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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia: pt.wikipedia.org

 

ALLEX LEILLA

 

Alessandra Leila Borges Gomes (Bom Jesus da Lapa, 21 de novembro de 1971), conhecida pelo nome artístico de Állex Leilla, é uma escritora brasileira.

É autora de uma obra pautada pela discussão das questões de gênero e sexualidades. Nos seus personagens, o desejo homoerótico é um desafio aos padrões sociais.

É doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e professora na Universidade Estadual de Feira de Santana.

Seu primeiro livro, a coletânea de contos Urbanos, venceu o prêmio para autores inéditos da Braskem e Fundação Casa de Jorge Amado. Antes disto, o seu livro Chuva Secretarendeu outras premiações para a escritora, como com o conto nele inserido, Felicidade Não Se Conta (20º Concurso de Contos Luiz Vilela, em 2010). Referente ao mesmo livro, Não Se Esqueça de Pisar Firme no Coração do Mundo é um conto nele presente que levou Állex Leilla a ser selecionada para estar integrada em Wir sind Bereit - Junge Prosa aus Brasilien, uma antologia lançada em 2013 na Feira de Frankfurt, Alemanha, cuja publicação é da editora Lettrétage.

 

POESIA SEMPRE  Número 27 – Ano 14 – 2007  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2007.  Editor Marco Lucchesi.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Mais-que-perfeito

 

Quantas vezes eu quis que a palavra fosse um choque terno entre teus lábios e os meus
maiores inferiores quem dera úmidos
dos teus.

Quantas vezes eletrólise
dançar ainda faz bem
ainda um pouco de nós miúdos
pouco e mais outro
nó.

Quantas quantas vezes
ter é questão de delicadeza de pêlos
uma vez próximos
os teus nos meus
nunca foram tão perfeitos.
Mas
mais
que fios e poros tinindo,

Não me deixam dormir os membros, os recomeços;
mais que suores, ganidos,
me deixam dormir os lilases
perfurando as estações.
Nada
é nunca tão vazio
se um pouco de voz, um pouco de guerra.
fecham a tarde numa cidade
tão antiga assim.

 

 

Um tempo de pele

Para João Filho 

 

Um corpo todo azul

e tua pica encravada em minhas coxas.

talvez eu não tenha todos os espaços solicitados no corpo

pra acalmar tua fome.

Pode ser que fique tudo vermelho,

e vermelhos, pelos ares. iremos.

Sede. fome. saliva e certa violência em teus músculos

me levam pra fora do tempo

onde a Terra não é mãe

nem o velho planeta azul que nos acolhe.

Agora não é mais tão vermelho

algo crispou-se de repente

e na garganta o tom de sangue se perdeu.

Voltará o teu azul intenso, quem sabe.

Ainda há fome e dentro dela

um tempo de pele e nervos pra se abastecer.

Não é mais tão vermelho.

algo te reduziu a suor, músculos e pêlos

e com que precisão sabes ser:

suor, músculos e pêlos.

0 vento levará esta casa

e nós dois dentro dela.

Quanto tempo ainda procuraremos a forma exata de não sermos vãos?

De não passar como nos quer o destino: fuligem, pó?

Quem sabe se agora o eterno, (piem sabe se agora o pleno.

Amanhecer em teus pêlos tem gosto de outra vida,

e nesta outra vida que me trazes

eu só me vejo menina

de bicicleta ao sol.

 

 

Tempo de amor será*

 

 

Adeus, Lisboa, adeus. Era isto e mais além.

Queria saber se andar em círculo era o mesmo que não andar. Melhor não ter vindo, é claro.

Mas o poeta dissera: vir, até para saber que não era pra vir. Oh, vida-mais-que-confusa,

oh, vida-chata-saindo-infinita-de-tão-chata-pelos-cantos-das-unhas-sem-esmalte-há-tanto-tempo.

A natureza cinzenta dos domingos.

Olhou pro céu e sentiu o frio:

a promessa de tempestade filtrava raios tão ouro

que o mundo inteiro era extrema beleza.

Quase morte aquilo.

Preparar o mundo de amarelo-vivo antes de maltratá-lo.

Chuva braba viria.

Água que traz desamparo.

Não queria saber.

Amar a chuva, além-além.

 

*Hilda Hilst: Ainda em desamor, tempo de amor será..

 

 

Poesia erótica

Página publicada em janeiro de 2019

 


 

 

 
 
 
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