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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





LEONARDO ALMEIDA FILHO

Nasceu em Campina Grande, na Paraíba, em 1960, mas candango de alma, reside em Brasília desde 1962, escritor, ensaísta, professor universitário, mestre em literatura brasileira pela Universidade de Brasília, onde atualmente conclui o doutorado (junho 2006). Algumas participações em eventos literários        
  • 3o. colocado no Concurso Literário do IV Centenário da Paraíba, na categoria Poesia, João Pessoa, 1985
  • 1o  colocado no Concurso de Contos da Filial Bahia da CEF, Salvador, 1986.
  • Contos Quando um velho numa cadeira de balanço  e  Segredo publicados na coletânea Crepúsculo na Filipéia, João Pessoa, 1997
  • Romance O livro de Loraine, publicado pela Editora IMPRELL, João Pessoa, 1998.
  • Ensaio Garrafas, dornas, ratos e serpentes: uma leitura de Angústia, de Graciliano Ramos, publicado pelo Curso de Pós-graduação em Literatura Brasileira da Universidade de Brasília, in Leituras e Reflexões, Brasília, 1998.
  • Participação na Antologia Poemas para Brasília, organizada por Joanyr de Oliveira e publicada pela Projecto Editorial, 2004.
  • Conto publicado na Antologia de Contos Brasilienses, organizada por Ronaldo Cagiano, para a Projecto Editorial, 2004.
  • Graciliano Ramos e o mundo interior, dissertação de mestrado, em fase de
  • Membro da Associação Nacional de Escritores (ANE)

Anti-Narciso

No horror, humanidade
No medonho, carne e sangue
No bizarro, mulher homem
No terror, criança velho

No pavor há mãos e pernas
No pior, olhos de gente
No que assusta, língua humana
No que espanta, linguagem

No desespero, há arte e ócio
Na barbárie, cultura e vício
No que maltrata, prece e cio
No que  machuca, precipício

Não ver nesse universo a sombra oculta,
No que assombra e apavora o humano tato
Nem sentir no mal e mau nossa labuta
É prolongar o beijo amargo e pestilento

de nossa verdadeira natureza
com a falsa natureza em que vivemos
pois nesse enlace lúbrico nos vemos,
de verdade e falsidade, seres plenos.


Um albatroz em meu pescoço (Epitáfio)

This soul hath been
Alone on a wide wide sea:
So lonely’twas, that God himself
Scarce seemed there to be.
S.T.Coleridge

Para Dona Isabel.

Nunca quis o mal
O anjo belo e luminoso a quebrar correntes
Tampouco desejei o bem
E sua legião de demônios, fogueiras e masmorras.
No fundo esperei topar um riso
E nesse riso encontrar meu riso
E ser feliz.
Sempre fui mau e bom
Esse ajuntamento de tendões e sentimentos
Filho do carbono e do afrodisíaco
Entre o céu e a danação.
Nunca aspirei ao poder
Tronos e faixas e delírios e despojos
Nem almejei a glória
Essa mulher de falsos dentes e sorrisos
No fundo sonhei um mágico espelho
Onde gostava do que via
E era feliz
Sempre, bom e mau
Esse ambulante sonho entre cartilagens
Filho da vontade e do desejo
Entre o Inferno e a redenção.


ID

     Para Paulo Leminsky

Quando a razão
suplanta o tesão
ai como dói, ai como dói
o cotovelo do meu coração.


Dos desertos

Os poetas são animais em extinção
Tombam como sibipirunas e jacarandás
Rarefeitos como ar puro
Vão-se feito ararinhas azuis... minguando.
Os bons versos são mico-leões dourados
Carecem de que se lhes dêem o valor de sua raridade
Somem-se em vez de somarem-se
E nisso vai-se também nossa alma apaixonada.
È preciso preservar os ipês e os poetas
As Baleias e os versos
A ética e o tigre albino de Pequim.
É necessário proteger a mata atlântica
E resgatar os bons sonetos
Pois se morremos com rios poluídos
Tornamo-nos tristes sem a poesia
Bestas ficamos sem arte e sem ar
Sem magia, sem estranhamento, sem ritmo
Sem pulso, sem penas, sem escamas, sem rimas
Sem vôo, sem delírio, sem mergulho, sem bicos
Sem lábios, sem garras, sem fibras, sem vida.
Temos mata, rio e bicho em nossa alma
E se matamo-los fora de nós
Morremo-nos também inteiramente
Sobrando-nos a assustadora possibilidade
De rimarmos o deserto ante nossos olhos
Com o outro deprimente deserto, o de nosso espírito.


O DESEJO

As saúvas vêm à noite
numa marcha sempre certa
vêm pelo jardim antes tranqüilo
famintas as saúvas sempre vêm
e passam como a morte, uma-a-uma
e sobem o tronco estático, uma-a-uma
e cortam suas folhas sem perdão, uma-a-uma
e vão-se enfim a outros verdes troncos
uma-a-uma, torná-los nada e nulos
e eu olho para os meus galhos nus, desesperado
e lembro, uma a uma, as dores do corte das saúvas
e perco, pelos dias, um a um, os meus pedaços.


Vertigo ou a poesia é o piercing
cravado no umbigo do sonho

            para Tânia Rivera

sonhei comigo e o migo era real
no sonho,o eu sonhado não sonhava
rabiscava a giz o meu retrato
e era real meu rosto retratado
no flash de um momento-esparque
acordava o eu real grafado a giz
e apagava o migo-eu que o desenhara
que era aquele com quem eu sonhava
sobrava-me, em sonho, o desenhado
Lázaro que lá da névoa-nódoa me acenava
dizendo-me que o real era matéria
que o sonho, ao ser sonhado, eliminava.

 



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