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 CRISTINA  BASTOS       Maria Cristina Bastos, nasceu em Uberlândia (MG), em 1960, e vive  atualmente em   Brasília. Formada em Educação Artística. Sua atividade não se  limita à poesia — é artista plástica e fotógrafa, e se orgulha de ter  pertencido ao grupo “Ladrões de Alma”, que promoveu várias exposições em Brasília. Escreve  desde 1972 e tem poemas publicados nas Antologias Poética Hélio Pinto Ferreira,  volumes X, XI e XII, e em Intimidades Transvistas (Editora Escrituras),  1997, coletânea de poemas inspirados na obra do artista plástico Valdir Rocha.    Assim que publicou seu primeiro livro,  Cristina Bastos passou a ser considerada uma das mais importantes vozes da nova  poesia de Brasília. De estrutura minimal, digna da tradição japonesa dos  hai-kais, sem necessidade de construir os poemas em formatos que não servem  para a língua portuguesa, em que Cristina Bastos mostra toda a densidade desta  “poesia alquímica” da geração de pós-vanguarda. Veja o caso do poema  “Fonte”Concisão, em que a precisão, a economia de palavras dão o tom; uma única  vogal, o “i”, sugerindo o fluir; a expressão “a tira” traz uma polissemia  incontida, podendo significar pedaço longo e fino em si mesmo, algo que se  atira num destino, e um significado literal de algo que não se perde.          Salomão Sousa   Bibliografia: Decerto Deserto, 1992, Editora  Iluminuras; Teia, 2002,  Varanda/Massao Ono Editor.     TEXTO  EM PORTUGUÊS -  TEXTOS EM ESPAÑOL         LINGUAGENS  – LENGUAGENES /Edição  bilíngue Português / Español.   organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria  Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima..   Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª.  coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6.       FARTURA   Que seja farta, sua mesa
   ...a ternura te abrace,
 como cria...
   Que seu silencio,   sejaouvido
   seu grito,
   respeitado...   Que você se sinta
 em casa
   toda vez que respirar...
 
                  
                    
                           BASTOS, Cristina.  Decerto o deserto.  São  Paulo: Iluminuras, 1992.   144 p.   14x19  cm.  Capa: Cristina Bastos. Foto da  autora: Jorge Rocha.  Col. A.M.        A FONTE   O dia  de uma fonte  é jorro    nada  a tira  de si     VIAGEM DOS VERSOS   IV   Tudo não passa Desse instante. Tudo, A vida e antes.     XXI     Artaud Volto a fazer teatro A escavar no fundo O gesto de cada ato   A andar nua Na sociedade de trapo.     DECERTO DESERTO I   Há cactus Há dias Firo meus pés.   Borboletas Me fazem rir São descaradamente belas   Como podem...   Como pólen E sou quase Coisa bela.   Com meu cajado Sou grande Quase o deserto,   Para o deserto Sou quase Borboleta bela.     LIMPIDEZ   Quando o profundo   não diz o máximo com o mínimo   interdito   mesmo o emaranhado pode ser sucinto cristalino.     NÃO IMPORTA   Não importa se não comando meu forte é ver navios   em sossego sei sorver,   se sopra brisas se venta,  tempesteio.   Não importa se sou mestre em arrasar passados,   só no meu mapa Mexo é minha a história que calo,   na loucura sei sorver,   o mel, o veneno do meu prato.     NUA   A máscara está deposta desconhece-me eu sei tudo sobre seu espanto   certamente não será a última,   já tendo me despido esqueço-a,   máscaras morrem quando postas sobre a mesa.   
 
 BASTOS, Cristina.  Teia.  São Paulo: Varanda / Massao Ohno Edior,  2002.  78 p.  . 11.6x16 cm.   capa e contra-capa Cristina Bastos e Usha Velasco. Foto da autora: Jorge  Rocha.    ISBN 85-87200-05-4  Tiragem: 500 exs   “ Cristina Bastos “  Ex. bibl. Antonio Miranda
 
 Aceito
 Se entranha a teia,
 assimilo o asco
 do desconhecido,
 aranha enorme, uma batalha disformeentre o verbo
 e a garra do instinto.
 
 
 
     
  
    
      
            HÁ VAGAS para texto e traço.  No.  3. /Revista cultural/  Brasília: Fundação Cultural do  Distrito Federal; Decanato de Assuntos Comunitário da UnB; Livraria Presença,  1985.  s,p.  21x 21 cm.   Coord. Editorial.:Chico Leite.    Capa: Murilo Lobato / Juan   Pratginestós. Ex. bibl. Antonio Miranda
   A seguir, um dos poemas da revista:     
  
    
      
        TEXTOS EM ESPAÑOL     Poeta y fotógrafa.  Nació en Uberlándia (Minas Gerais) en 1960. Ha publicado dos libros: Decerto o Deserto (poesía, 1992, Ed.  Ilu-minuras) y Teia (poesía, 2002, Ed. Varandas y Massao Ono). Tiene poemas editados en  antologías, así como fotografías publicadas en diversas revistas. Socia  fundadora del grupo «Ladrones de Alma». Posee una colección de más de  doscientas fotos, algunas de ellas conocidas por medio de internet. Además de  la poesía y de la fotografía, también se dedica a las artes plásticas.      COPIOSIDAD     Que sea copiosa, su mesa
   ...la ternura te abrace,
 como cría...
   Que su silencio, sea oído   su grito,   respetado...   Que tú 
 te sientas
 en casa
   cada vez que respires...
       Página ampliada e republicada em junho de 2019; Página ampliada em janeiro de 2020      |