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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



FRANCISCO KAQ

 

 

Francisco Kaq (também assina “ Francisco K “) nasceu no Recife, Pernambuco em 1961 e mudou-se para Brasília em 1961. 

Poeta e ensaista. Publicou Aresta/Hagoromo (Thesaurus, 1990), 1001 (Noosfera, 1997) e eu versus (7Letras, 1999). O quarto livro é POESIA APORIA. Editora 7, 2002.

Poesia aporia é um "poema de poemas", na definição do próprio autor, construído a partir da colagem de grandes poetas como Bandeira, Cabral, Augusto (Mallarmé)e Décio Pignatari. " É um poema da impossibilidade da poesia"

 

 

 

 

entre

ondas

 

anda – da

 

espuma

 

ond

eando

 

irrompe

 

nua a

 

anadi

ômene

 

 

assoma

 

assume

 

seu

 

sinuoso

 

reinar

 

 

(extraído de BRIC-A-BRAC. Brasília, 2007. Catálogo da exposição coordenada por Luis Turiba, com curadoria de Marilia Panitz, no Centro Cultural da Caixa.)

 

 

 

K. Francisco.  Error.  Brasília, DF: Siglaviva, 2015.   80 p.  11x20 cm.   Edição, revisão e design gráfico Renato Cunha.  ISBN 978-85-66342-14-7  “ Francisco Kaq “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

          SUBLEVAÇÃO

 

        (fragamento)

 

        é te ver
        na agulha
        desse
        instante
        se der
        rolar na cama
        ter
        ver
        sub
        e
        ver
        ter
        em ti
        (num átimo
        branco
        rubro)
        tudo
        que
        der

 

 

 

 

 

De

 

diz

Brasília: Casa das Musas, 2007

 

 

samba que

um corpo

a outro

quase

 

toca

o sol

suspenso

risca

 

a tarde

ao meio

um corpo

roça

 

outro

róseo

roçado

e o samba

 

faz-se

(que sarro)

ficam

tão rentes

 

surpreendidos

ao sol

passistas

do instante

 

sem lastro

 

 

***

 

 

vem

ver!

 

rente ao

pé do

olvido

 

ruído

raro

do dia

 

bulir da

errante

aurora

 

fulgor

que cai

em riste

 

na rua

vazia

 

a luz

ruir

ou rir

 

nos

cimos da

alegria

 

que à ira

se alia

 

 

 

LAMARCA
17.09.1971

 

chutam o

corpo morto

do desgraçado

enfim dócil

inerme

 

bem se sabe

que morto

(e só assim)

o comuna

é bom

 

chutam o

bom do

comuna

morto

enfim

tornado

(não há

muito)

menino bom

 

até parece

que o propalado

homem novo

esquálido

e já morto

se ri entre

esgares

 

de fato

não um só

mas dois

o capitão

vil traidor

e seu soldado

 

que seguem

na sina (não

na patente)

comum de

poeira

sangue

xingamentos

chutes

 

não reclamam

no entanto

nem despistam

pois mortos

os bons

comunas

nada falam

 

 

            • POESIA VISUAL

KAQ, Francisco.  1001.  Arte: Josino Nery Neto.  Bras[ilia, DF: 1997.  s. p.  ilus.  19x19 cm.    Tiragem: 350 exs.     Ex. bibl. Antonio Miranda

            VIVA  (A.) VOLPI

 

No interior da figura à esquerda, a probabilidade de encontrarmos um quadradinho preto é de 1/4, enquanto que para os quadradinhos brancos a probabilidade de ocorrência é de 3/4. Tomando o logaritmo na base 2 e expressando em bits o resultado, um cálculo simples indica para a função H o valor 0,81 bits. Já para a figura da direita obtemos, notando que as

probabilidades dos elementos são iguais neste caso, H = 1 bit.

Esta última é a situação de originalidade máxima. Passando agora ao domínio artístico, observemos o poema "1001", de Francisco Kaq (1997):

 





 “1001”

 

Bem ao centro, aparece a figura cuja entropia calculamos. Aqui ela é apenas um dos elementos de sua coluna (na publicação original, cada coluna corresponde a uma página), onde estão também os algarismos O e 1, que por sua vez preenchem completamente a coluna da direita, com igual frequência. Nesta temos, então, 1-1=1. Porém, mesmo se determinássemos as funções H para as outras colunas - desconsiderando num primeiro momento as conexões semânticas - haveria complicações na avaliação da entropia total (que leva em conta o encadeamento das colunas-páginas), e depois na medida microestética final. Vemos então que esta resulta pouco iluminadora para a compreensão do poema, apesar do número reduzido dos seus componentes. Por outro lado, quando simetrias estão presentes, e este é o caso da composição de Kaq, o cálculo macro-estético é favorecido. Ainda assim, torna-se flagrante a limitação dos métodos numéricos, especialmente se sobram sutilezas semânticas.



 

Página ampliada e republicada em março de 2008. ampliada e republicada em set. 2011. Ampliada e republicada em maio de 2013.

 




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