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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOÃO DOEDERLEIN

@akapoeta

 

Nasceu em Brasília, em 1996. Estuda publicidade na Universidade de Brasília.

João Doederlein, que assina com o pseudônimo Akapoeta, se apaixonou pelo poder das palavras logo cedo. Com onze anos, redigiu suas primeiras poesias e, na contramão da maioria dos amigos, não queria ser astronauta ou jogador de futebol quando crescesse, e sim escritor. Aos catorze, inaugurou seu primeiro blog com textos próprios. Viu na internet uma forma de dividir com o mundo seu fascínio pela escrita.

 

Com dezenove anos, teve a ideia que acabaria culminando neste seu primeiro livro. Numa jornada de autoconhecimento, criou o projeto Ressignificados, em que, através das redes sociais, atribui novos sentidos para as palavras. Nessas releituras poéticas, suas experiências pessoais com substantivos, adjetivos e verbos pesam mais do que a objetividade dos dicionários.

Em menos de um ano, seu experimento se espalhou pela internet, conquistando milhares de seguidores no Facebook e no Instagram. Desse sucesso nasceu O livro dos ressignificados, que combina textos que viralizaram nas redes com outros inéditos, divididos nos temas "O jardim", "O zodíaco", "O coração", "A mente", "A cidade" e "E a história de nós dois". Uma estreia inspirada e inspiradora.

 

Autor de O livro dos ressignificados, nasceu em Brasília, em 1996, e começou a escrever aos onze anos. Tem mais de 800 mil seguidores do Instagram (2018). 

 

 

 

DOEDERLEIN, João.  @akapoeta.  O livro dos ressignificados.  São Paulo: Paralela. 2017.   216 p.  13,5x21 cm.  ISBN 978-85-84380081-6   Capa e projeto gráfico: Estúdio Bogotá.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

astronauta (s.m. e s.f.)

 

é quem chega aonde quer. ou quem foge do
mundo rotineiro para se encontrar, é quem sabe
que somos viajantes de nós mesmos em órbita

das cidades em que vivemos e que, algumas

vezes, corações colidem uns com os outros,

é, às vezes, se sentir sozinho no mundo, é quando

percebemos que não somos o único planeta

buscando um lugar ao sol.

 

é quem, quando ouviu dizerem que o céu era

o limite, pisou na lua. 

 

 

 

sonhar 60

 

é um marinheiro em fuga da realidade, é o movimento de mar de desejos navegando em ondas de realidade, é um oceano inteiro de bons sentimentos, é a ressaca do estresse que faz a gente deitar nas nuvens do nosso ser e relaxar.

 

é ação que não cabe em mim. transborda.

 

 

 

leão   (s.m.)

 

é possuir um espírito em expansão, é ser em

excesso, é muitas vezes ser visto como vilão,

é ter coração de ouro, forjado no próprio fogo

da paixão, é saber que às vezes orgulho não é

pecado, é rugir mais alto do que a própria dor.

é querer tudo pelo medo de ser nada e mesmo as

sim estar disposto a entregar tudo pela pessoa amada.

 

é quem coloca a mão no fogo por amor.

 

 

 

serendipidade (s.f)

 

é o acaso de roupa bonita, é uma chance que a

vida deu. é o universo mandando um abraço,

é achar um amor para chamar de meu. é tropeçar

num momento feliz, é não esperar e se encontrar

bem. é o sentimento de acordar alegre sem

motivo aparente.

 

é sorrir por acidente.

 

DOEDERLEIN, João.   Coração-granada.  São Paulo: Paralela, 2018.   191 p.   14 X 21 cm.           Capa e projeto gráfico:  Estúdio Bogotá.   Ilustraçãoes: Helena Cintra.  ilus. ISBN 978-85-8439-121-9   Ex. bibl. Antonio Miranda 

As páginas a seguir mostram um João ainda mais vulnerável, e eu nunca tinha visto um leonino tão disposto diante de todas as variáveis —nem sempre tão felizes, mas sempre muito simbólicas—que a vida nos traz. Coração-granada é resultado de muito amadurecimento. Crescer é obrigatório, mas a maneira como isso se dá em cada um de nós é única.

Aprendemos na marra a lidar com nossos demônios, a quebrar a cara, a ser substituídos, a dormir com o ego ferido toda vez que fazemos alguma bobagem. E é incrível como a identificação é transformadora. E aí que nos sentimos acolhidas. Abraçadas. É aquele afago no peito por saber que não estamos sozinhas em meio ao caos. E que ainda há beleza nessa bagunça que é a vida. Não tinha como ser de outra forma.

Este livro é como um banho quente depois de um dia longo.

                                                                                    ELLORA HAONNE

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2018

 

 

 

 
 
 
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