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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LUCIE DE LANNOY

LUCIE DE LANNOY

 

LUCIE DE LANNOY nasceu em Sokoto, no norte da Nigéria, onde fica o deserto do Saara. Quando criança preferiu ter uma máquina de escrever a ter bonecas. O sonho era traduzir contos de criança.

Formou-se em Letras pela UFRGS. É tradutora e intérprete. Fala bem várias línguas, espanhol, francês, italiano, alemão. É Mestre em Teoria Literária (a sua dissertação foi sobre o poeta César Vallejo). Atualmente é professora assistente de Tradução Espanhol, no LET/IL/UnB e doutoranda em Literatura.

Tem alguns poemas publicados na revista Brasil Aktuel da Alemanha e participou do I Festival Internacional de Poesia em Goiás Velho, em março de 2006. 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   /     TEXTOS EN ESPAÑOL 

INÉDITOS

 

AO VENTO
 
Nesse meu jeito perdido e encontrado
nessa tua clareira sombria e densa
nesse nosso andar desmesurado


sem mais aonde, quando, porquê
sopra um vento, uma consciência
que a tudo varre, cava, revela


a infinita disposição para a fraqueza
e despe assim, deixa evidente
qual a semente de nossa existência...

 

AO MAR 

às vezes a gente bóia, nada
parece que vai se afogar,
mas as ondas são espuma
e as profundidades pluma. 
 

DEDICATÓRIA 

Para seu olhar de criança
Que me libera da velhice
Crio a coragem
De mostrar minha superfície. 

Já fiz amor com uma árvore
A pele da grama
Despertou-me a ternura.
Oh, delírio sublime
Um olhar de natura!
Desejo indomável
De vingar a clausura. 

É preciso ver
Esse mundo
Que verte
Reverte
Converte
Perverte para uns
Adverte para outros
Por mover-te, dever-te
A ti (que esperas e não desesperas
na tua humildade, liberdade)
Humanidade é ver-te. 

Pequena luz na noite
Teu nome está escrito nas estrelas
Olha para o teu pai e tua mãe
E das noites à mais bela. 

Todos os mistérios da vida e da morte
Estão nessa noite imensa
Tu as suportas, pois teu pai
Já te deu a recompensa 

É a confiança sem limites
E o amor sem condições
Nos quais ninguém acredita
 

Então choras e uma lágrima
De ternura, paz e alegria
Volta da criança que partira. 

Quem és tu quem és tu, não eu
E estás em mim impuro
Como o bem que está no puro? 

Quem fez esses lábios tão maduros
Num rosto como o teu
Criança assim? 

Quem te criou tão bom para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Oh tu, pequenino sol! 

Há versos que cantam
A vida e a dança
Há versos de vento
De vento e de água 

Há versos de amor
E rimam com dor
Há versos de fogo
De fogo e candor 

Mas as palavras,
A qué compará-las?
Há terras, são terras
Para nossas almas. 

Sou toda uma pergunta
Sou toda uma interrogante
Para que essa música
Para que tão titubeante? 

Parece ao cintilar da estrela
Parece o palpitar da ave
Anda leve e ligeira, não vá
Que demore questionar-se 

Sou sempre mais incógnita
Sou e não sou cambaleante
Toda música reproduz 

O som para afinar a arte
E assim ouvir melhor
O poema quando se abre 

Bendita colcha de retalhos
Benditos pedaços e cacos
De vida vivida no cotidiano 

Ser latino europeu americano
E ao mesmo tempo sentir a vida dos antepassados
Com a força que se tem para atravessar os pântanos 

É que quando nasci como todo mundo nasce,
Me carregou um nômade saareano
E ainda que não esteja em mim o seu sangue
Reconheço a graça ancestral me acompanhando 

E a dos povos da esperança
E a dos de Maomé e a dos de Gandhi
E a do mais oriental mistério... 

Cumpre a promessa neste firmamento:
Os pacíficos herdarão a terra, irmãos atuantes
No poema da vida por este amanhã azul. 

==================================================================

 EN ESPAÑOL
 

LUCIE DE LANNOY

 

LUCIE DE LANNOY nació en Sokoto, en el norte de Nigéria. Cuando era niña le dieron dinero para comprar muñecas pero ella prefirió comprar una máquina de escribir. Su sueño era traducir cuentos para niños. Estudió Letras en la Universidad Federal de Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. Es traductora e intérprete y habla varios idiomas, español, francés, italiano, alemán. Tiene Master en Teoria Literária por la Universidad de Brasilia y actualmente prepara su PhD también en Literatura. Es profesora de Traducción al Español, en el LET/IL/UnB (Universidad de Brasilia). Algunas de sus poesías fueron publicadas  en la revista alemana Brasil Aktuel y ha participado del I Festival Internacional de poesía en la ciudad de Goiás Velho, en marzo del 2006. 

 

INÉDITOS  

AL VIENTO 

En ese andar mío perdido y encontrado
En ese clarear sombrío y denso
En ese nuestro caminar desmesurado  

Sin que haya más para dónde, cuándo, porqué
Sopla un viento, una conciencia
Que todo barre, cava y rebela 

Esa infinita disposición  para ser débil
Y desnuda así, deja evidente
Cual es la semilla de nuestra existencia. 

 

AL MAR 

A veces uno flota y nada
Parece que se va a ahogar
Pero las olas son espuma
Y las profundidades, pluma. 

 

DEDICATORIA 

Para tu mirada de niño
Que me libera de la vejez
Creo el coraje
Para mostrar lo que es 

Ya hice amor con un árbol
La piel de pasto
Me despertó ternura
Qué delirio sublime
Un ver de natura!
Deseo indomable
De vengar la clausura 

Es preciso ver
A ese mundo
Que vierte
Revierte
Convierte
Pervierte para unos
Advierte para otros
Por moverte, deberte
A ti (que esperas y no desesperas
En tu humildad, libertad)
Humanidad es verte
Pequeña luz en la noche
Tu nombre está escrito en las estrellas
Mira a tu padre y a tu madre
En de las noches la más bella. 

Todos los misterios de la vida y la muerte
Están en esa noche inmensa
Tu las soportas pues tu padre
Ya te dio la recompensa 

Es la confianza sin límites
Y el amor sin condiciones
En los que nadie creería 

Entonces lloras y una lágrima
De ternura, de paz y de alegría
Viene del niño que en ti dormía 

Quien eres tú, quien eres tú, no yo
Pero que estás en mí impuro
Como un bien que está en los puros? 

Quién te dio esos labios tan maduros
En un rostro como el tuyo
Así, tan niño así? 

Quién te creó tan bueno para hacer lo malo
Y tan fatal para mis versos duros?
Oh! Pequeñito sol! 

Hay versos que cantan
La vida y la danza
Hay versos de viento
De viento y de agua 

Hay versos de amor
Y riman con dolor
Hay versos de fuego
De fuego y candor 

Pero las palabras,
Con qué compararlas?
Hay tierras, son la tierra
De nuestras almas. 

Soy todo pregunta
Soy todo interrogante
Para qué esa música
Para qué tan titubeante? 

Se parece al centellear de la estrella
Se parece al palpitar del ave
Anda leve, ligero, no sea
Que demore cuestionarse 

Soy siempre más incógnita
Soy y no soy tambaleante
Toda música reproduce 

El sonido suave que afina el arte
Para así entender mejor
Al poema cuando se abre 

Bendita colcha de retajos
Benditos los pedazos y los cacos
De vida vivida en cada cotidiano 

Ser latino europeo americano
Y al mismo tiempo sentir la vida de los antepasados
Con la fuerza que hay que tener para atravesar pantanos 

Es que cuando nací, como todo el mundo nace,
Me arrulló un nómade saareano
Y aunque no esté en mi su sangre
Reconozco la gracia ancestral acompañándome 

Y a la de los pueblos de la esperanza
Y a la de los de Maomé y a la de los de Gandi
Y a la del más oriental misterio… 

Cumple su promesa en este firmamento:
Los pacíficos heredarán la tierra, hermanos activos
En el poema de la vida por este mañana azul. 

 

Página preparada por Angelica Torres Lima e publicada em julho de 2010.

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