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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://www.pallaseditora.com.br/

LUIS PIMENTEL


Luís Pimentel (Itiúba, Bahia,  1953), é um escritor e jornalista brasileiro. Cresceu e teve sua formação básica na cidade de Feira de Santana de onde mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar teatro. Ali, contudo, dedicou-se ao jornalismo e à literatura.

Trabalhou em várias publicações e jornais, como O Pasquim (1976-1977), na Mad do Brasil, Última Hora, O Dia e outros.

Como escritor é autor de dezenas de obras, em vários estilos, e dedicadas aos públicos infantil ou adulto, além das biografias de Wilson Batista e Luiz Gonzaga, havendo ganho vários prêmios literários. Foi, ainda, roteirista em programas de humor da televisão, como Escolinha do Professor Raimundo.

Seu trabalho também é voltado para a música do Brasil, havendo editado a revista Música Brasileira, que ainda encontra sua versão no meio digital.

Coordenou, também, a publicação de Paixão e Ficção - Contos e Causos de Futebol, no qual escreveu um texto, ao lado de figuras como Zico, Armando Nogueira, Aldir Blanc, entre outros.

 

PIMENTEL, Luis.  O Calcanhar da memória. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.  112 p.   14X21 cm.  Capa: Silvana Mattlevich.  ISBN 85-286-1078-0  “ Luis Pimentel “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

MARÉS

A vida dá muitas voltas

e volta sempre ao começo.

 

Nos mostrando em cada volta

seus passos e seus tropeços.

 

A vida é maré revolta.

A morte é que vem de berço.


 

 

SEPULTURAS


Salva dos bombardeios,

a memória persiste.

 

Baú que nada esconde,

 

que a tudo assiste

 

e resiste a reunir mistérios.

 

A memória guarda mais prantos

que os cemitérios.

 

 

 

TRAÇADO

 

O poema é como a aranha,

vai vivendo do que tece.

 

Se o campo é vasto, ele cresce.

Se a terra é seca, ele míngua.

 

O poema é uma íngua:

inflama quando adoece.

 

Do poema só se colhe

o que o poeta semeia.

 

E como a aranha,

se envolve,

em sua teia.

 

 

 

 

 

HERA 1972-2005. Antonio Brasileiro et al.. organizadores. Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora, 2010. 712 p. fac-símile. ilus. (Memória da Literatura Baiana). ISBN 978-SS85-99799-14-7 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

ESTA NOITE IMPROVISAMOS

 

Para Luigi Pirandello

 

 

Esta noite se improvisa

visa o medo do amanhã

segue rotas não marcadas

não precisa entender nada

esta noite vivo em mim.

Ser poeta improvisando

era sonho de menino

ouço a paz de um sabiá

na penumbra da varanda.

As coisas não são

como deviam ser

só nos resta improvisar.

 

 

 

ESTUDO

 

Estendi meu corpo ao sol

e convidei ao abutres.

 

Fui vê-lo depois de seco

quando os abutres se foram.

 

Apanhei um osso velho

e coloquei na estante.

 

O osso gerou um gênio

que cuspiu em minha face.

 

Estendi minha face ao sol

e nunca mais fui buscá-la.

 

 

 

DIVAGAÇÕES 2

 

Nosso tempo é assim:

seco e compulsório.”

Antonio Brasileiro

 

 

 

O tempo perdeu-se de nós

por isso divagamos

ante-espaço.

 

Hoje

respiramos pelos calcanhares.

Nossos pulmões perdidos, olfato

perdemos

os nossos ideais.

Pequena plenitude saturada

a natureza

hoje de todos saturada.

 

E os radares prometem vingança.

 

 

 

CALAR

 

O cheiro do mar

pelos olhos do vento

me vence. Calado

e completo

na água.

 

E os meus pés são de seda

na areia impassível.

 

HERA NO. 20.   (REVISTA HERA)   Direção Roberto Pereyr – Salete Aguiar – Trazíbulo Henrique Pardo Casas.   Feira de Santana, Bahia: 2005.  ISSN 0101-1065Ex. Bibl. Antonio Miranda

 

         MENOS-VALIA

Para Roberval Pereyr

Levarei duzentos anos
para completar-me.
E, quando enfim inteiro
me sentir, hei de ver,
mais uma vez,
que mais incompleto estou:
sem saber do tempo,
sem saber de mim.
E duzentos anos
mais velho.


QUASE NADA

Pouco, enfim, mudou neste cenário
que ora contemplo, plácido,
pleno, o olhar curvo, oblíquo,
o peito vingado.  A eterna úlcera
quase em paz.

Pouco em mim mudou no itinerário
que hoje faço, que me refaço
e que aqui paro, repartido,
voluntário, o peso do olhar vergando
as pálpebras e tendo que contemplar
e confirmar: neste cenário, amigos,
eu fui quase infeliz. Por quase nada.


NOVO DIA

O casal se arrasta penosamente.
Ele muito velho, ela demente,
vão em busca do sol da tarde.

O casal de velho, nova amizade,
parou com as brigas ainda hoje.
Agora enxergam alegria em tudo
e estão tediosamente em paz.

O casal de velhos acordou feliz,
porque faz um belíssimo dia
e não vai chover nem fazer frio.

Nem parecem mais aqueles:
ontem assistiram à grande festa
de casamento do único filho.
Descobriram-se, enfim, mais sós.

E, se quiserem,
se ainda souberem,
poderão até ser felizes.

MARÉS

A vida dá muitas voltas
e volta sempre ao começo,

nos mostrando em cada volta
seus passos e seus tropeços.

A vida é maré revolta.
A morte é que vem do berço.

               

*

VEJA e LEIA  outros poetas da BAHIA em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/bahia/bahia.html

 

Página publicada em dezembro de 2022


 

 

 

Página publicada em janeiro de 2015. Ampliada em dezembro de 2018.

 

 


 

 

 
 
 
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