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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  https://academiadeletrasdabahia.wordpress.com/

 

MIRELLA MÁRCIA

 

Mirella Márcia Longo Vieira Lima

Professora Titular de Teoria Literária e Literatura Comparada da UFBA. Pesquisadora do CNPq desde 2002.

Atua nos Cursos de Graduação e no Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da UFBA. Concluiu Licenciatura e Mestrado em Letras na UFBA. Sob a orientação de João Luis Machado Lafetá, fez doutorado na FFLCH/ USP (1993). Em 2000, fez estágio pós-doutoral de pesquisa na Biblioteca Nacional de Lisboa, com bolsa da BN e da Fundação para o desenvolvimento do mundo em língua portuguesa. Entre 1/8/2006 e 31/7/2007, fez pós- doutorado em Letras na USP, com bolsa do CNPQ e supervisão de Flávio Aguiar.

 Em 2014, realizou outro pós-doutorado na USP, com supervisão de Alfredo Bosi e apoio da CAPES/ PNPD. Entre 2008 e 2011, integrou diretoria da AIL (Associação Internacional de Lusitanistas). Foi Assessora para assuntos internacionais da UFBA, durante dois anos (2016-2018).

Estuda representações da família, da própria arte e do amor ( inclusive erotismo místico) em textos literários modernos e contemporâneos.

Desenvolve, com apoio do CNPQ, o projeto "O grande circo místico do poeta Jorge de Lima e suas repercussões na cultura brasileira". Entre outras publicações, é autora dos livros "Cenas de Amor em Romances do Século XX" , "Um Quarto Muito Amplo: memorial acadêmico" e "Confidência Mineira: o amor na poesia de Carlos Drummond de Andrade".

Fonte da biografia: https://www.escavador.com/

 

 

 

NEO-BATISMO

 

Deixo que o sol me entorpeça o rosto e não me reste résquia — um só registro deste sonho.

Deixo que o vento me resvale o seio e não me sobre um só sinal de ardência.

 

(Para onde me leva o mar em seu balanço?)

-       Salgador - Amado -

—     Triste animal libertador, lava-me os olhos desta sombra estéril!

E traga-me da sua

profundeza mais densa

e impensada,

da alga a água que

como águia converta-me de novo

em seu espelho.

 

Faça-se a outra luz enquanto

deixo que as ondas me resvalem

no abismo

onde encontro um novo berço em novo ritmo

em que me embalo

em novo Ser.

 

 

             (O curso das águas, 1981)

 

 

 

AO ARQUEÓLOGO

 

                (Ao Affonso)

 

 

Já basta o que nos deixa abatidos,
de olhos baixos, vencidos. Já basta!
Bastam os voos sobre Beirute
e na esquina o assalto,
todos os mortos na Bósnia
e as Sete ausências do Salto.
Basta!...

Que o arco da dor só nos gasta.

 

Faz brotar a alegria
da melodia que ampara
e escava o sal desta terra
na poesia que sara.

 

Com teus fósseis abastece
os indigentes da alma
e baste a quem não se basta
um gesto da tua palma.

 

Se consentirmos na escassez dos lírios,
morreremos em vida,

antes que chegue qualquer peste no amanhã.

 

 

 

 

Página publicada em março de 2020


 

 

 
 
 
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