JAIRO MOZART
Compositor, poeta, cordelista, cantor, Instrumentista nascido em João Pessoa, Paraíba e residente em Brasília, DF. Membro da Academia Taguatinguense de Letras. (45 anos de trajetória) Começou seus estudos na Escola de Música Antenor Navarro, passando em seguida para os cursos da coordenação de Extensão Universitária na Universidade Federal da Paraíba, onde estudou música e artes plásticas. Página do autor: http://violeirosdobrasil.com/
MOZART, Jairo. A Peleja de Delmiro Gouveia com o Progresso. Brasília, DF: Mozart Produções, 2013. 74 p. ilus 15x21,5 cm. ISBN 978-85-912104-1-1 Concepção,e ilustrações em bico de pena de Jairo Mozart. Col. Bibl. Antonio Miranda.
Alguns Causos
- LVII -
É com muito rigor com disciplina
Que Delmiro prestava atenção
Trabalhava com muita devoção
E cuidava como se fosse menina
Pois cuidar e olhar foi sua sina
Pra ver se alguém estava namorando
Quando deveria estar trabalhando
Corrigindo os erros que encontrava
Quando os achava sempre os casava
Pra manter a produção funcionando.
- LVII -
Só que apesar desse puritanismo
Delmiro em sua casa recebia
Lindas francesas que ele se servia
E vindas do Recife como abismo.
Muita festa já beirando o barbarismo
Falavam que a regra só respeitava
Para quem dentro da Fábrica estava
Porque lá o sexo era proibido
O que gerava o amor escondido
Quando o patrão por perto não ficava.
-LIX-
0 cearense tinha seus repentes
Só que posteriormente superados
Porque também gostava dos empregados
E muitas vezes os deixava contentes
Com estratégias bem inteligentes
Mas não conseguia livrar-se de boato
"Com botas de borracha era um gato"
Só pra ninguém perceber quando chegava
Assim ninguém sabia onde estava
E fazia da surpresa grande ato.
-LX-
Lauro Góes amigo e espectador
Relata que em outra ocasião
Que Delmiro em uma reunião
Com ilustres convidados foi um horror
Muito grosseiro também faltou com pudor
Ao sentir falta d'um funcionário
Para ele a falta é um calvário
Indagou quem deu autorização!
E Lionello respondeu com atenção
E contou cada conta do rosário.
-LXI-
"Permiti que sua mãe ele visitasse"
"Pois falou que ela estava doente".
Retruca Delmiro com voz estridente
"E se pedissem que merda degustasse?"
Bateu o telefone já sem classe
Continuando a ser anfitrião
Atendendo com animação
Mas apesar do seu temperamento
Quem o viu sabe, tem conhecimento
Que ele também tinha grande coração.
- LXII -
Novidade Delmiro então gostava
E adorava a tecnologia
E muito antes de construir a via
Tinha carro automóvel que mostrava
Soltando poeira se passava
E um carrossel instalou por diversão
Em Vila da Pedra chamando atenção
Compensando o ser autoritário
Pois pra muitos foi extraordinário
E motivo pra muita exaltação.
- LXIII -
Contam também de quando ele chegou
E que comprou o seu primeiro carro
Dirigia entre pedras e o barro
E um velhinho antigo lhe falou.
E noutro dia mais uma vez retrucou
"Andar num bicho desse eu queria".
Resmungava o velhinho todo dia
Delmiro botou o velho a seu lado!
E viajou com ele encabulado
E o fez voltar a pé sem alegria.
1ª. BIENAL DO B – A POESIA NA RUA. 26 a 28 de Setembro de 2012. Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col. 17x25 cm.
sos planeta terra
I
Minha gente que beleza
A causa é de todos nós
Vamos aumentar nossa voz
Na defesa ambiental
Equilíbrio não faz mal
Pensem em nossas crianças
Para sela esperança
Não pode ser absurdo
O RIO CONTA-ME TUDO
A ÁGUA CONTA-MI-NADA!
II
Na caatinga, no Cerrado
Ou na Floresta Tropical
A destruição é normal
Por pura Ignorância
Acabou a tolerância
O planeta adverte:
Precisa que se conserte
Pra não ficar moribundo
O RIO CONTA-ME TUDO
A ÁGUA CONTA-MI-NADA!
III
Minhas espécies sumiram
outras estão a caminho
Não vai sobrar nem espinho
Se não parar a queimada
Só vai restar uma estrada
Que outrora foi um rio
Me dá até calafrio
Por isso não fico mudo
O RIO CONTA-ME TUDO
A ÁGUA CONTA-MI-NADA!
IV
Ora vejam que absurdo
No Oceano e Pantanal
O lixo já está normal
Até na atmosfera
Pelo que o progresso gera
Tem muita sucata voando
Coisas indo e voltando:
O homem está desnudo
O RIO CONTA-ME TUDO
A ÁGUA CONTA-MI-NADA!
MOZART, Jairo. Ser...tão veredas. Capa: buritis em bico de pena por Arnaldo Menezes. Apresentação por Vladimir Carvalho. ,Brasília: Edição do Autor, 2010. 53 p. ilus. ISBN 978-85-98816-10-4
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do
amigo (livreiro) Brito – DF. No. 10 011
Capítulo VI – O Retorno
(Urucaia – Unaí – Brasília)
CVI
Uma cidade de extrema beleza
Terra de Manuelito Violeiro
E da balsa guiada por balseiro
Que atravessa o Rio Urucaia
No passado, sem ela, ninguém podia
Visitar o amigo do outro lado
Se vinha a cheia, ficava ilhado
A brisa traz o cheira da aventura
No fim da tarde o urutau murmura
E quem se assusta só fica parado.
CVII
Zé, poeta que migrou da Paraíba
Que com lápis se papel é bom de briga
Defendendo a natureza do lugar
Anciões com muitas histórias pra contar
Com linguagem de extrema tradição
Os Maxakali em plena evolução
E costumes que resistem todo dia
Pense bem, desse povo o que seria
Sem história e amor no coração.
CVIII
Mesmo deixando a área do Parque
O Grande Sertão Veredas continua
A noite chegava trazendo a lua
E foi assim que em UNAÍ paramos
A exaustão era grande, descansamos
UNAÍ onde Guimarães não visitou
Mesmo assim muita lembrança ficou.
No povo ordeiro de muito respeito
Que adentrou o leito do Rio Preto
e de Capim Branco, Unaí batizou.
CIX
Estudar as condições ambientais
Da cultura e nosso patrimônio
Com registo de Aves e Quelônios
Símios, Répteis, Felinos e Folias...
Nos deu prazer, aventura e magia
Consciência, virtude e muito mais
Como é bom aprender com os animais
Ter certeza que a vida continua!
Ver a Terra sem concreto, quase nua
Em equilíbrio com os nossos ideais.
CX
Resultado de tudo que aprendemos
Em Brasília falamos com respeito
Pois sabemos que a vida é direito
Independente de cor, raça, religião
Seres respiram numa grande comunhão
Exemplo que é preciso igualdade
E a vida necessita qualidade
Pra que todos sigam sempre seu caminho
Feito terra, pedra, com ou sem espinho
Meus parabéns e muita felicidade.
CXI
Brasis, Brasília, Distrito Federal
As Asas Norte e Sul formam o Plano
Outro aniversário, mais um ano
E o olhar do cidadão que espera
O prazer de uma nova primavera
E deleite de quem vive na cidade
Aqui se fala muito em qualidade
Nossa vitrine está em xeque mate!
Ao governo que a resposta não falte
Há um limite pra tanta falsidade.
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Página ampliada em outubro de 2024
Página publicada em abril de 2014;
Página ampliada em novembro de 2020 |