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KATI SOUTO

 

katí souto, brasiliense, guaraense, eu. às vezes as pala­vras me aparecem sem nem avisar, sem nem ter pape!, sem nem ter caneta, dá até um aperto na buceta. por isso sou feita de palavra, quando não escrevo ela pode ser falada, vivida, espalhada, nasci em berço preto, neta de índio, músculos firmes, cabeça de incêndio, um ser de fogo. procura todos os dias aquecer o mundo de sua frieza ignóbil.

 

Obs. Creative Commons licença para compartilhamento responsável. Parabéns!

 

SOUTO, Kati. escura.noite.   Brasília (DF):   Padê editorial, 2018.  (Cole-sã escrevivências . 001)    15 X 22 cm   Edição, diagramação e revisão: Tatiana Nascimento. Ilustração e design da capa: Jean Matos. (capa de papelão reutilizado, tiragem especial)    ISBN 978-85-85346-02-7   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

     uma negra

        vi uma negra..
feita de chocolate
com a boca pequena
e com cor de escarlate.
amei-a à primeira vista.
e como se isso não existisse
passei de novo por ela
e outra vez para amá-la muitas vezes.
vi uma negra.
e dentre outras tantas
preferi a negra
a milhares de outras brancas.

 

        deus

        eu não quero saber do seu deus que carregas no meio das pernas
deus que serve só praquelas horas o deus que faz arrastá-las por
amor a ti

eu não quero saber do deu que carregas no coração aquele deus
que toda hora nos faz de ração aquela que a gente come e se
sente culpado

         eu não quero saber do seu deus que toda hora fica falando no pé
do meu ouvido tá errado tá errado eu sou homem tem que andar
é armado tem que ir cada um pro seu lado preto com preto branco
com branco índio com índio sapatão com sapatão ah se eu pu-
desse eu jogaria esse efeminado no lado de enxofre sinceramente

         eu não quero saber desse amor divino que segundo Marcelino
Laurinha é a bochecha do Felipe exatamente aquele amor que fez
Yago cometer suicídio no dia 14 de março de 2018 na Paraíba só
porque o pai dele amava tanto ele que queria expulsar o demônio
da homossexualidade

         eu não quero saber desse
ah mor. 

 

        poesia cantada

        ao menor sinal de gentileza, seremos nois chamados
de loucos
ao maior sinal de poesia, a gentileza vai gerar o suficiente
e o bocejo alimentará o oxigênio não existente
no cérebro “indecente”;

 

       *indecente* me seca

       indecente é você e eu
crescentes como no dia que eu me deu (e se deu! por completa)
e meu útero contraindo em teu peito
me coloco costurada à tua pele
e todo seu corpo sedenta me bebe
e me seca
eu quero teu
afeto
lésbico.

 

 

Página publicada em abril de 2019

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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