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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia extraídas de http://nazarenolima.blogspot.com/

 

 

 

 

J. FERREIRA SOBRINHO

 

 

 

Dr. J. Ferreira Sobrinho em 1937 quando era Prefeito de Porto Velho - Rondônia. Ele nasceu no dia 2 de Março de 1888 em Iguatu, no Ceará e foi batizado com o nome de José Joaquim da Luz, porém para viajar para a Amazônia pela primeira vez com o seu tio José Ferreira Lima tiveras este que adota-lo como filho e então ele passou a chamar-se José Ferreira Sobrinho, isso ocorreu por ser ele menor de idade.

Em 1908, seu tio e pai adotivo o Coronel José Ferreira Lima o mandou para Salvador - Bahia, onde estudou Odontologia, formando-se em 1912 e logo em seguida volta ao Acre. Trabalhou no seringal "Bagaço" de propriedade do Cel. José Ferreira Lima, seu pai adotivo, depois em Porto Acre, em "Capatará" de propriedade de seu outro tio Daniel Ferreira Lima, depois em Rio Branco à convite do Governador Epaminondas Jácome, onde em 1921 junto com 9 companheiros fundam a Academia Acreana de Letras. Volta a trabalhar em "Capatará" e no início de 1925 transfere-se para Manaus, onde colabora com a Política, com a imprensa e com a arte amazonense.

O Dr. J. Ferreira Sobrinho faleceu possivelmente em 1944, na cidade de Manaus, porém o "Jornal do Comércio" do Amazonas o qual ele tanto colaborou, pouco falou dele depois de sua morte e o jornal acreano "O Acre", também pouco falou daquele grande intelectual acreano depois de 1944.

 

 

 

POESIA E POETAS DO AMAZONAS. Organizadores: Tenório Telles Marcos Frederico Krüger.  Manaus: Valer,  2006.   326 p.   Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

 

 

       A GARÇA

Ao velho bardo coestaduano
Quintino Cunha

 

 

         Por entre capinzais, entre um juncal florido,
defrontei, cismarenta, uma garça alvadia...
Agora, contemplava o espaço indefinido...
Depois, no espelho d´água, a quieta imagem via...

Perto em perto, em seu bico, a piaba luzidia,
nos espasmos da morte, o dorso bipartido,
traspassada de dor, coitada! Estremecia,
para não volver mais ao lago seu querido...

Enublou-se a atmosfera. Um rouco vendaval
soprou do Norte ao Sul. Veio a tarde, de manso...
E a garça, sempre ali, no plácido remanso

do lago, a refletir, no alvíssimo cristal,
a impecável brancura, evocada, esquecida,
a alma humana enfrentando os temporais da vida.

 

 

                            (Matupás do meu lago)

 

 

 

 

        

         O UIRAPURU

Para o Olegario Mariano

        
No Acre. Pleno verão. Deslumbrante arrebol
inundava de luz a majestosa mata,
quando, a viajar, ouvi, do maestro de escol,
a voz, que nos fascina, entusiasma e arrebata.

No alto de um buriti, bebendo a luz do sol,
ele o canto habitual, primoroso, desata...
Rodeiam-no, da selva multicromo rol,
boêmios e menestréis, voejando, espata e espata,

sem coro... E mais e mais se inflama a rude avena,
afeita a preludiar, por invernos e estios...
Tão soberba magia a ave ao concerto empresta,

 

       que se tem a impressão de que, assim, tão pequena,
tem, no peito, o rumor de cascatas e rios
e a harmonia pagã de suntuosa floresta.

 

                              (Ibidem)

 

 

 

 

Página publicada em novembro de 2020

      

        

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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