ÁDYLA MACIEL
Ádyla Maciel nasceu em 1994 em Planaltina (DF). É desenhista, estudante de letras e amante das artes. Autora do livro Idílio - miscigenação poética, publicado no site Clube de Autores.
TEXTOS EM PORTUGUÊS - TEXTO EN ESPAÑOL
VOZ: POESIA FALADA. Coordenação e organização Adyla Maciel. Brasília, DF: Verbis editora, 2016. 124 p. 14x21 cm. Antologia, inclui os poetas Ádyla Maciel, Carlos Araujo, Chico Nogueira, Donne Pitalurgh, Ismar Lemes, João Bosco, Jorge Amâncio, Lilia Diniz, Menezes y Moraes, Nanda Pimenta, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Sabrina Falcão, Vandereli Costa, Vicente Sá.
ANAL – FÉ - BATISMO
Tem dias que eu não escrevo
Tem dias que eu escravo.
Encaro as palavras
Encravo um livro.
Eu não quero um ISBN.
Eu quero algo que risque.
Uma folha de papel Higiênico...
Um graveto e um pedaço de praia.
Eu quero fazer tinta de vaidade.
E preencher uma pena.
Eu quero um vidro embaçado
E um dedo afiado.
Eu quero autografar meu verso
Com a minha digital.
E que o analfabetismo
Nunca perca o lirismo.
Eu não sei escrever.
Mas eu sei fazê meu nomi.
DURMO COM OS CRÍTICOS
Reescrevo-me no chão que me pisa
Sentada num piso de madeira
Lembro da árvore que subi
Deitada no colo de Camões
Desconstruo a literatura
E a essa altura
Minha coragem é fantasma
Meu fantasma é fantástico
Como dói saber que estou só-bria.
Minha cama de casal
É o oceano
Eu sou o barco sem gente.
Já fui árvore.
Já fui semente
Restam-me os seus céus
ESP-HERANÇA
O que nos acende e o que nos apaga
São os nossos desejos e ideologias
Ninguém está preparado pra nascer
Ninguém conhece o real segredo
Do mistério indecifrável de nossa existência.
Existe uma lei natural e inatingível
Mas se nesse momento você tiver audição
Pare e ouça o assovio do vento
É o cosmo paquerando sua vibração
Pega aquela concha antiga
Pega aquela concha e põe perto do ouvido
E Escuta o barulho do mar
O barulho do mar não é um barulho
É um código, um dialeto.
Como as cordas vocais dos elefantes
Comunique-se com o sol, com o vento
Dance com as árvores
Seja o que você quiser !
E quando sua carne apodrecer e desaparecer
Feito um gambá atropelado na estrada
Entregue sua caixinha de segredos para a humanidade
Lições, um punhado de amor, um legado de poesia e paz
Quando morreres não se esqueça de ser eterno
Eternize suas ideias influencie gerações
Como Drummond e Dumont voe em sua própria criação
Comunique-se com as ondas,
porque até a morte tem algo a nos dizer.
LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português / Español. organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima.. Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6. Ex. bibl. Antonio Miranda
OLHAR CINZENTO
DORES DE TODAS AS ESPÉCIES
Sumiço de vários cultivos
Nem sei em que bioma vivo
Biocenoses perdem o brilho
Onde estão os vagalumes?
Vejo apena anêmicas luzes
Estamos todos no escuro!
Não sejam dissimulados
não perguntem:
Quem apagou as luzes?
Não vale luta em pleno luto!
Não vou ao enterro da biosfera!
Não há lugar para todos!
A triagem talvez ampare
nossas riquezas incalculáveis
Meus campos estão sendo desmatados
E o sonho de meus miúdos? Matados!
Não existem sementes para plantar sonhos
Cedros-da-várzea dão frutos de sustentabilidade
Vejo cinzas de árvores...
Esse matiz não parece natural
O foto queira todo tipo de animal!
Meus olhos estufam
sobre as feras que detonam a esfera
Daqui uns dias só restarão as águas de meus olhos
deixando a Terra com água na boca!
O homem é a última semente.
Pra que servem sementes queimada?
Vejo cinzas de árvores
Cinzas de almas...
TEXTO EN ESPAÑOL
ÁDYLA MACIEL
Nace em 1994 en la ciudad de Brasíla (Distrito Federal, Brasil), donde organiza e interviene em las veladas poéticas del grupo Contra In-Versos & Reinvenciones – Planaltina e Coletivo de Poetas. Recita poesia em veladas brasilienses y del DF. Es dibujante y estudiante de Letras. Participa em uma antologia del proyecto Palabra de Arte, de la editora de Barris – Salvador (Bahia), Cultura Editorial. Es autora de Andar de Pájaro (poesia, 2016) y coautora de Miscigenação Poética en Clube de Autores. Ádyla Macie organizo y produjo el proyecto Ver - Poesía hablada, que resultó en la colección homónima con 15 poetas residentes en el DF. También es autora de Amor e os Livros Mágicos (infantil, 2016), con ilustraciones de Claudio Martins.
MIRADA CENICIENTA
DOLORES DE TODO TIPO
Desaparación de varios cultivos
Ni sé en qué bioma vivo
Biocenosis pierden el brillo
¿Dónde están las luciérnegas?
Solo veo anémicas luces
¡Estamos todos en la oscuridad!
No disimulen
no preguntgen:
¿Quién apago las luces?
No vale luchar en pleno luto!
¡No hay el enterro de la biosfera!
¡No hay lugar para todos!
La selección tal vez ampare
nuestras riquezas incalculable
Mis campos están quedando yermos
¿Y los sueñosde mis entrañas? ¡Muertos!
No existen simientes para plantar sueños
Los cedros missioneiros dan frutos de sustentabilidad
Veo cenizas de árboles...
Ese matiz no parece natural
¡El fuego quema todos los tipos de animales!
Mis ojos se incham
sobre las fieras que destrozan la esfera
¡En unos días solo restarán las aguas de mis ojos
dejando que a la Tierra se le haga la boca agua!
El hombre es la última simiente.
¿Para qué sirven las simientes quemadas?
Veo cenizas de árboles
Cenizas de almas...
Veja também:
https://www.youtube.com/watch?v=rw7-fhgo4DM
Página publicada em julho de 2016; Página ampliada em dezembro de 2019
|