CARLOS EDUARDO DA ROCHA
De
Carlos Eduardo da Rocha
Poema do barco sem nome
Desenhos de Aldemir Martins.
Salvador: Edições Oxumaré, 1977. s.p
1
Nem uma vela
distante
Somente
o imenso mar
Azul.
Aquele barco
vermelho
Velejando
para porto
Algum.
O vento brando
impele
Constante
No rumo
Sul.
Para a viagem
sem porto de chegar
Longa
e sem o desejo
da volta.
2
Esse barco
não tem nome
Vai navegando
em segredo
Na rota desconhecida.
Em seu mastro porém
no mais alto
Enorme bandeira
desfraldada
Sem cor alguma também.
Apenas
perfumada
De maresia
de brisa
E água salgada.
(...)
De
ROCHA, Carlos Eduardo.
O Idílio. Poesia.
Salvador: Edições O ViceRey, 1979. s.p.
Impressão nas oficinas da ABC Gráfica Offset Ltda, sob a supervisão gráfica de Abílio Cândido de Jesus, montagem de António Teixeira Lobo- Lay-out: Abílio Cândido de Jesus. Editor: Nelson de Araújo. Consultor para Literatura e Arte: Carlos Eduardo da Rocha. Consultores para assuntos históricos: Fernando L. Fonseca e Valentín Calderón de Ia Vara. Consultor para as Artes Gráficas: Abílio Cândido de Jesus. Marcada editora: detalhe de gravura de Reiation d'un voyage fait en 7695, 7696 & 7697, aux cotes d'Afrique, détroitde Mageilan, Brésil, Cayenne et les ntiiies, de Froger (Amsterdam.A. chelte, 1699), exemplar da Biblioteca de Frederico Edetweiss, Cidade da Bahia. Fotografo e laboratorista da marca: Nelson de Araújo. Col. A. M. (EA)
IV / A SOLIDÃO
É preciso meditar
na solidão
do homem e seu cão
não compartilhada
em passos seguidos
na grande praia deserta
com as sombras alongadas
na luz amanhecente
no caminho constante
em linha reta
sem atalhos
sem errada
no rumo certo
da casa abandonada.
VI / O MILAGRE
Assim também
com o pão de cada dia
que nunca falta multiplicado
e com sabor vário
de iguarias
generosos vinhos
e báquicos licores
e espíritos outros...
nas justas libações
borbulham, espumam
e se evolam
nos copos e nas taças
fluindo na profusão
das ânforas e das jarras.
Poeta, baiano com diversos livros publicados.
É membro do Conselho Estadual de Cultura e Diretor da Divisão de Museus do Estado da Bahia.
PORTO DE TODOS OS SANTOS. No. 2 – Setembro de 1968 - Revista do Departamento de Educação Superior e daa Cultura, de Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia. Diretor Luis Henrique Dias Tavares. Diretor-Editor Humberto Fialho Guedes.
Capa e vinhetas: Floriano Teixeira. Desenho do título: Maria Dalva. Gravuras: Calasans Neto; Sonia Castro.
Ex. bibl. Antonio Miranda.
Corpo dispersado
Em noite indormida
Sonho esmagado
Em terra consistente
Cortada em gestos
Invisível ao olho
Em vão aberto
Contingente ao tato.
Forma pressentida
Nas pontas agudas
Dos dedos capitantes
Maciez de veludo
De lençóis, de pêlos
Bruma envolvente
A flutuar penetrando
Em desvãos, em dobras
Em espaços múltiplos.
ROCHA, Carlos Eduardo da. Poema de Brasília. Salvador: Edições Travessia, 1977. 61 p. ilus. R$ 10 - Edição bilingüe Port.; Español Tradução de Ana Maria Kurchinof de Kantor Retrato do Autor e ilustrações de Manuel Kantor. Apresentação por Lu is Viana Filho. Ex. bibl. Antonio Miranda
O livro apresenta um poema em dez (10) fascículos, dos quais apresentamos três (03) deles aqui:
I
A linha única
Do horizonte
A marca nítida
Ave-sonho pousada
Asas abertas
De voar
Espaço-imaginação.
Direção dos Pontos-cardiais
Asa Norte
Asa Sul
Centro mesmo
Da Rosa dos Ventos
No Planalto.
III
A forma
Erguida para o alto
Se alonga
No espaço do cerrado.
As linhas
Se cruzam
E se orientam
Na direção
Diversa do traçado.
Paralelas infinitas
Radiais cortadas
Curvas de nível
E passagens.
Viadutos lançados
Unindo massas
Compondo a estrada
Criando caminhos.
IX
A geometria
De blocos e de quadras
Humanizada
As manchas de verde
Que se acabam
No meio fio
Dos canteiros.
O ar dissecado
Mais ainda
No pó colorido
De terras.
Cortes sangram
Poeira rubra
Taludes em declive
Reflexos de pedras
Lapidadas
Esquadrias metálicas
Vidros de fumaça
E cristal límpido
De água.
TEXTOS EN ESPAÑOL
El libro presenta un poema en diez (10) fascículos, de los cuales presentamos trses (03) de ellos aquí:
Tradução de Ana Maria Kurchinof de Kantor
I
Línea única
Del horizonte
Marca nítida
Ave-sueño posada
Alas abiertas
Del volar
Espacio-imaginación.
Dirección de los puntos cardinales
Ala Norte
Ala Sur
Centro mismo
De la Rosa de los Vientos
En el Planalto.
III
La forma
Erguida hacia lo alto
Se prolonga
En el espacio del cerrado.
Las líneas
Se entrecruzan
Y se orientan
En la dirección
Diversa del trazado.
Paralelas infinitas
Radiales cortadas
Curvas de nível
Y de passajes.
Viaductos lanzados
Uniendo los volúmenes
Conformando la ruta
Creando los caminos.
IX
Geometría
De cuadras y manzanas
Humanizada
Manchas verdes
Que se borran
Al fin de los canteiros.
El aire dissecado
Aún más
En el polvo colorido
De las tierras.
Los cortes sangran
Polvareda roja
Taludes en declive
Reflejos de piedras
Lapidadas
Vidrios de humo
Metálicas escuadras
Y límpido cristal
Del agua.
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http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/brasil.html
Página publicada em julho de 2021
Página publicada em junho de 2011
Página publicada em maio de 2011; republicada em setembro de 2011
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