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DINA BRANDÃO
Poeta e atriz. Estudou no Elefante Branco (1975). Formou-se em Artes Cénicas na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, turma de 1996. Atuou no Teatro Caleidoscópio e hoje na Cia de Artes Cénicas do Terceiro Mundo. Ganhou um prémio Oficial do Júri do 12° Festival de Cinema Brasileiro em Miami (EUA) em 2008, por sua interpretação em Dona Custódia, curta-metragem de Adriana Andrade. A estreia poética foi a parceria com o poeta Vicente Sá em 1977: Brasília, Ironia dos Deuses. Publicou poemas em revistas e jornais. É coautora de Mais Uns (1997), do Coletivo de Poetas. Nasceu no Rio de Janeiro, onde passou a primeira infância. A família mudou para Brasília em 1968. Em 2011 publicou Do amor e seus descabelos -poesias, missivas, ensaios e um plano de voo.
TEXTO EM PORTUGUÊS - TEXTO EN ESPAÑOL
LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português / Español. organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima.. Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6.
DESATINO CRUEL
Ontem desaguei um temporal
Inundei minha casa as ruas as quadras
Saí encharcando de lágrimas
o cerrado do Planalto Central
Escorreguei pelo arco-íris
que apareceu e nem vi
Tropecei num precipício
comi capim pela raiz
e acho que até morri
E de volta ao início
peguei o rumo de casa
Suspirei aliviada
e tratei de ser feliz
1ª. BIENAL DO B – A POESIA NA RUA. 26 a 28 de Setembro de 2012. Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col. 17x25 cm.
adágio
Meu olhar passeia, Promenade.
Acompanha anônimo
O amor platônico que chega
E passa sem perceber
O meu amor que arde.
Minhas mãos querem tocar, carícias,
Meus braços um abraço, um port-de-Bras.
Meu corpo desaprendeu os passos.
Meus pés me ensinam a dançar.
Minha ala bailarina flutua, rodopia.
Quando a música que vaza do coração
Toca a pele, arrepia.
Como o beijo tardio que pousa em silêncio
Na boca que o desejara
E não lembrava mais o quanto o queria.
Minha alma bailarina — malabares —
Fecha o sinal, para o trânsito
E desafia o tempo, a lógica e a gravidade.
E para salvar o pão do dia,
Se arremessa em claves pelos ares.
TEXTO EN ESPAÑOL
Poeta y actriz. Estudió en la escuela Elefante Branco (1975). Se formó en Artes Escénicas en la Facultad de Artes Dulcina de Moraes, promoción de 1996. Actuó en el Teatro Caleidoscopio y actualmente, en la Cia de Artes Cónicas do Terceiro Mundo. En el 2008, ganó un premio Oficial del Jurado en el 12° Festival de Cine Brasileño de Miami (EUA) por su interpretación en Dona Custodia, cortometraje de Adriana Andrade. Su estreno poético se produjo en colaboración con el poeta Vicente Sá en 1977: Brasilia, Ironía dos Deuses. Publicó poemas en revistas y periódicos. Es coautora de Mais Uns (1997), del Colectivo de Poetas. Nació en Río de Janeiro, donde pasó su primera infancia. La familia se mudó a Brasilia en 1968. En el 2011 publicó Do amor e seus descabelos -poesías, missivas, ensaios e um plano de voo.
DESATINO CRUEL
Ayer vertí un temporal
Inundé mi casa las calles las cuadaras
Mané encharcando de lágrimas
el cerrado del Planalto Central
Resbalé por el arco-íris
que apareció y ni lo vi
Tropecé en um precipicio
comí capin por la raiz
y creo sque aun morí
Y de vuelta al incio
tomé rumbo a casa
Suspiré aliviada
y traté de ser feliz
Página publicada em janeiro de 2020; página ampliada em novembro de 2020
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