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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://jornalistaslivres.org/

 

CARLOS PRONZATO

 

Carlos Pronzato (Buenos Aires, 1959) é um é escritor, cineasta, teatrólogo e ativista social, nascido na Argentina e residente no Brasil.[1]

Morou em Buenos Aires até 1982, onde estudou no tradicional Colégio Nacional de Buenos Aires. Realizou estudos de teatro e foi assistente em filmes de ficção da indústria cinematográfica argentina, quando partiu numa longa viagem de conhecimento pela América Latina, concluída em Salvador, na Bahia.

Formou-se em direção teatral pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1993 e tem pós-graduação em teoria do teatro.

Atuou na Revolta do Buzu, quando estudantes tomaram a rua para protestar contra o aumento da passagem do ônibus; e no dia 16 de maio de 2001, quando universitários exigiram a cassação do senador baiano Antonio Carlos Magalhães.[2]

Seu documentário, Madres de Plaza de Mayo, Memoria, Verdad, Justicia (produção executiva de Lola Laborda) ganhou o Prêmio Especial do Júri na XXXVI Jornada Internacional de Cinema da Bahia (2009) e o Prêmio Internacional Roberto Rossellini, no Festival de Maiori, na Itália (2009).

O documentário Lama, o crime Vale no Brasil, a tragédia de Brumadinho, dos cineastas Carlos Pronzato e Richardson Pontone
ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Ver e Fazer Filmes de Cataguases, Minas, em 2029.

 

 

 

 

PROVÉRBIOS DA LAMA. Antologia poética. Organização Rodrigo Starling.   Belo Horizonte:  Starling, 2020.    204 p.   ISBN 978-85-990511-3-5    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

A SIRENE

 

A sirene calou-se

Nem os pássaros deram o alerta

E o cimento rasgou o silêncio

 

A empresa desabou Toneladas de rejeitos De corrupção

 

Não houve adeuses

 

O meio-dia
Cravou seu punhal
Na hora anunciada
E vertical

 

Agora

Atravessado como uma estaca

No peito da lama

O corpo é subterrâneo

Gesto petrificado

Na solidão do mineral.

 

 

 

 

 

 

Foto: politica.estadao.com.br

 

 

 

 

TREM MINÉRIO

 

Um trem interminável
Carrega as entranhas
Das Minas Gerais

 

Fileiras de idênticos vagões
Martelam
os trilhos
Com minério exilado

 

Vagões apinhados de sangue
De carne
De corpos

No frio metal que corre até o Atlântico

 

Pó de minério
Pó de ossos

 

E algum crachá perdido
Voando no ar tóxico da tarde.

 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2020


 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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