrotóxico
Veneno sobre nossas mesas.
Sou rebelde sólida solidão
Oceano de incertezas
Diante de tanta
Devastação
Religião!
ÁCARO JÉ CA
Se queres muito, eu passo o troco!
Se achas pouco, eu complemento!
Se queres mais, eu dou o troco e sigo em frente!
O tempo passa... e eu com isso?
Tenho poemas e artifícios
Pra meus conflitos!
Tudo ao seu tempo e no tempo certo é dito!
Eu dito o tempo todo aos meus ouvidos.
Eu grito
Aos meus olhos
Eu dou o visto.
Ao meu multicorpo comprimido, eu visto-o.
Virando isso e aquilo do avesso
Ao seu universo de improviso.
Aviso!
Olha o troco!#
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Página publicada em dezembro de 2017
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