LEON SZKLAROWSKY
(1933-2011)
Leon Frejda Szklrowsky nasceu em São Paulo em 1933 e vive em Brasília. Mestre em Direito do Estado. Poeta, editor, analista de textos, diretor de redação, presidente do Instituto Jurídico Consulex e Consultor Jurídico da Editora Consulex. Autor de livros de poesia, jurídicos e históricos.
Livros: Hebreus – história de um povo. Editora Elevação, São Paulo, outubro de 2000, em forma de diálogo, entre a professora e seus alunos, desde o Gênesis até a visita do Papa João Paulo II à Terra Santa, em março de 2000. INDICADO PARA O PRÊMIO JABUTI 2001, como melhor livro na categoria infanto-juvenil.
A orquestra das cigarras. Editora Thesaurus, de Brasília, classificado pelo FAC – Fundo de Apoio ao Escritor, da Secretaria da Cultura do Distrito Federal, e por ele financiado, março de 2005.
Ler um livro. Composto de um conto e duas crônicas, Thesaurus Editora, Biblioteca do Cidadão, Série Escritores Brasileiros Contemporâneos 17, 2005.
BAILADO DE GIGANTES
(Publicado na Coletânea Sinfonia da Primavera, volume I, Edições AG, São Paulo, 1998, 4º lugar no Concurso promovido pela Editora)
Os elementos bailam em fúria desvairada.
Antes: cidade adormecida. Agora: toda violentada.
Casas, bares, luzes, alegria, tudo esquecido..
Verdes, vermelhos, lilases, tudo perdido.
Felizes, pequeninos pássaros cantam.
Crianças, medrosas, assustadas, choram.
Momentos de desespero, compaixão e miséria.
Um pensamento: castigo de Deus. Coisa séria.
Visão fantasmagórica. Tudo escuro.
Homem e natureza. Luta vulcânica.
De súbito, tudo calmo. Só sussurro.
A cidade lavou-se nos prantos da natureza.
Os homens fiaram-se na luta passageira.
Por que não? Havia de voltar a paz terrena.
CIDADE GRANDE
impressões
(publicada, na Coletânea Sinfonia de Outono, volume I, Edições AG, São Paulo, 1999, 2º lugar no Concurso promovido pela Editora AG)
Cidade grande,
Enfumaçada
E barulhenta.
Riqueza, pó,
Miséria, só...
Chaminés negras
De carvão, qual
Flechas agudas,
Rompem o tênue
Véu do progresso!
Asfalto negro,
Monstros de ferro,
Dantescas máquinas.
Zombam das cruéis
Dores do homem...
Já não se ouve
O cantar suave
Da cotovia.
Nem de silvestre
Músico a nota
De melodia.
A doce noite,
De lua prateada,
A madrugada
De embriaguez, sono,
Não é mais a mesma
Do passado ontem!
Não é mais o sol
O que anuncia
O dia nascente...
É o ronco grave
E malicioso
Das grandes fábricas,
Do trem lotado,
Do bonde cheio,
Que apaga as velas
Distantes. Pálidas
Das negras sombras...
E rasga a noite!
Luta feroz:
Concreto e ferro.
Átomo e rádio.
E choque de ondas
Num doido frenesi
Luta de vida.
Luta de morte.
Humanidade:
Protagonista
Frágil e ousada
A manejar
Este brinquedo
Tod’universo...
Sair vitoriosa
Da crucial luta...
Correr os céus,
Singrar os mares,
Sulcar os espaços.
Calar os prantos
De tod’angústia!
NOTURNO
Tic, tac...,tic, tac..., tic...
A dança monótona
Das horas perdidas
Na garoa noturna
De inverno paulista,
Bailando nas sombras
Varonis ( e ) desertas...
Triste sinfonia
A anunciar a aurora
D’uma sociedade,
A felicidade
Última! Manhã...
Bonde compassado
A quebrar a frágil
Jangada dos sonhos
Meus! Paralisar
Me os sentidos frouxos...
Confundir os sons.
Tic, tac...tic...tac...tic...
A dança monótona
Das horas perdidas
Já não mais existe...
Tic, tac...tic,tac...tic.
Paredes glaciais,
Monstros insensíveis à
Minha alma de dor!
Oh! Mulheres cruéis!
Deixai-me partir em
Busca de vossa alma!
Deixai-me soprar
As fingidas cinzas
De vossa pobre alma
E buscar convosco
Mais pura e singela.
Adeus, cabaré.
Não mais te verei,
Não mais sentirás
Meus noturnos pés
Pisando-te leve,
Tuas luzes vorazes,
..............................
Não mais te verei!
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