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POESIA BAIANA
Coordenação: JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

 

PILIGRA

 

Piligra ( Lourival Pereira Junior ) nasceu em Itabuna, Bahia. É professor na Universidade Estadual de Santa Cruz e possui mestrado em filosofia pel UFPB (Universidade Federal da Paraíba). 

 

PILIGRA.  A Odisseia de Jorge Amado.  Ilustrações Jane Hilda Badaró.  Ilhéus, Bahia: Editora da Col. EUESC, 2012.    Artista gráfico: George Pellegrini.  148 p. ilus. 22x27 cm.   ISBN 978-85-7455-286-6   Col. A.M.  (EE)

(fragmentos) 

 

2

Desde pequeno soube amar a sua terra
Vivendo os mitos do universo do cacau,
Aprendeu cedo o que na luta nos desterra,
Cresceu com ele o seu Pais do Carnaval...
Quando sonhava não temia amor ou guerra,
Apenas via em seus romances um sinal,
Criança alegre que lutou contra bozerra;
Anjo divino se movendo no quintal...
Desde pequeno o grande Jorge foi brilhante,
Simples modelo da mais justa educação;
Das coisas belas se mostrou perfeito amante,
Fez da esperança a força da libertação...
— Foi para Ilhéus, cidade bela, apaixonante,
Onde viveu, sonhou, buscou inspiração...

10

Ilhéus foi sempre para Jorge uma princesa,
Dama elegante, mas por dentro corrompida;

Dessa cidade ele narrou toda pobreza
E a decadência de uma classe apodrecida...
Ele a deixou guardando em si toda a beleza,
Os seus roteiros de um romance com a vida,
Simples menino mergulhado na tristeza:
A dor que marca a quem se encontra de partida.
Ilhéus será, pelo escritor, eternizada;
Ele a guardava, feito jóia, na memória,
A relação, desde criança, com a história
De cada esquina da cidade sempre amada...
— A Gabriela cheira a flor, pecado e glória;
Graças a Jorge, Ilhéus será sempre lembrada
...

 

44

A longa noite da censura bebe sangue,
Luto e silêncio lançam Jorge na tristeza;
O Pedro Bala se organiza em nova gangue,
Margot se mostra a própria deusa da beleza...
Gira no espaço, feito louco bumerangue,
Jubiabá reorganizando a natureza,
Enquanto a dor deixa o soldado fraco e exangue
Na triste guerra entre a palavra e a vil pobreza...
Imparcial na hora da guerra indecorosa,
Justo e valente no momento mais difícil,
Sereno, calmo, duro espinho de uma rosa,
Alma que segue mergulhada em nobre ofício...
— Jorge não cede à tirania vergonhosa,
Ao dragão velho transmutado em precipício...

 

62 .

 

Jorge retorna pro Brasil revigorado,

Traz na cabeça uma lembrança, velha estória,

A mente é o giro de um pião desgovernado,

O olhar se curva para o fundo da memória; 

Surge brilhante, em Salvador, velho sobrado...

Por um segundo Jorge enxerga a antiga glória,

Narrando a trama de um menino abandonado

Que fez da praia a cama doce de uma escória:

 "Sou capitão na areia negra da miséria

Menino forte que suporta o sal do mar,

Para a polícia sou pior que uma bactéria

Sei das malícias de mentir e de roubar...

— Sou capitão do mar, no espaço sem matéria;

Dora me espera e no trapiche eu vou casar..."

 

 

Página publicada em novembro de 2013

 


 

 

 
 
 
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