JULIO MACIEL
Júlio Barbosa Maciel (Baturité, 28 de abril de 1888 — Fortaleza, 8 de abril de 1967) foi magistrado e poeta brasileiro.
Filho de Raimundo Ferreira Maciel e de Emília Barbosa Maciel, era irmão do advogado e político Godofredo Maciel. Foi batizado em 21 de junho de 1888, na igreja matriz de Nossa Senhora da Palma, em Baturité, pelo padre Bernardino Ferreira Antero.
Bacharel em direito na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, atuou como promotor público e juiz de direito. Em 1925 participou da eleição do jornal O Povo para a escolha do primeiro Príncipe dos Poetas Cearenses, mas foi derrotado pelo Padre Antônio Tomás. Publicou Terra Mártir (1918) e Poemas da Solidão (1943). Em Poemas Reunidos, de 1986, toda a sua obra foi republicada.
Ingressou na Academia Cearense de Letras por ocasião da primeira reorganização, em 8 de setembro de 1922, ocupando a cadeira 38. Em decorrência das reorganizações sofridas pela Associação Cearense de Letras, em 1930, e em 1951 ocupou, respectivamente, as cadeiras 24 e 28, cujo patrono é Mário da Silveira.
Fonte da biografia: wikipedia
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
JACARÈCANGA
Rebelde e forte, aqui, outrora se implantava A taba indiana — aqui onde a alma lua cheia, Pródiga, a derramar em cachões a luz flava
Agora a êstes casais a fachada clareia.
Quanta vez trom de inúbia, entrechocar de clava Não vibrou pelo azul que sobre mim se arqueia I Praia! O tropel da tribo em correria brava, Quanta vez não sentiste a sacudir-te a areia!
E embora tu, Passado, a lenda antiga escondas, Eu sei que o amor também floriu aqui — no treno Da aragem, no marulho eloquente das ondas. —
Parece-me inda escuto, em meio à noite clara,
O selvagem rumor dos beijos de Moreno E as falas de paixão da meiga Tabajara !
("Terra Mártir")
Página publicada em dezembro de 2019
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