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José Carlos Moreira da Silva  

Nascido em Salvador em 29/10/1935 e filho do poeta e jornalista Alípio Moreira da Silva, herdou, da cultura familiar, o culto pelas  letras, pelos valores do nosso pátrio idioma e pelas tradições literárias das nossas raízes lusitanas. Vive em Brasília, onde freqüenta a pós-graduação em Ciência da Informação(2005).

Outros poemas do autor estão acessíveis em: http://www.usinadeletras.com.br

 

 

Felicidade... !

 

 

A felicidade é assim sem motivo aparente...

Uma quietude branda, um estar bem consigo,

Uma alegria serena que domina a Gente:

Esta ventura completa que hoje está comigo !

 

E por que não dizer que ela se repete,

Quando me envolvo vibrante em um poema,

Quando a paz me edifica um novo esquema

No engenho de amor que a vida reflete ?

 

Felicidade é assim e não se explica,

Não se sabe quando chega e porque começa,

Não depende de algo que com a Gente fica

Não decorre de nada que se peça !

 

Felicidade é o lugar que procuro

Fora do tempo e do espaço,

Nada que dependa de outrem

Mas só daquilo que faço !

 

Se não sei por que sou feliz,

Se razões não vejo neste aqui e agora,

Está certo quem sempre diz:

A felicidade não vem de fora  !

 

 

Vesperal...

 

O torpor do sol cálido e silente,

O sonhar ensimesmado de toda a gente,

A solidão aconchegante em harmonia

Vibra estática na beleza deste dia !

 

O sol da tarde, quietude luminosa

Inebriando de perfume a natureza,

Solidário na alegria e na tristeza

 Cantando a luz dormente, esplendorosa !

 

Tarde em poesia das recordações,

Melancolia das vidas não vividas

Dizendo nos versos de todas canções

Esperanças e quimeras desvalidas

 

Torpor da tarde de quietude infinda,

Só no coração um motivo se faz

No embalo de sonho desta luz tão linda,

 Na realização profunda desta nossa paz !

 

Tarde fagueira que ao poeta encanta

Musa de verbo eloqüente e inspirado,

Carrega no vento mensageiro alado

Toda a poesia que este peito canta !

 

  

Direitos Autorais

  

Ah ! Este encontro com o que nos vai no peito !

Pausa de recolhimento em que buscamos

Ditoso entrosamento mais que perfeito

Vereda da poesia que tanto amamos !

 

A dádiva que facilita o nosso canto

É inefável penhor de pregressas eras,

Pois de repente não geramos tanto encanto

Nem temos tempo para tantas quimeras !

 

Não há autor exclusivo da beleza

A rima feliz não é prerrogativa,

Pois a poesia é toda a natureza

Do Criador, a fonte positiva !

 

Nos cremos então autores primeiros

Da harmonia, do belo e da fantasia

Mas na verdade somos todos prisioneiros

Da ilusória criação da poesia !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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