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UAÇAI DE MAGALHÃES LOPES
Doutor em Educação pela Ufba, (1989) e Mestre em Educação também pela Ufba (2009); com pós-doutorado em Estratégia e Finanças Empresariais pelo CEEFE ? Centro de Estudos em Estratégia e Finanças Empresariais da Universidade Autônoma de Lisboa ? UAL (2011), Graduado em Ciências Contábeis pela Fundação Visconde de Cairú (1979). Uaçaí de Magalhães Lopes é professor Titular (Aposentado) da Universidade Estadual de Feira de Santana ? Bahia na qual também desempenhou a função de Assessor de Avaliação Acadêmica, da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação.
Publicou diversos artigos e livros destacando-se: Avaliação e Gestão: teorias e práticas, (Edufba, 2009); Educação como Fundamento da Sustentabilidade, (Edufba, 2010). No campo literário tem atuado na área das letras com ênfase em poesia e prosa. É Diretor Presidente do Instituto Avaliar instituição de direito privado dedicado a realização de trabalhos de avaliação sem fins lucrativos. Sócio da Lopes & Lopes Associados Sociedade Simples empresa privada que atua na área de Auditoria e Consultoria.
Publicou em coletâneas, destacando-se em vários números da revista Hera (Feira de Santana-Bahia) e individualmente destacam-se os livros: Caminhos (Poemas, Edição do Autor, 1986), Digressões acerca do conteúdo do armário (Poemas, Edições Cordel, 2001), Vôo do Assanhaço (Haicais, Edições Açaí, 2003).
HERA 1972-2005. Antonio Brasileiro et al.. organizadores. Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora, 2010. 712 p. fac-símile. ilus. (Memória da Literatura Baiana). ISBN 978-SS85-99799-14-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
PERSISTÊNCIA
(EN)CANTO
- Ainda somos juntos
e cantamos nas noites
sem alaúdes e
caminhamos
tanger estas minúcias
não nos mudaria
nosso inimigo está morto
nosso amor é uma rosa feia,
mas que é flor e é rosa.
- Torto é o nosso caminho,
mas é nosso e nos carrega.
- Para além do amor
é o nosso destino
que não padece e não se entrega.
Não temos flautas
para o nosso canto
antes
de ser nosso
ainda é canto
além
de ser nosso
permanece canto.
POESIA SEMPRE China Ano 14 Número 27. 2007. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: MINISTÉRIO DA CULTURA / FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. 247 p. ISBN 0104-0626 No.10 384
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA
Soneto inglês
Um sonho juvenil alimentamos
de conhecer a eterna companheira,
e a vida que não é de brincadeira
nos destrói a ilusão quando acordamos.
Nos conhecemos — oh, que maravilha.
E toda a vida um filme encantado,
tudo parece até premeditado
—todos os rumos levam à mesma trilha.
O dia-a-dia, então tudo atrapalha:
mas não sabemos porque assim ocorre —
a fantasia de repente morre
e a nossa linda musa vira gralha.
Se as mulheres não são como sonhamos
o que será que nelas tantão amamos?
No amor não há decretos
No amor não há decretos, nem razões.
Há apenas, decerto, alguns assomos,
algo que une em um, dois corações,
lembrando, lá no fundo, os que nós somos:
animais, nascidos da explosão
sem que nosso universo, em suas artes
(anomia, caos-ordem, criação):
— dividiu cada der, em duas partes.
Trevas-luz, positivo-negativo,
opostos confluindo à mesma aurora.
Aterradora luz, que se acendeu.
Amor, puro conflito primitivo,
que nos projeta, pela vida afora,
buscando o que no início, se perdeu.
Soneto
Ao poeta Antonio Lopes, meu pai.
Não quero ser herói.
em meio à multidão anonimato.
Apenas uma simples caminhada
nos labirintos próprios do meu ato.
Não quero nada além dos que já existe.
Apenas ver com mais profundidade.
Às vezes uma coisa a mim é triste,
e alegre para toda a humanidade.
Não quero que me pensem penitente:
profunda a minha dor por ser vadia,
igual à dor que todo o mundo sente.
Não quero que se queira de repente
buscar toda a verdade em um só dia,
eu quero é cada dia, intensamente.
*
Página ampliada e republicada em maio de 2025.
Página publicada em janeiro de 2019
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