Foto: http://www.jornaldepoesia.jor.br/
JORGE PIEIRO
Jorge Pieiro, nome literário de Jorge Alan Pinheiro Guimarães, é natural de Limoeiro do Norte (1961). Iniciou-se nas letras em 1977, no jornal Kuandu, na cidade natal. Diz-se escritor-ensaísta-professor-mestrando-produtor cultural, em letra&música e espaço aberto. Obra literária escolhida: neverness (poesia: letra&música / resto do mundo 1996); fragmentos de panaplo (contemas: do autor 1989); galeria de murmúrios (ensaio: tempo molequin 1995); caos portátil (contemas: letra&música 1999). Incluído nas antologias Geração 90: Manuscritos de Computador e Geração 90 – Os Transgressores, pela editora Boitempo, organizadas por Nelson de Oliveira. Na opinião de um crítico, participam delas “os que publicaram o que de melhor se leu no final do século XX”. Tem colaborado também em jornais – articulista de O Povo – e revistas do Brasil e do exterior, com ensaios críticos, resenhas, traduções, relatos e experiências fragmentárias. [2007]
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PIEIRO, Jorge. O Tangedor. Fortaleza: edição do autor, 1991. 105 p. 10,5x21 cm. Impresso por Expressão Gráfica e Editora. Col. A.M. (EA)
véu
tempo de mentira
naftalinade agora
tempo de sofrer
o invisível de agora
o véu cede
ao capricho
agora de sofrer
enigma
da vida dos movimentos sou dedos
reescrevendo mensagens na parede
a todos subjugada
se livre já não posso
se mover-me não consigo
neste canto ser resto
à busca dum tempo de masmorra
se subjugada vai a dor de viver
a razão sem mais saber
assim me desobrigo
eu não digo dessa dor só minha
no canto do quintal neste mundo
por não entender de padecer
sofro dedos subjugado
mas ninguém descobrirá
senil mundo
sentencio-me:
viver obsoleto
nos claros dias
emudecer
obedecer.
apesar do mundo
nos claros dias
envelhecer
mas nunca esquecer.
madrugadas que há
na algibeira dos sonhos
Página publicada em janeiro de 2015
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