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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÁDYLA MACIEL

 

Ádyla Maciel nasceu em 1994 em Planaltina (DF). É desenhista, estudante de letras e amante das artes. Autora do livro Idílio - miscigenação poética, publicado no site Clube de Autores.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS  -  TEXTO EN ESPAÑOL 

 

 

VOZ: POESIA FALADA.  Coordenação e organização Adyla Maciel.  Brasília, DF: Verbis editora, 2016.  124 p.  14x21 cm.  Antologia, inclui os poetas Ádyla Maciel, Carlos Araujo, Chico Nogueira, Donne Pitalurgh, Ismar Lemes, João Bosco, Jorge Amâncio, Lilia Diniz, Menezes y Moraes, Nanda Pimenta, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Sabrina Falcão, Vandereli Costa, Vicente Sá. 

 

 

         ANAL – FÉ -  BATISMO

 

                Tem dias que eu não escrevo
         Tem dias que eu escravo.
         Encaro as palavras
         Encravo um livro.
         Eu não quero um ISBN.
         Eu quero algo que risque.
         Uma folha de papel Higiênico...
         Um graveto e um pedaço de praia.
         Eu quero fazer tinta de vaidade.
         E preencher uma pena.
         Eu quero um vidro embaçado
         E um dedo afiado.
         Eu quero autografar meu verso
         Com a minha digital.
         E que o analfabetismo
         Nunca perca o lirismo.
         Eu não sei escrever.
         Mas eu sei fazê meu nomi.

 

 

 

         DURMO COM OS CRÍTICOS
       
       
Reescrevo-me no chão que me pisa
         Sentada num piso de madeira
         Lembro da árvore que subi
         Deitada no colo de Camões
         Desconstruo a literatura

         E a essa altura
         Minha coragem é fantasma
         Meu fantasma é fantástico
         Como dói saber que estou só-bria.

         Minha cama de casal
         É o oceano
         Eu sou o barco sem gente.
         Já fui árvore.
     
       
Já fui semente
         Restam-me os seus céus

 

 

 

ESP-HERANÇA

 

O que nos acende e o que nos apaga

São os nossos desejos e ideologias

Ninguém está preparado pra nascer

 

Ninguém conhece o real segredo

Do mistério indecifrável de nossa existência.

Existe uma lei natural e inatingível

 

Mas se nesse momento você tiver audição

Pare e ouça o assovio do vento

É o cosmo paquerando sua vibração

 

Pega aquela concha antiga

Pega aquela concha e põe perto do ouvido

E Escuta o barulho do mar

 

O barulho do mar não é um barulho

É um código, um dialeto.

Como as cordas vocais dos elefantes

 

Comunique-se com o sol, com o vento

Dance com as árvores

Seja o que você quiser !

 

E quando sua carne apodrecer e desaparecer

Feito um gambá atropelado na estrada

Entregue sua caixinha de segredos para a humanidade

 

Lições, um punhado de amor, um legado de poesia e paz

Quando morreres não se esqueça de ser eterno

Eternize suas ideias influencie gerações

 

Como Drummond e Dumont voe em sua própria criação

Comunique-se com as ondas,

porque até a morte tem algo a nos dizer.

 

 

 

 

LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português / Español.  organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima..  Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         OLHAR CINZENTO

DORES DE TODAS AS ESPÉCIES
Sumiço de vários cultivos
Nem sei em que bioma vivo
Biocenoses perdem o brilho
Onde estão os vagalumes?
Vejo apena anêmicas luzes
Estamos todos no escuro!
Não sejam dissimulados
não perguntem:
Quem apagou as luzes?
Não vale luta em pleno luto!
Não vou ao enterro da biosfera!
Não há lugar para todos!
A triagem talvez ampare
nossas riquezas incalculáveis
Meus campos estão sendo desmatados
E o sonho de meus miúdos? Matados!
Não existem sementes para plantar sonhos
Cedros-da-várzea dão frutos de sustentabilidade
Vejo cinzas de árvores...
Esse matiz não parece natural
O foto queira todo tipo de animal!
Meus olhos estufam
sobre as feras que detonam a esfera
Daqui uns dias só restarão as águas de meus olhos
deixando a Terra com água na boca!
O homem é a última semente.
Pra que servem sementes queimada?
Vejo cinzas de árvores
Cinzas de almas...


TEXTO EN ESPAÑOL

 

ÁDYLA MACIEL

 

Nace em 1994 en la ciudad de Brasíla (Distrito Federal, Brasil), donde organiza e interviene em las veladas poéticas del grupo Contra In-Versos & Reinvenciones – Planaltina e Coletivo de Poetas. Recita poesia em veladas brasilienses y del DF. Es dibujante y estudiante de Letras. Participa em uma antologia del proyecto Palabra de Arte, de la editora de Barris – Salvador (Bahia), Cultura Editorial. Es autora de Andar de Pájaro (poesia, 2016) y coautora de Miscigenação Poética en Clube de Autores. Ádyla Macie organizo  y produjo el proyecto Ver  - Poesía hablada, que resultó en la colección homónima con 15 poetas residentes en el DF. También es autora de Amor e os Livros Mágicos (infantil, 2016), con ilustraciones de Claudio Martins.

 

 

                MIRADA CENICIENTA    

DOLORES DE TODO TIPO
Desaparación de varios cultivos
Ni sé en qué bioma vivo
Biocenosis pierden el brillo
¿Dónde están las luciérnegas?

Solo veo anémicas luces
¡Estamos todos en la oscuridad!
No disimulen
no preguntgen:
¿Quién apago las luces?
No vale luchar en pleno luto!
¡No hay el enterro de la biosfera!
¡No hay lugar para todos!
La selección tal vez ampare
nuestras riquezas incalculable
Mis campos están quedando yermos
¿Y los sueñosde mis entrañas?
¡Muertos!
No existen simientes para plantar sueños
Los cedros missioneiros dan frutos de sustentabilidad
Veo cenizas de árboles...
Ese matiz no parece natural
¡El fuego quema todos los tipos de animales!
Mis ojos se incham
sobre las fieras que destrozan la esfera
¡En unos días solo restarán las aguas de mis ojos
dejando que a la Tierra se le haga la boca agua!
El hombre es la última simiente.
¿Para qué sirven las simientes quemadas?
Veo cenizas de árboles
Cenizas de almas...

 

 

Veja também:

https://www.youtube.com/watch?v=rw7-fhgo4DM

 

Página publicada em julho de 2016; Página ampliada em dezembro de 2019

 


 

 

 
 
 
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