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MÁRIO DA SILVEIRA


MÁRIO DA SILVEIRA


De
Mário da Silveira
Corôa de Rosas e de Espinhos
Publicação posthuma
prefaciada por Antonio Salles.
Fortaleza: Est. Graphico A. C. Mendes, 1922

62 p.
Obra rara, gentilmente cedida pelo amigo Brito,
do sebo Armazem do Livro Usado, colecionador
de obras sobre o Ceará, sua terra natal.

 

 

"Este punhado de versos e de prosa foi tudo quanato se poude recolher da producção literaria de Mario a Silveira, tragicamente desapparecido, com vinte e dois annos de idade. /  É muito pouco, mas é o bastante para dar uma idéa de sua extranha e vigorosa mentalidade."

 

"Pagando, porem, tributo à sentimentalidade da raça, elle conservava uma ingenuidade de creança e uma ffectivadade de moça, e, é desse subconsciente moral que lhe vinham as notas lyricas do seu estro, ondo o pensamento philosophico se allia tão estreitamente aos sentimentos passionaes, como se vê dos dez formosos e vigorogosos sonetos de CORÕA DE ROSAS E DE ESPINHOS."

"A adversidade colheu-o cedo em suas garra, e sò o largou inerte, no chão de uma praça publica, com o corpo traspassado de balas. É preciso crêr na predestinação para comprehender a fatalidade de seu destino."

 

 

             Coroa de Rosas e de Espinhos

 

 

 

                                                                              Sedenta de ódio, cega de despeito,

                                               Nesta penosa e transitória lida,

                                               A alma dos homens, pérfida e atrevida,

                                               Perde às cousas mais nobres o respeito.

 

 

                                               Dizem: "Tudo o que sentes no teu peito

                                               Há de um dia passar, — porque na vida

                                               Tudo é incenso sutil, poeira diluída,

                                               O que é terreno é efêmero e imperfeito.

 

 

                                               Um grande amor é corno o resto... A gente

                                               Quando menos espera, logo sente

                                               Apagar-se o clarão da ignota chama."

 

 

                                               Eu sei que tudo é como o fumo leve:

                                               Foge: mas, porque a vida seja breve,

                                               Há sempre um dia mais para quem ama.

 

 

O RIO
(ESCRIPTO AOS QUINZE ANOS)*


Indomito, a bramir, nas aguas arrastando
Os robles colossaes da floresta sombria,
Eil-o cem rude eversão de altos cachões rolando
Estrepitosamente, em colera bravia.

Eterno coandemnado a uma eterna porfia,
A um sepplicio que o faz viver sempre ululando,
Eil-o que avança e vai de encontro ao mar, rolando
Balsedos e paúes, em suprema agonia.

E, qual um novo Ixion que horrendo crime expia,
Como uma serpente atado, aos céos mudos soltando
Os gritos auguraes de sua rebeldia,

Elle, a rugir, o seu lado injuria,
E vive a maldizer seu martyrio execrando
Ao sol, ao vento, á chuva, a céo, á noite, ao dia.

(1915)



VIDA CONTEMPLATIVA*


Vida etherea, de luzes feiticeira,
O´ idealismo ignoto, ó vida ehterea!
Não queiras nunca o lamaçal, não queiras
O objectiivismo insano da materia!

Desconfia das falas agoireiras!
Foge sempre da dôr e da miseria!
E, abrindo azas pandas e ligeiras,
Corta a esplanada olympica, siderea.

Tu não verás pezares nem rancores,
Só, no meu puro encephalo vivendo
A´s representações dos sonhos idos,

Vive a existencia fluidica das cores,
Apparecendo e desapparecendo
Na luz interior dos meus sentidos.


(Lavras, 1917.)

* Conservamos a ortografia original.

 

Página publicada em junho de 2010

 

 


 

 

 
 
 
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