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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

CARLOS NÓBREGA

 

NÓBREGA, Carlos. Canto aceso.  Fortaleza, CE: Expressão Gráfica e Editora, 2015.   13 p.  ilus..  13x19 cm.  Capa: Ramon Sales. Inclui um cartão posta ilustrado com alguns versos do poeta.  ISBN 978-85-420-0682-7   “Carlos Nóbrega “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Cartão postal . Desenho de Ramon Sales

 

 

 

Duração

 

Rapadura, duro
tijolo de tempo, |
Ah doçura brusca,
          Alma de açúcar
     no corpo de um bruto.

___________________________

 

Dura, dura rapadura
fruta ruda e boa,
          Dúbio adobe ao tempo
          em que transmutamos
           a dor em doçura.

 

 

Varanda

 

De Sol-a-Sol nós sonhamos:

 Vertemos muito mais sonhos
 do que nossa rede comporta
 quer sejam sonhos de pluma
 quer tenham peso de luta.

Então o sonho transborda|

e se derrama em varandas
 de renda branca ou de juta.

Varanda de rede
 é só isto.

Bem delicada.
Ou bruta.

 

 

Nunca Vi

 

Nunca vi um jumento de cabeça erguida.
Esse bicho tão calado, tão calado,

          tão ascético
E que chora em lamentação lancinante
          a sua libido,

a sua única e desesperada comunicação
com o mundo:

o choro arrependido de sentir desejo —

O jumento, esse camelo

cor de pele, cor de pó, cor dos desertos —
Carregaria nas feições a dor humana?
Presumiriam o seu silêncio e o seu zurrar

          o que é a morte?

Nunca vi um jumento de cabeça erguida.

 

 

Seca

 

Tanto céu e tanto chão
Tanta planta sem ser flora
Tanto pó por abrasão
Tanto tempo numa só hora.

 

Vento bravo, cabra magra
Pluma e pedra gente e cobra
fero sol monta e deflora
exigindo que se quebre

 

Boca e alma e olho e testa
sofre tudo a mesma febre
Tudo sonha, tudo implora

 

por um corgo farto em vaga
E tudo nada, e tudo escorre
por um ralo falto d' água.

 

 

Retrato da Artista Quando Velha

 

A propósito,

Toda rachel de queiroz

se parece com a nossa mãe,

nossa mãe viva, ou não,
imortalmente, parece.

 

 

Sonho Tecido Ponto a Ponto

 

De Sol-a-Sol
nós sonhamos.

A rede apojada de sonhos
 entorna - e vaza - e transborda.
 ... Transborda ...

Nosso sonho fica pingando
 em mil labirintos de renda:

O nome disso é varanda.

Varanda de rede.

Varandas.

Que a mão da rendeira transborda.

 

 

MEIA TIGELA, O Poeta. Acidade / Carlos Nóbrega. Fortaleza, CE: Expressão Gráfica e Editrora, 2016. 156 p. ilus.  10,3x21 cm  ISBN 978-85-420-0901-9   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Página publicada em novembro de 2015

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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