POESIA BARROCA BRASILEIRA
GERVÁSIO DAS MONTANHAS
“Obras lyricas” [cf. supra, p. 344, nota 50], p. 29. — Aderaldo Castello,
O movimento acedemicista no Brasil..., vol. I, t. I, São Paulo, 1969,. p. 309, cita no sonet “Gervásio das Montanhas, eremita na Tebaida das Jacobinas”, leído en la Academia dos Esquecidos de Bahia”..
Extraído de:
https://books.google.com.br/books?id=YFU-cqsyl-QC&pg=PA399&lpg=PA399&dq=GERV%C3%81SIO+DAS+MONTANHAS+poeta&source=bl&ots=mMm2lFPN7Z&sig=GEM1P-TrsXIy1OcgDEsk2X_iGpY&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwizmpTon67fAhVLhJAKHUADAngQ6AEwC3oECAkQAQ#v=onepage&q=GERV%C3%81SIO%20DAS%20MONTANHAS%20poeta&f=false
A uma Dama Formosa sem dentes,
que para encobrir a falta falava pouco
Segundo assunto
Soneto
U’a Fermosa Dama; bem está.
Dizem mais que discreta; assim o ouvi.
Mas fermosa, e sem dentes? tal não vi.
Mulher, e falar pouco? tal não há.
Quem tanta bizarria louvará?
Eu não: porque não sei de quis, vel qui.
No ré, mi, fá, sol, lá, não sei do mi
Que no meu cantochão, só sei de fá.
Ser mais bela que o Sol; creio por fé.
Sol, porque das fermosas ela é só.
Mas desdentada, e bela; é ponto cru.
Cadmo me empreste os dentes, por quem é
Que mulher, que não diz pio, nem crô,
Faz consoantes A, E, I, O, U.
Página publicada em dezembro de 2018
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