DIVAL DA SILVA PITOMBO
(1915 - 1989)
Filho de Joaquim Inácio Pitombo e Julieta da Silva Pitombo, DIVAL DA SILVA PITOMBO nasceu no dia 7 de julho de 1915, em Feira de Santana, e faleceu na mesma cidade, em 1989. Fez o curso primário com as professoras Joana Paiva e Ubaldina Regis. Cursou o ginasial no Colégio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia onde fez o curso de odontologia, voltando em seguida para sua terra natal onde, durante algum tempo, exerceu a clínica com sucesso.
Depois, dedicou-se ao magistério, às letras e às artes. Foi professor catedrático de História do Colégio Santanópoles e do Instituto Educacional Gastão Guimarães (do qual foi, durante muitos anos, Diretor) , fundou e dirigiu o Museu Regional de Feira de Santana e a Associação Feirense de Arte. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, sócio do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, da Associação Baiana de Imprensa, do Centro de Artes Plásticas do Nordeste, da Academia de Letras de Feira de Santana (da qual foi Presidente) e outras instituições. Dedicou sua vida ao ensino e ao desenvolvimento de Feira de Santana.
Dival da Silva Pitombo promoveu e incentivou os principais acontecimentos artísticos e culturais que ocorreram na terra que lhe serviu de berço. Ao lado de Odorico Tavares, fundou o Museu Regional de Feira de Santana, contando com o decisivo apoio do jornalista Assis Chateaubriand. Acompanhou todas as fases do Museu, desde a doação do espaço físico, feita pelo prefeito Joselito Amorim até a formação do acervo que recebeu importantes doações como o Salão dos Pintores Ingleses, doado pela Rainha de Inglaterra.
(Mais informação em http://www.academiadeeducacao.org.br/pat_divalpitombo.htm
HERA 1972-2005. Antonio Brasileiro et al.. organizadores. Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora, 2010. 712 p. fac-símile. ilus. (Memória da Literatura Baiana). ISBN 978-SS85-99799-14-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
PRELÚDIO E FUGA
Do céu de talco
e estrelas moribundas
emerge a rosa da manhã.
A noite que passou
está dentro de mim.
Deixa que repouse a minha cabeça
nos teus braços.
Quero esmagar em tuas mãos
essa orgia de distâncias!
Quero falar contigo
como se fosse, boje, a véspera da CRIAÇÃO.
Do mundo que vai nascer
eu escolhi uma flor,
E parti, levando-a, sonâmbula,
entre os dedos,
desafiando auroras.
E agora tu a tens pousada em ti,
num agitar de asa em agonia.
Como uma coroa.
Metafísico troféu de espanto e alumbramento
para premiar tua ternura.
Oh! tímida libélula fatigada,
alegre e sensitiva como um sino...
E boa como o mar.
MILAGRE EM VENEZA
Eu vi o crepúsculo descer sobre o Adriático.
E vestir Veneza de ouro
como se a preparasse
para as núpcias de um Doge.
Depois
a noite chegou de mansinho e fez o seu milagre.
Pousou no Campanário.
Soprou seu hálito azul na Praça de São Marcos
e levantou uma poeira dourada
feita de pombos e estrelas.
A música de Bach subiu da terra
numa litania de anjos.
E Veneza flutuou sobre as águas
como uma rosa atirada no mar!...
UMA VIDA
Esferas coloridas
povoaram seu sonho.
Muitas rosas vermelhas
marcaram seus passos.
Uma lua de azougue
clareou seu caminho.
Depois
tudo isso se fundiu
na mesma sombra.
Página publicada em dezembro de 2018
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