WILSON PEREIRA DE JESUS
Possui graduação em Licenciatura em Ciências: Habilitação Plena em Matemática pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1981), graduação em Licenciatura em Ciências Primeiro Grau pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1976); especialização em Metodologia do Ensino de Ciências Experimentais e Matemática pela Universidade Federal da Bahia (1987); mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1992); especialização em História da Ciência pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2002).
Professor aposentado da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde atuou na graduação (Licenciatura em Matemática e Licenciatura em Pedagogia) e na pós-graduação (lato e stricto sensu), sendo atualmente professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na relação entre Filosofia da Matemática e Educação Matemática, atuando principalmente nos temas que dentro da Educação Matemática relacionam filosofia da matemática, pedagogia da matemática e história da matemática.
HERA 1972-2005. Antonio Brasileiro et al.. organizadores. Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora, 2010. 712 p. fac-símile. ilus. (Memória da Literatura Baiana). ISBN 978-SS85-99799-14-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
À GUISA DE ESCLARECIMENTO
Não há uma dor em meu peito,
há um silêncio
— motor maior que tudo
e um sentimento de espanto no mundo.
Não há uma dor no meu leito,
há antepassados, touros, peixes, pássaros
algo como um rio incriado
criando superfície de luz sobre pedras.
Não há uma dor no meu jeito,
há tristeza, mudez, mistérios
e esta vontade de curar os homens
e apascentar mulheres.
VERBO
A solução nossa, irmã,
está no passado
em nossa primeira luta
em nosso primeiro verbo.
A solução nossa, irmã,
está no nosso passado
suspiro primeiro ou susto,
ou choro ante o silêncio maior
de antepassados tolos
vítimas do descontínuo gesto
de um deus
manifesto numa tarde
menor maior ou não sei quanto
dimensionada ou desconhecida.
A solução nossa, irmã,
está em nossos ossos
em nossas vísceras contidas
em nosso grito perdido
em nossos primeiro passos
e em nossa alma, perdida em laços.
A solução nossa, irmã,
está em nós. Em nossa
mais recôndita sala
atrás da mais recôndita aorta.
A solução nossa, irmã,
está em solução não termos
pois fomos sem razão traçados;
como o gesto de um monge na praça
ou o ciclo de mil galáxias.
Página publicada em janeiro de 2019
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