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                   EVANDRO BARRÊTO 
                    
                  Nasceu em Salvador, Bahia, Brasil, em 1941. Professor do  Departamento de Letras e Artes.  Publicou  o livro de poemas Aedo (1978).
                    
                    
                  
                  HERA  1972-2005.  Antonio  Brasileiro et al.. organizadores.   Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora,  2010.  712 p.  fac-símile. ilus. (Memória da Literatura  Baiana).  ISBN 978-SS85-99799-14-7  Ex. bibl. Antonio Miranda 
                    
                    
                                  CANÇÃO PARA ALINE ADORMECIDA 
                  
                            Antiga mais que a história 
                      deste  brilhar sem jaça 
                      onde  os que são e os que foram 
                      ofertam  a vida na taça 
                             Nova  mais que a esperança 
                      teu  dormir entre meus braços 
                      onde  risos e presenças 
                      não  roubam nosso cansaço 
                             Eterna,  te cobrem de azul 
                      as  mãos em rito de amor 
                      cumprida  está a visita 
                      Rainha  és, rei não sou 
                   
                    
                          POÉTICA  III 
                  
                            Construída está sem cal e pedra 
                      a  vida que habito no poema 
                      brasão  e talismã claro dilema 
                      
                   
                           PÁGINA 13 
                                  p/ Yanê 
                  
                                        
                    : amor 
                                       na  palma se estuda 
                                                               morte: 
                     
                       
                    UMA CANÇÃO EM SETEMBRO 
                   
                                  Para Edson, Dalva e Sueli 
                  
                     
                      É madrugada sob o viaduto 
                        o  silêncio do homem procura 
                        alguém  para se comunicar 
                        alguém  na noite haverá 
                        de  entende-lo: 
                             há  pouco na ceia 
                      esta  vida era anunciada 
                      pelos  lábios de ti 
                      minha  concepção gerando 
                      cismas 
                             estou  neutro 
                      estou  sério 
                      estou  grave 
                             ante  o espetáculo 
                      permaneço  perene 
                      e  sinto 
                      com  todos a renovação 
                      de  todos 
                             é  primavera sim 
                      é  madrugada 
                             um  homem está sozinho 
                      sob  o viaduto? 
                             um  homem 
                      do  fim dos tempos vem a voz 
                      um  choro 
                      um  milagre 
                             é  nossa aleluia sim 
                             em  setembro 
                      um  homem 
                      nunca  está sozinho 
                      
                      
                   
                  Página  publicada em dezembro de 2018 
                   
                
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