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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

AVELINO MOREIRA

 

 

 

Seus primeiros poemas foram publicados no jornal "A Semana", em Barreiras-BA, sua cidade natal, em 1984, ano em que foi certificado pela revista "Municípios em Destaques". Em 1985 passou a assinar a coluna literária "Indicação para Leitura", no jornal "O Barreirense" e atuou como colaborador-correspondente da revista "Cobra", de Porto Alegre-RS, até 1987. Em 1988 foi responsável pela coluna "Sessão Cultural", do jornal "O Povo".

Foi eleito membro da Academia Taguatinguense de Letras (ATL) em 2000, tendo como patrono Mário Faustino, e é membro do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.

Publicou o livro Mensagem (poemas e pensamentos), em 1988, e tem participado de diversas coletâneas e antologias poéticas.

 

 

 

O RESGATE DA PALAVRA: I Antologia do Sindicato dos Escritores do DF.  Brasilia:     Thesaurus,         2009. 156 p.
ISBN 978-85-7062847-3   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Batalha

 

Eidéticos em elipses lilases respiram os cágados roucos. Foi uma falha apenas, mas como prole navios!

 

A terceira onda saltou num mar de rochedo e fugiu por um rastro azul.

 

Numa mão tem um ás, no cóccix beira os caracóis mercan­tilistas.

 

Viva a fumação inoxidável e os cueiros circulares! Viva as tulipas de restos de dimensão.

 

Oh, o escuro rasga as franjas dos escalpos defumados! Oh, os pavores de resíduos de ferro líquido molhando a encosta!

 

Loucura branca arranca os distúrbios eclesiastas dos guar­diões e das cascas de nozes. Não, o abacaxi não! Nem a pulga! Nem o mito e nem o time! Levem tudo, mas não se esqueçam das ausências que me sufocam, dos apitos que naufragam, das mãos que manejam, das gitanas que cos­pem chumbo! Empalideceu, ficou quadrado feito um terço elevado no quarto, pendurado na parede.

 

 

Evolução

Quando apoio a alavanca no eixo,
sinto a Terra girar...
Pois nossa insustentável leveza de sermos
equilibra-se no universo suspenso num suspiro...
Até que se desmancha no ar,
para formar novas nebulosas.

 

 

Sonhador Contemplativo

Meu ponto de referência é a realidade.
Só pisco quando sonho.

 

 

Presença Ausente

Essa presença ausente que percebo
parece-me um desejo que não sinto.
E de tão disperso e vário
materializo as potencialidades de sentimentos inexprimíveis.
E com tamanho abandono e pesar
flutuo sobre pensamentos fixos.

 

 

O Perfume que Exala no Ar

 

O perfume que exala no ar,
é como a fantasia
que dispara no tempo,
marcando indelevelmente,

o sentido da existência

de notas, ponteios, suaves canções,

de mistérios imponderáveis,

por um tempo inebriantemente indefinido...

 

 

 

 

Como Cortejar uma Francesa

 

3 gotinhas de Chanel n° 5;

1      taça de bourbon, acompanhada de croissant,
1 pitada de liberdade;

carinho a gosto

e o universo para sonhar...

 

 

 

 

Página publicada em julho de 2020


 

 

 
 
 
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