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JORGE TUFIC
Nasceu em Sena Madureira, no Acre e reside em Fortaleza, Ceará, Brasil. “Aí começou aos sete anos de idade, a ouvir o ponteio das violas sertanejas, acompanhando as trovas, os repentes e as saudades dos soldados da borracha, filhos do nordeste brasileiro.” Mais de quarenta títulos publicados, entre prosa e poesia,. Os versos a seguir espelham melhor a sua biografia e a sua geografia humana. O poeta JORGE TUFIC, convidado de honra, em companhia da poeta Alice Spindola, chegando a uma das sessões magnas da I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA, 3 a 7 de setembro de 2008, no auditório do Museu Nacional. De
SONETO INGLÊS PARA ANIBAL BEÇA
Hoje sei que o meu tempo foi de algemas. Atado ao mundo, pássaros de areia se largaram de mim: lestos fonemas trazem de volta o néctar que incendeia. Habitante da noite, volta e meia danço e cavalgo estranhas partituras. Onde a poesia? Látego e correia a suíte é rosa, música e nervuras. A lua imensa bebe, nas alturas todo o clarão que sobe dos teus dedos. 0 mar se expande em conchas e loucuras solos e flautas contam seus segredos.
Tenda de Omar Khayyam, quem não te habita, salsa-songo na pauta transfinita?
SONETO PARA MANOEL DE BARROS
Louvas a corrosão que se mistura aos nadifúndios ocos. Florescentes cogumelos rastejam. Pedra escura tem casaco de bichos reluzentes. Ali mesmo entre locas e vertentes pisca um olho que vê, sob a textura desse chão fermentoso e ruídos quentes, do lodo humano a exata miniatura. Claridades, sem dúvida poesia medra nos ermos; pregos e falenas juntam-se ao podre e ao sol que dá bom-dia. Além do mais, és singular e brota de teu caule de larvas este apenas fabulário que o tempo não derrota. TUFIC, Jorge. Quando as Noites Voavam. 1ª reimpressão. Manaus, AM: Editora Valer, 1999. 184 p. 14x21 cm.
TUFIC, Jorge. Retrado de Mãe. São Paulo:Scortecci Editora, 1995. 69 p. 14x20,5 cm.
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Que restara de ti, dos teus pertences? Um vestido de linho desbotado, um sapato comum, chinelo torto, e nada mais, ó nuvem, se restara. Tudo posto num saco humilde e roto. Eu quis, então, medir esse legado, mas limites não vi para a tristeza. Davas a sensação de que o tesouro se enterrara contigo. E era tão leve quanto um sopro lilás, cantiga doce, mansidão perdulária, água de fonte. Como dizer-te verdadeiramente numa sílaba só? Que eternidade
TUFIC, Jorge. Guardanapos Pintados com Vinho. Fortaleza, CE: Realcer Edirtora e Indústria Gráfica, 2008. 92 p. 15x21,5 cm. 14
O que é seminal? Uma data: 1918. O rosto de algum Picasso: 1905. Traços, cores, letras, volumes biombos cordames: a jaula o verdugo.
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A pedra no esforço de alar-se, o pássaro no de petri/ ficar se.
TUFIC, Jorge. Boleka - A Onça invisível. Capa, ilustrações e projeto gráfico: Audifax Rios. São Paulo: Scortecci Editora, 1995. 107 p. ilus. 14x20,5 cm.
TUFIC, Jorge. Dueto para Sopro e Corda. 2ª. ed. São Paulo: Edição do Autor, 2000. 98 p. 14,5x20,5 cm.
SONETO PARA BOCAGE
Que sabes tu de mim, rosto sereno, mão armada de cálamo, chinelo diante do pé lanhado e não pequeno, em tudo a imagem de polichinelo?
Que sabes do que sou, profundo anelo, sempre avesso ao teu Iodo, embora ameno ou pálido me adentro em teu castelo e bebo do teu vinho e teu veneno?
Que sabes deste outro que procuro, se reverbero enquanto te consomes, e entre nós se levanta um novo muro?
Fardo que me aprisiona, quem imagina ser um monstro fugaz, com tantos nomes a fera em que me escondo e me assassina?
TUFIC, Jorge. Varanda de pássaros. Manaus, AM: Edições Madrugada; Sergio Cardoso & Cia. Ltda (Editôres), 1956? 67 p. 16x22 cm. SOB O ARCO DA LUA NOVA As horas correm por baixo Luzes são as minhas veias Cada vez mais com as mãos sujas Para onde vão tantas ruas. Sobre corcéis libertados Sob o arco da lua nova Onde estou que vagueio da imagem dupla que sou?
O PEIXE 1 Sem querer desenho um peixe. Como outros tem a cauda velejante Para distrair quem o contempla 2 Às vezes, no passeio distraído, E é quando todos os rostos
TUFIC, Jorge. Poema-Coral das Abelhas. 2ª. edição revista e aumentada. Fortaleza, CE: Expressão Gráfica Editora, 2010. 104 p. 15x21 cm. (Menção Especial da Academia Mineira de Letras (2003), Prêmio Ideal Clube de Fortaleza (2004). ISBN 978-85-7563-628-2. Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos.
O FRAGMENTO À tarde e à noite
A OUTRA PAISAGEM Um tempo de celulose Subprodutos de cardo, Assim terá sido: o quando Estatuetas mutiladas
TUFIC, Jorge. Os mitos da criação e outros poemas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. 77 p. 14x21,5 cm. (Coleção Poesia Hoje, vol. 36. Série Novos Poetas do Brasil). Capa: Van Pereira.Inclui uma caricatura do autor por Anisio Mello. Editado sob os ausp~icios da União Brasileira de Escritores – AM. Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos.
CRONOS O tempo é a preguiça dos deuses, O tempo é filho da tragédia, O tempo é o sangue de Urano, O tempo é a imagem dispersas de Cronos
AVATAR Nada fui, nada sou São-no, contudo,
TUFIC, Jorge. Poesia reunida. Onze livros de poemas de Jorge Tufic. Manaus, AM: Edições Puxirum, 1987. 340 p. 14,3x21,5 cm. Inclui textos dos livros: Varanda de Pássaros (1956); Pequena Antologia Madrugada (1958); Chão sem Mácula (1966); Faturação do Ócio (1974); Os Códigos Abertos (1978); Lâmina Agreste (1978); Cordelim de Alfarrábios (1979); Os Mitos da Criação e Outros Poemas (1980); Sagapanema (1981); Oficina de Textos (1982); Carta Genética (inédito). Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos.
Os bichos empalhados Numa vitrine de aeroporto Nos vidros líquidos da vitrine,
Ando em meu corpo zé, meu corpo lasso. Nesta jaula eu caminho, o vento empurra Um sistema de alarme impõe o medo, Qualquer dia eu rebento: do esqueleto
TUFIC, Jorge. Varanda de pássaros. Manaus, AM: Sérgio Cardoso & Cia. (Editores), s.d. 67 p. (Edições Madrugada) 17x21 cm (Inclui um dedicatória no exemplar assinada em 1956) Ex. bibl. Antonio Miranda
SOB O ARCO DA LUA NOVA As horas correm por baixo Luzes são as minhas velas Cada vez naus com as mãos sujas para onde vão tantas ruas. sobre corcéis libertados Sob o arco da lua nova Onde estou eu que vagueio da imagem dupla que sou?
REVISTA DA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS. FORTRI NIHIL DIFFICILE Divisa de Beasconsfield. Ano CXVII – N. 73, 2012. Fortaleza, Ceará: edições Demócrito Rocha, 2012. 344 p.
Homenagem aos 85 anos Com Messias no rótulo do vinho
Ampliada e republicada em janeiro de 2023.
Página ampliada e republicada em julho de 2015. Ampliada em abril de 2017. Ampliada em maio de 2017.
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