GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
Nasceu em Nazaré-Bahia-Brasil, em 26 de agosto de 1953. Escreveu vários livros de ficção e poesias como: A VINGANÇA DOS IRRACIONAIS, REVOLTA, ALÉM DA MISÉRIA, O SANTO DEMÔNIO, ESSES HERÓIS CAMPONESES, OS DOIS PÓLOS ANTAGÓNICOS, O SISTEMA, NEOLIBERALISMO NO CÉU,
IMPÉRIO, FERRO (Teatro), ZÉ, LÁ FORA e EM MINHA TERRA (Poesias) Escreve para diversas revistas e sites como: Aríete Piedade Letras e Amizade, Portal CEN, União Lusófona De Letras e Artes, Portal BVEC, Poesia na Pastelaria, O Maior Livro Poético do Mundo, Indignei-me, Jardim de Poesia e Jornal Raiz online (Portugal); Projeto Alma Brasileira, Literatura é Arte, Academia AVSPE, Palanque Marginal, Web Artigos, Beco dos Poetas, Recanto do Escritor (Brasil); Estante de Edite Pinheiro,(Angola) Estante João Furtado (Cabo Verde) Movimiento Poetas dei Mundo (Chile) Organización Mundial de Poetas, Escritores y Artistas (Hunduras); VARAL DO BRASIL (Suiça) Participa da Rádio Raiz online e Radio Portugal Amigo (Portugal) Radio Circuito Cultural (Brasil) e Radio de La Organizacion Mundial de Poetas, Escritores y Artistas (Honduras). Participou de várias coletâneas em Portugal, da Pastelaria Estúdios Editora, "Corda Bamba" e "Ocultos Buracos", em 2012 e do Projeto Alma Brasileira, do Brasil.
Foi entrevistado pela Radio Raiz online, de Portugal em 2010 e Portal CEN, de Portugal em 2012.
OLIVEIRA, Gilberto Nogueira de. Em minha terra - Século XX. 1958 a 2000. s.l.: Editora Fundo de Quintal, 2012? 166 p. 14x21 cm. Acompanha esta edição um CD com aproximadamente uma hor de poemas do autor declamados por Arlete Piedade no programa Falar Poesia, na Rádio Raiz Online em 26 de janeiro de 2011. Col. A.M.
Não importa a guerra, a ciência nem a terra.
Não me importa nada, nem conto de fada.
Ouço a voz do cão, não importa o pão.
Sou a voz do amor, doou meu coração.
SILÊNCIO
Ando pelo deserto, ouço a tempestade.
Ando pela rua, passa um trator.
Ando pelo campo, ouço a covardia.
Ando pela periferia, ouço lamentos chorosos.
Ando pelas capitais, ouço discursos incultos.
Ando dentro de mim, ouço a minha tristeza,
Miséria, confusão. E o meu ser, é o meu eu.
Parei de andar. Olhei para o cemitério
Tinha gente chorando pelos mortos.
Nazaré. 22-09-1968
ÍDOLO ABSTRATO
Ídolo estimado por mim,
Nada me atrasa, nada me adianta,
Vivo parado no mesmo lugar. Estou pregado no chão.
Mãos mágicas me atraem, não posso me livrar.
Estou quase perdido. Surgem outras mãos;
Agora, todas elas, disputam meu trágico destino.
As maiores abateram as menores
Como os peixes grandes, destroem os peixes pequenos.
Como eu estou me destruindo. Não sei o que fazer.
Ajude-me, ídolo querido. Você é a minha salvação.
Agora, as mãos vem todas em minha direção,
Agarram-me e agora me destroem.
Já não existo pela metade.
Ídolo querido, chegue perto de mim,
Abata essas terríveis mãos.
Agora, uma coisa me dói. A dor é terrível
Porem, desconhecida.
É uma dor extraordinária.
E incrível, ídolo querido.
Chegue perto de mim, peço outra vez.
Não aguento mais.
Só me resta a cabeça.
Agora, só faço pensar.
Felizmente você chegou,
Agora me toque.
Acorde-me porque eu estou
No fim de um terrível pesadelo.
Nazaré, 07-10-1968
A DUVIDA
Andando pela cidade
Eu vi um juiz e um padre
Fantasiados de urubu.
Voando na imaginação,
Eu vi um urubu
Fantasiado de juiz,
Querendo rezar uma missa
Para as vitimas do sistema.
Andando pela avenida
Eu vi um pinguim...
Ah não. Era um juiz
Fantasiado de pinguim,
Querendo rezar uma audiência
Para as vitimas do sistema.
Andando pela floresta,
Eu vi um caçador
Atirando num urubu.
Sete anos de azar!
Foi processado e excomungado
Porque era míope.
Para o caçador
Tudo que se vestia de preto
Era padre ou juiz
E contribuía com o sistema.
Nazaré, 15-05-1995
Página publicada em junho de 2013
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