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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://cleaecia.com.br 

 

ALOISIO BRANDÃO

 

cantor, compositor, violonista e jornalista. Estudou no UniCEUB, turma de 1983. Nasceu em Santana dos Brejos (BA), onde morou até os 17 anos, migrando para Petrolina (PE), às margens do rio São Francisco. "As primeiras lembranças são do envolvimento com a pré-poesia e a música", revela. Em Petrolina foi fisgado pela poesia. Conheceu um grupo de poetas e criou o Clube Drummoniano de Poesia (1978-79), "um centro independente de estudo de literatura brasileira. Drummond passou a se corresponder conosco de forma regular". Depois mudou para Brasília (1980), onde se formou em Jornalismo, depois de estudar Letras. É coautor de FINCAPÉ (2011), do Coletivo de Poetas. Em 2016 publicou o livro de contos Desacontecenças (http://editorapenalux.com.br/loja/)

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS   -   TEXTO EN ESPAÑOL

 

LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português / Español.  organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima..   Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

NASCENDO*

 

                a Benedito de Amorim Brandão, meu pai

 

Santana, minha mãe

minha Santana dos Brejos

do teu ventre, eu nasço, todo dia.

Um nascer meio de fora pra dentro

que nem seus becos chupando poesia.

 

Santana, minha guia,
minha Santana dos Brejos
vivo algodão a vida inteira
macio em seus pés de fantasia
como a poesia parindo Bandeira

 

Assim, como se a Lua voltasse
para o umbigo da escuridão.
E, depois, renascesse no poente
com a luz molhada de ribeirão.
E eu, varado de solidão - a solidão
alegre do tapuia -
vejo o meu pai à porta de casa

bebendo o tempo numa cuia.

 

 

* Musicado por Luli.

 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL

 

Cantante, compositor, guitarrista y periodista. Estudió en UniCEUB, promoción de 1983. Nació en Santana Dos Brejos (Bahía), en donde residió hasta los 17 años, posteriormente se mudó a Petrolina (Pernambuco), a orillas del río São Francisco. «Los primeros recuerdos son los de dedicación a la prepoesía y a la música», revela. En Petrolina, quedó atrapado por la poesía. Conoció a un grupo de poetas y creó el Club Drummoniano de Poesía (1978-79), «un centro independiente de estudios sobre literatura brasileña. Drummond pasó a tener correspondencia regular con nosotros». Posteriormente, se mudó a Brasília (1980), donde se formó en periodismo, tras estudiar Filología. Es coautor de FINCAPÉ (2011), del Colectivo de Poetas. En 2016 publicó el libro de cuentos Desacontecenças (http:// editorapenalux.com.br/loja/).

  

NACIENDO *

 

A Benedito de Amorim Brandão, mi padre.

 

Santana, mi madre

mi Santana dos Brejos

de tu vientre, nazco, cada día.

Un nacimiento medio de fuera hacia dentro

como sus callejas sorbiendo poesía.

 

Santana, mi guía,

mi Santana dos Brejos

vivo algodón la vida entera

suave en sus arbustos de fantasía

como poesía pariendo a Bandeira

 

Así, como si la Luna volviese al ombligo de la oscuridad.
Y después, renaciese por poniente
con la luz mojada del riacho.
Y yo, empapado de soledad
- la soledad alegre del tapuia -
veo a mi padre en la puerta de casa
bebiéndose en un porongo la existencia.
  

 

        *Musicado por Luli.

 

FINCAPÉ – Coletivo de Poetas. Org. Menezes y Moraes.  Brasília: Thesaurus Editora, 2011.  280 p. 280 p. 
12,5 X 22, 5 cm      ISBN 978-85- 7062-969-                   
Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

Dois Meninos

Lá vem Clarinha
Traz uma flor nos cabelos.
— Vai fazer o que, Clarinha?
— Eu vou fazer só dois apelos:
que cada manhã rebente
encharcada de passarinhos
Que o riachim de minha infância
corra, sempre, em meus caminhos.

Lá vem Thomaz
seus olhos tão fartos de Lua.
— Vai fazer o que, Thomaz?
— Eu vou brincar na minha na rua
com toda a meninada
Vou comer pães de poesia
e voar com as borboletas
que sustentam o meu dia.

Um menino nunca cresce
dois não crescem nunca mais
só o seu rio também
for o seu próprio cais.


NASCENDO*

Santana, minha mãe
minha Santana dos Brejos
do teu ventre eu nasço todo dia.
Um nascer meio de fora para dentro
que nem seus becos bebendo poesia.

Santana, minha guia,
minha Senhora dos Brejos
Vivo algodão a vida inteira
macio em seus pés de fantasia
como a poesia parindo Bandeira.

Assim como se a Lua voltasse
para o umbigo da escuridão.
E, depois, renascesse no poente
com a luz molhada de ribeirão.
E eu, varado de solidão
— a solidão alegre do tapuia
vejo o meu pai à porta de casa
bebendo o tempo numa cuia.

*Musicado por Luli.


 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020 

 

 


 

 

 

 
 
 
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