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GERALDO TONINI JÚNIOR

Nasceu em Araguari, Minas Gerais e vive na Bahia. Geólogo a serviço da Petrobrás, estréia em livro em 2004 em obra coletiva – Pórtico – Antologia Poética II, organizada por Goulart Gomes: Pórtico Edições. Na opinião do antologista, Geraldo Tonini Júnior “é proprietário de uma poesia madura, bem elaborada, construída tijolo a tijolo (ou palavra a palavra?)”,” (...) com estilo bem delineado, pronto a ser lapidado”.

 

DE RUAS E CORAÇÕES

 

Meu coração é um pivete

Vivendo a vagar pela rua

E sob a lua alia ao bando

De mil outros peles nuas

Vaga, vaga, gira, gira

E acaba só, numa cafua

 

A cidade, magia, é luz

Seduz, atrai e abomina

O coração pivete e a alma menina

Que vagam, vagam seminus

E se acabam, ao fim da noite

Pregados juntos na mesma cruz

 

E assim vai meu coração

Crescendo, virando gente

E nem tanto marginal, senão

Tampouco um indigente

Nos braços da solidão, vai

No meio de tantos, ausente.

 

(Belo Horizonte, 16/09/87)

 


 

VÔ MALAQUIAS

 

Meu avô foi um vaqueiro

Sisudo como se soe

Do gibão roto da vida

Tirava casos mateiros

Coragem, sabedoria

E com silêncio indigente

Nele guardava penseiro

Parcas dores e saudades

Decerto incertos amores

Solidão e mui janeiros

 

O seu nome, Malaquias

Também Pereira da Costa

Conhecido por “Coqueiro”

Mescla altaneira de peles

Rostos, sangues e destinos

Que cavalgava inzoneiro

A solidão de hibernada

Do coração de vovó

Luz de lua ou candeeiro

Caminhos de gado e pó

 

Meu avô foi garimpeiro

Buscava em leito de rio

Migalhas de ouro esparsas

Esperanças de tropeiro

Arroz, ouro em pó, areia

Brincando de roda e pique

Na bateia, e num voleio

Jaz reluzente no fundo

A alegria singela

De coração de rancheiro

 

Brilhavam pepitas no lenço

Como o olhar daquela gente

Que brilhava o tempo inteiro

Naqueles tempos folgados

Daquele lugar arredio

E retornando ao arreio

Cavalgava manso a estrada

Trazendo contos, tesouros

Tal e qual mouro guerreiro

Que à pátria retornava

 

Meu avô, tudo e ninguém

Foi canivete, arreio

Gibão, poeira, berrante

Tropa, bateia, vintém

Lua, sol e candeeiro

Cheiro de mato, coragem

E no seu porte altaneiro

Foi meu espelho também

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 


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