ALEXANDRE SANTOS
Alexandre Santos percorre um caminho singular e criativo como artista plástico, compositor e músico. Com formação em Matemática e especialização em Informática, tem revelado ao longo de sua vida artística especial talento para integrar os variados recursos de expressão, como as artes e a música, em um trabalho multimidia.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1964, mas foi em Brasília, cidade onde vive até hoje, que desenvolveu e consolidou sua carreira artística. Em 1981, iniciou suas atividades nas oficinas de criação do grupo OPA - Oração pela Arte. A partir de então, participou de várias exposições coletivas até o ano de 1995, quando estreou individualmente com a exposição "De Nuvens e de Sonhos" no Restaurante Carpe Diem.
Em 1996, Alexandre Santos ingressou no grupo de artistas plásticos "Todos de Bem", formado no Ateliê de Criação de Lourenço de Bem Bianchetti. No mesmo ano, lançou seu primeiro CD de MPB - Alma Nova, com composições suas e participações de grandes nomes do cenário musical brasileiro, como o guitarrista Hélio Delmiro, Cláudio Nucci (Boca Livre), Maurício Einhorn, Manassés, Milton Guedes, entre outros.
Em 1997, representou o Brasil na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Firenze, na Itália, e foi ganhador do Prémio Renato Russo de música da Fundação Cultural do Distrito Federal com o CD "Alma Nova".
Em 2001, levou para a Galeria Parangolé do Espaço Cultural Renato Russo, a exposição "O sabor que a vida me traz", com 25 obras em técnica mista.
Seu trabalho como músico e compositor rendeu-lhe o apoio do Fundo da Arte e da Cultura do Distrito Federal para a produção do segundo CD - Azul, lançado em show no Feitiço Mineiro, em outubro de 2002.
Em 2003, Alexandre Santos apresentou juntamente com a escritora Maria Raquel Melo, a exposição "TATO DO OLHAR", uma proposta tátil e multisensorial que conquistou grande aceitação de crítica e público. A exposição foi reeditada em junho de 2004 no Espaço Cultural da Câmara dos Deputados.
Sua formação e seu conhecimento de matemática serviram-lhe como recurso para a produção das imagens e instalações fractais que deram origem a série "Fractalizando", apresentada em duas exposições individuais, a primeira no Foyer da Sala Vila Lobos do Teatro Nacional de Brasília, em outubro de 2004 e a segunda na Câmara dos Deputados, em 2005.
SANTOS, Alexandre. CaminhArte. Brasília: 2006. 114 p. ilus. col. 20,5x20,4 Poemas e ilustrações do autor. ISBN 85-906393-0-4 Impresso em papel coucê fosco. Apoio GDF/FAC. “ Alexandre Santos “ Ex. bibl. Antonio Miranda.
A mostra CaminhArte, retrospectiva dos 25 anos de vida artística de Alexandre Santos, reúne obras e textos selecionados que representam a versatilidade do artista no seu processo de criação.
A exposição, apresentada em agosto de 2006 no Foyer da Sala Martins Penna do Teatro Nacional de Brasília, está documentada no presente catálogo.
“O sabor da luta”, 50x40 cm., técnica mista
Sèrie “O sabor que a vida me traz”, 2000
Canção de abril
Traz tua história pra contar
Rega a grama que secou
Olha em volta do lugar
Molha a ferida que sangrou
Senta e espera, vai demorar
Diz pró mendigo que acabou
Chama o menino do jornal
Quebra o punhal executor
Corta mata, abre estradão
Morreu nego, cobra picou
Esse povo vem lá do sertão
E Brasília nasceu dessa dor
Sobe na Torre de Babel
Quanta estátua pra olhar
Quantos soldados no quartel
Vê se nas férias vai pró mar
E continua a chegar
Gente de tudo que é lugar
Pra nessa terra renascer
E nova história começar
Canção gravada no CD "Alma Nova", 1996 (Letra de música)
Série “Fractalizando”, 2004
“Nos jardins de sua casa, 60x105 cm, fractal
Para quem vai nascer
Te esperar com o silêncio em meus braços
Te envolver com o luar de um jardim
E encher teu redor com o meu canto
Te cobrir de acalantes
Pra te fazer dormir
Abraçar tua mão com a minha
Esperando você reagir
Esquecer os problemas do dia
E sentir com alegria
Tua energia em mim
Mostra toda a força desses olhos
Quanto o teu pai se cansar
E mostra também o quanto
Valeu esse sonhar
E se no caminho o meu passo
Não puder te acompanhar
Espera só um instante
Chegou tua vez de me levar
Abraçar tua mão com a minha
Esperando o tempo avisar
Esquecer os problemas de um dia
E sentir com alegria
Outra vida chegar
Canção inédita (letra de música)
Página publicada em março de 2015
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